quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

River (****)

Um detetive que além de ser um ser um tanto quanto niilista, ainda convive com alucinações.
Nessa série da netflix policial inglesa, o que podemos apreciar são os diálogos afiados e brilhantes e a atuação angustiada e comovente de Stellan Skargard.
Convivendo com uma perda trágica, em meio a investigações desse crime ele vai tentando sobreviver enquanto cuida de outros casos. A personalidade trágica e desesperançada do detetive, e o embate que tenta ser um alívio cômico no seu novo parceiro ajuda a deixar o clima um pouco, mas só um pouco, mais ameno. Porém é uma ode a perda, arrependimento, as palavras não ditas, as relações que não chegaram a ser. Incompleto, fora do âmbito policial, ele tem em embates com as alucinações suas mais inspiradas frases:

"Não adianta, nascemos sozinhos e morremos mais sozinhos ainda"

"Todo assassino é punido um dia. A menos que mate em grandes números e ao som de trombetas."

"sexo é uma coceira, é só coçar. Amor é diferente, é uma coceira nas costas onde a mão não alcança, depende do outro pra fazer cessar"

"entendo você querer estar sozinho. Sozinho não é necessário fingir"

Ao descobrir o que o parceiro antigo tinha a esconder, mais descobrimos sobre o parceiro, e ainda mais sobre John River.
Triste, porém necessária, essa série é uma viagem indigesta sobre os mistérios das motivações humanas, sobre uma doença que aflige os últimos séculos, e sobretudo sobre o crime.
Cotação: (****)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Eurithmics - Angel (Letra Traduzida)

Annie Lennox tem uma voz tão bela que quando canta Angel parece canção autobiográfica. Ao vivo é melhor ainda.
A canção é sobre um tema sério: depressão.

https://www.youtube.com/watch?v=Wudh_54ylhw

Angel (tradução)

Eurythmics



Muito além desta cobertura de neve

Onde cinquenta e sete invernos
Levam suas forças
Onde você foi?

E eu acreditava em você
Eu acreditava em você
Como Elvis Presley
Cantando salmos aos domingos
(Onde você foi?)

Bem, ela se foi para encontrar seu criador
Retornar para onde veio
Vem para salvar sua alma...
Vem para salvar sua alma...
Vem para seu lar
Porque é tarde e passou da
Sua hora de dormir
Já passou da hora de dormir

Anjo
Meu anjo
Voe sobre mim
Anjo...

Ela tomou sua vida
Com suas mãos
Ela tomou sua vida
Com suas próprias mãos
E ninguém pode dizer a ela
O que fazer agora

E eu acreditava em você
Eu acreditava em você
Como Elvis Presley
Cantando ao vivo de Las Vegas
(Onde você foi?)

Bem, ela se foi para encontrar
Seu criador
Retornar para onde veio
Vem para salvar sua alma...


Tradução: Alle Battisttella
Angel

Underneath this canopy of snow
Where fifty-seven winters
Took their toll
Where did you go?

And I believed in you
I believed in you
Like Elvis Presley
Singing psalms on a Sunday
(Where did you go?)

Well she's gone to meet her maker
Back to where she came from
Come to save her soul...
Come to save her soul...
Come to take her home
'Cause it's late and past
Your bedtime
Well past bedtime

Angel
My angel
Fly over me
Angel...

She took her life
Within her hands
She took her life
Within her own two hands
And no-one can tell her
What to do now

And I believed in you
I believed in you
Like Elvis Presley
Singin live from Las Vegas
(Where did you go?)

Well she's gone to meet
Her maker
Back to where she came from
Come to save her soul...

Indignação seletiva

"O cúmulo da hipocrisia o PT cobrar honestidade do Bolsonaro."
Se você pensa assim então seu problema não era com a (falta) de honestidade, apenas indignação seletiva.

Pensata

O encanto da descoberta  faz o tesouro mais fulgurante do que jamais foi.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

The Sinner - Julian * Temporada 2 (****1/2)

Eis que surpreendentemente está de volta o instrospectivo e portador de sua dose de traumas Ambrose, na segunda temporada desse grande achado que é The Sinner.
Uma série de apenas oito episódios com o tamanho excelente para apresentar uma história policial sem excessos e enrolação.
Como as surpresas e a reviravolta são quase que o cerne desse drama de investigação, um garoto será o centro da trama, numa atuação excelente de Elisha Henning como Julian Walker. Há uma comunidade bicho grilo com tendências pseudo-terapeuticas, que claro, óbvio, esconde mistérios.
Bill Pullman como o já citado detetive está como sempre hipnótico com seu jeito contido porém empático com os muitas vezes escorraçados e incompreendidos da sociedade, ele um rechaçado também. O elenco é repleto de grandes atores americanos que fazem com que a história fique ainda mais viva e crível, por mais inverossímil que por vezes pareça.
Como é de praxe as voltas inúmeras no passado vão servindo de contraponto aos acontecimentos do presente, por vezes explicando, outras embaralhando. Um belo trabalho da equipe de roteiristas que criou uma marca e que até aqui tem sido bem sucedida e vem num crescendo a cada temporada.
Em resumo: não perca! (****1/2)

Estranhos conhecidos

E quando tudo começou
tudo era novo
tudo era imarcesível
e um céu de brigadeiro
num mar de calmaria
as rotas eram unas
os horizontes não mentiam

mas então vieram os 6 dias
e no sétimo não houve descanso
e nem nos outros tampouco
apenas cansaço
numa paisagem sem viço

e do espanto nasceu uma flor espinhosa
de pétalas de escudo
e então se ergueram muros
e os lábios se encontraram mudos
e mil enigmas sem resposta
esfinge na penumbra

Então pensei, meditei
e talvez a única forma
de resolver tal mistério
era voltarmos a estranheza
de nunca termos nos conhecido
e assim recuperar o imoto espanto
do primeiro encanto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

The Sinner (Netflix) - (****)

Mais um produto Netflix para fazer a festa da galera que curte uma trama policial com qualidade e que deixa curioso para saber o que está acontecendo, até no final as coisas serem explicadas.
Uma mulher, com uma família tradicional, de repente na praia esfaqueia alguém que não conhece. Todos ficam em choque, e assim começa o calvário da protagonista Cora, que parece não se lembrar do que fez, com quem fez e quais as motivações do crime.
Bill Pullman está muito bem com o detetive que resolve olhar por baixo da superfície da situação. Assim detalhando através de flashbacks o que aconteceu para que o personagem principal estivesse nessa trama absurda, aos poucos a cortina de fumaça vai se esmaecendo, e a verdade vai sendo mostrada aos poucos.
Com ótimas atuações do elenco, uma trama enxuta em apenas oito episódios, vale muito a pena assistir essa produção muito eficiente em lidar com o suspense para esclarecer as muitas perguntas no seu final.

A boa notícia é que a segunda temporada, de uma nova história e personagens, estreou no canal de streaming.
Cotação: (****)

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Lado B: Linhas Cruzadas - Capital Inicial

Eu tenho por vezes uma predileção por canções que não foram sucessos radiofônicos. Na verdade as grandes jóias dos artistas são aquelas mais subestimadas, escondidas por vezes num lado B que ninguém dá bola, isso na época dos LPs, que comportava essa definição. Claro que com os CDs ficou um tanto coisa de velho falar isso, mas eu sou então aguenta aí...rs
Canções que importam muitas vezes, já falei isso até, não te pegam de primeira, mas quando vamos nos acostumando com sua beleza, com seu jeito malemolente de falar a alma musical, de conquistar de leve pela familiaridade, serão essas que muitas vezes irão te acompanhar pelo resto da vida, sempre voltando com mais ou menos força, mas sempre voltando, como um amor verdadeiro.
Divago, mas quero falar de Linhas Cruzadas, canção que tenho amor platônico por ela, e pelas idéias que ela apresenta, de um jeito meio adolescente por vezes, mas falando com sinceridade de amor, desilusões, esperança.
Segue a letra dela abaixo, com a cifra se lhe apraz tocar. Eu gosto pacas!
O riff dela inicial é um dos mais bacanas do capital, com o piano do Bozo Barreti para dar grandiosidade perto do refrão, casa muito bonito com o tom que quiseram dar a canção. A guitarra de Loro Jones embora seja simples no solo fica ainda mais expressiva na versão ao vivo, sem os teclados.
A desilusão com o ser amado quem nunca viveu? Então quando Dinho diz que "Fui enganado quando eu te conheci / você disse que era simples e eu acreditei.." não tem como não falar aos corações que já passaram por alguma um dia, em resumo, cada coração da terra... Mas ele acaba percebendo que esteve tão perto: "Parecia tudo certo / tudo que eu queria / estava tão perto de acontecer".
Mas depois de ela dizer que "detestava minhas roupas e meus discos" ele acaba por saber que sempre amar vale a pena, e que se não há reciprocidade no final, a culpa não é de quem ama. Então ele se conforma e diz: "mas mesmo assim eu estou quase certo / que eu faria tudo de novo".
Vai link também pra quem quiser conferir, uma canção tão bela que nem a voz semitonante de Dinho consegue estragar.

https://www.youtube.com/watch?v=Zu7oYyE6V7U

Linhas Cruzadas

Capital Inicial


Tom: D
(intro) D D7m Em Em7

D      D7m   Em            Em7
Fui enganado quando eu te conheci
D              D7m         Em         Em7
Você disse que era simples e eu acreditei
D              D7m       Em
Qualquer coisa te agradava
D                      D7m
Agora eu me sinto meio amarrado
Em          E7m          D
  Assim não posso fazer nada
           D7m
Eu preciso ganhar tempo
Em                         F#m
  Eu só preciso ganhar tempo

(refrão)
    G         Bm
Parecia tudo certo
A             F#m
Tudo que eu queria
   G        Bm       A         ( D D7m Em Em7 ) (2x)
Estava tão perto de acontecer uôuôôô

D               D7m            Em     Em7
O tempo passa e você sabe o que ele faz
      D        D7m
Tudo fica para trás
   Em         Em7        D D7m Em Em7
E você pediu, pediu demais
      D           D7m          Em              Em7
Você disse que detestava minhas roupas e meus discos
           D         D7m         Em
Mas mesmo assim eu estou quase certo
       E7m          D
Que eu faria tudo de novo
     D7m       Em     E7m F#m
Eu faria tudo de novo

(refrão 2x)

( D )
 
 

terça-feira, 27 de novembro de 2018

geforce experience: something wrong, try restarting (resolvido/solved)

Deu um trabalho de pesquisa fenomenal, mas todo mundo que usa o nvidia experience já passou pela tristeza de ver a mensagem do título do post acontecer, e então não se consegue mais abrir o aplicativo, não adianta desinstalar, etc. Maior tranqueira. E mostra um descaso imenso da NVIDIA com seus clientes, pois até hoje essa excrescência não foi consertada. Bem, fiz um vídeo mostrando como se faz. Um problema a menos na sua vida, gamer!

https://www.youtube.com/watch?v=z2EUhXk3hsA

domingo, 25 de novembro de 2018

Cause love's such an old fashioned word

Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance
Why can't we give love?
 
Give love, give love, give love
Give love, give love, give love
Give love, give love
 
'Cause love's such an old fashioned word
And love dares you to care for
The people on the edge of the night
And loves dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressure
Under pressure
Pressure

Não podemos dar a nós mesmos mais uma chance
Por que não podemos dar ao amor mais uma chance?
Por que não podemos dar amor?
 
Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor
 
Porque o amor é uma palavra tão fora de moda
E o amor te desafia a se importar com
As pessoas na beira da noite
E o amor desafia você a mudar nosso modo de
Nos preocupar com nós mesmos
Esta é nossa última dança
Esta é nossa última dança
Isto somos nós mesmos
Sob pressão
Sob pressão
Pressão

O mistério da fita VHS do rei leão

Outro dia lá na outra rede, a pessoa disse dos tempos heróicos de ter assistido Rei Leão em fita VHS verde, e que eles tinha de assoprar (sic) para poder funcionar.
Creio que a pessoa se equivocou, confundindo fita de videogame atari, que a molecada costumava fazer esse expediente. Floquinho que chama.
Para quem é da época, teoricamente fazer isso limpava potenciais acúmulos de pó nos contatos. O que a galera ignorava é que jogava saliva nos contatos metálicos, que costumavam oxidar e piorava com o tempo o funcionamento do cartucho. Que aliás eram bem caros pois continham uma ROM do jogo, não havia como piratear. Até um certo tempo, claro. Depois chegaram os jogos piratas em cartucho, que tinham vida útil reduzida, ou não salvavam fases, ou uma mix dos dois.
Na fase dos cartuchos havia também modelos que continha até processadores extras para efetuar cálculos 3D de games, starfox era um deles, para apresentar um desempenho aceitável.
Um fato triste que aconteceu comigo e meu irmão quando tínhamos um megadrive japonês foi quando compramos um game sensacional de luta chamado Pit Fighter, que era egresso dos fliperamas. Ele era um jogo pioneiro no uso de imagens digitalizadas de jogadores reais para apresentar um gráfico errrr realísta pra época, e além disso tinha um efeito de aproximação de câmera quando os lutadores estavam mais perto um do outro, aumentando o tamanho deles na tela.
A versão do megadrive era bem decente, as vozes todas idênticas, a jogabilidade, só não havia claro o efeito de zoom de câmera. Voltando ao drama, o jogo chegou pelo correio, jogamos no dia um montão. No dia seguinte, a noite, após iniciar a jogatina, o videogame congelou a tela e daí nunca mais funcionou.
Naqueles tempos difíceis, só teve jeito quando um primo de São José dos Campos levou o console para uma grande cidade, e assim depois de dois meses o megadrive retornou, entre lágrimas de agradecimento ao deus dos videogames pela graça alcançada.
Data de época posterior uma das rara vezes que ganhei alguma coisa em sorteio: quando tinha um bitsystem, de uma fábrica brasileira que não lembro mais qual era, e que era um nintendinho abrasileirado, ganhei uma fita de um game de tiro 2d chamado 1943 ou 1942. Depois disso conto nos dedos de uma mão as parcas vezes que tive sorte nesses sorteios. Acho que pra mim combinava melhor se chamar AZAReios.
Tempos românticos quando o jogo estava no cartucho, só colocar e jogar, não tinha os pavorosos e muitas vezes gigantes patches dos jogos de hoje, que se não forem baixados e instalados praticamente inviabilizam a jogatina. A modernidade e suas mazelas.

Narcos México (Netflix) - (****1/2)

Uma nova empreitada se inicia com esse spin-up de Narcos, dessa vez pelos lados do México, quando Miguel e Rafa, pequenos produtores de maconha conseguem criar uma espécie melhorada da cannabis. Galgando assim, graças a inteligência de Miguel e expertise científica de Rafa, dentre os pequenos chefes do tráfico de seu mundinho, logo se tornará o primeiro um expoente dentre os grandes chefes do tráfico mexicano.
Enquanto isso Kiki, policial que chega no local desanimado para tentar fazer acontecer alguma coisa, se vê dentre policiais americanos sem muita vontade de mudar o status quo, servindo quase como uma polícia decorativa DEA.
Com menos imagens de arquivo da primeira leva de Narcos, a correria habitual está presente, o valor de produção sempre de tirar o chapéu, e claro, a truculenta violência com os acertos de contas dentre os traficantes.
Como sempre há bons personagens entre traficantes e policiais, o que torna os arcos dos personagens com suas motivações e situações sempre interessantes e dinâmicos.
Michael Penã (Kiki) e Diego Luna (Miguel) estão sensacionais como protagonistas, e só adiantando um meio spoiler, a próxima temporada promete ainda mais. Não apaga contudo o brilhantismo dessa nova iniciativa criminal da netflix. Não é tão boa quanto a terceira temporada de Narcos Colombia, mas chega bem perto. (****1/2)

O Alienista (Netflix) - (****)

No século 19, como já explicado pra quem leu a novela do Machado de Assis, alienista eram as pessoas que cuidavam das pessoas com fortes problemas psicológicos.
Nessa série exibida aqui no netflix um time formado pelo alienista Lasloz, com seu jeitão meio frio e calcado no personagem Sherlock ou outros grandes detetives, além de outros dois policiais / anatomistas / médicos de autópsias , o desenhista John Moore, o Watson por vezes da série, e a policial feita pela ex-eterna menininha que grita agudo dos filmes dos 90/00 Dakota Fanning como Sara Howard.
Essa equipe será pioneira na investigação científica de crimes, aliada a recém formada e infante psicologia/psicanálise para investigar misteriosos assassinatos de garotos que se prostituiam no final do século 19.
Claro que as ruas esfumaçadas e o clima lembra um pouco Do Inferno, filme dos anos 2000 e poucos que era baseado na obra de Alan Moore.
Atenção que embora a trama seja muito interessante, e os conflitos bem elaborados, o ritmo é um tanto quanto lento na maior parte dessa temporada, melhorando bastante na parte final. Se você espera ver corpos desmembrados e mutilados, violência e horror, acertou otário! Aqui tem muito presunto!
Uma nova temporada será baseada em outra novela do autor Caleb Carr, intitulada The Angel of Darkness. Que venha que essa foi muito boa, mas contraindicada para quem curte séries aceleradas e sem violência gráfica. (****)

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Jorge Benjor

Falar do grande Zazueira é simplesmente reconhecer o imenso talento desse rei do samba-rock brasileiro, e todos os elogios nunca farão jus ao cara.
Se nos primórdios ele usava o violão para gerar os suíngues sensacionais que criava, foi com a introdução da guitarra elétrica (e eletrizante) que ele se distinguiu como rei do balanço dos bailes do subúrbio ou não.
Autor de clássicos incontestáveis como País Tropical, Mas que nada, Que pena, que, infelizmente, de tão executados mundo afora e aqui no país tropical muito mais, criam meio que um ranço de tanto que se escutou essas canções, principalmente pela galera mais velha que acompanha.
Claro que também o formato sonoro de algumas canções e o estilo vocal por vezes envelheceu não tão bem, que deixa a música meio que parada no tempo, anacrônica, digamos assim.
Mas então que aparece a genialidade Benjor, que sempre reconstrói e lapida suas canções as transformando em outras obras, mais atuais e modernas nos seus álbuns ao vivo.
Se por exemplo em Bem Vinda Amizade, dos melhores e mais pop álbuns de Jorge Benjor, com canções que exalavam atualidade sonora como Ela Mora em Mato Grosso, Katarina, Era Uma Vez um Aposentado Marinheiro, em outras, embora clássicos, apresentam o peso do tempo nos arranjos e sonoridade, como Santa Clara Clareou, Kurimim chama Kunhatã, Oé oé faz o carro de boi, embora não desabone o álbum de forma nenhuma
Nas apresentações ao vivo ele reinventa, e assim músicas que não funcionam mais tão bem assim nas versões originais, ou então até canções nunca lançadas em sua obra gravada, como Miudinho, ou na belíssima Domingas Domenica que se torna outra canção, com alteração ligeira no andamento do refrão ficou sensacional. O gingado da guitarra do Babulina funciona lindamente com sua afiada banda e mais um exemplo de reconstrução é Galileu da Galileia, Spiro Giro, e até canções que não foram tão mudadas assim ganham outra cor com ligeiros detalhes de arranjo e andamento o Homem do Espaço.
Canções que foram redescobertas por artistas da atualidade ajudam a que a nova geração conheça belas canções como Oba Lá vem ela, que não deixa ninguém parado, embora fale ao coração como ninguém e é muito boa até na vertente original.
Esse texto trata muito do Jorge Benjor recriador em sua faceta ao vivo, verdadeiras celebrações populares ao melhor que nosso país tem, a dança, malemolência, o ritmo, a sensualidade.
No entanto Jorge Benjor tem álbuns belíssimos, como o que não precisa de retoques 23, com clássicos como Engenho de Dentro, Alcohool, Princesa, Moça bonita e Bumbo Da Mangueira, ou o mítico Tábua de Esmeraldas com canções brilhantes como Hermes Trismegisto, Os Alquimistas estão chegando, Zumbi, Cinco Minutos, Eu Vou Torcer, Magnólia, Mulher da Pele Preta e a filosófica também Errare Humanum Est.
Enfim, Jorge Benjor nunca é o suficiente, respeita o moço que ele manja dos ritmos! Salve Jorge!

PS: segue um canal indispensável para quem curte tocar violão ou guitarra! O canal do youtube Benjor Cifrado. Explicações simples e com uma história sobre a canção.

https://www.youtube.com/channel/UCaXIrytRFoXr0h_K64dJ1AQ


domingo, 4 de novembro de 2018

Tá na fila: Mandy - (92 no Rotten Tomatoes) - Atualizado e assistido (****)

Uma nova "seção" aqui neste humilde blog estreia com o sempre surpreendente Nicolas Cage numa atuação que é detalhada como "que prende a sua atenção" e cuja nota está em 92 no Rotten Tomatoes, site especializado em filmes e seriados.
Ele vive com sua esposa num paraíso na terra, porém essa existência quase onírica é arrasada por um culto sádico liderado por Jeremiah Sand.
Claro, ele partirá em busca de vingança numa jornada sangrenta e adubada com fogo!
O filme é violento e parece ter algo de fantasmagórico, alegórico e viajante. O trailer é realmente impactante, surreal, e promete uma aventura única.
Em breve, comentários aqui.

Assistida essa viagem lisérgica nos anos 80 dos malucos de um culto satânico/messiânico que sequestram a Mandy do título. O ritmo é deliberadamente viajante e lisérgico, o que pode incomodar alguns pois a primeira hora é bem arrastada. Na segunda parte, o ato que vai mostrar a vingança do personagem interpretado por Cage com fúria, desespero e total insanidade pode entrar como uma das mais destacadas atuações do ator, que somente ele poderia não deixar na mera caricatura. As imagens são tão belas, estouradas e um pouco granuladas, a violência, abundante e perfeitamente ajustada. Sim, há demônios ou seja lá de que inferno vieram as misteriosas criaturas das sombras que ajudam os caras maus. Seu visual é ameaçador e sinistro, e só pra dar um mini spoiler, há um duelo de serras elétricas! WOW!
Um filme diferente, para apreciadores do diferente, extremo, violento, alegórico, viajante. Mas um bom filme. (****)

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Narcos - 1ª e 2ª temporada (****) e 3ª temporada (****1/2)

00Dois detetives enfrentam e caçam, com a ajuda mais ou menos diligente de autoridades colombiana, o emergente Pablo Escobar, pequeno traficante que se tornará O traficante da américa latina nos anos 80/90.
Com uma dupla de policiais calcada principalmente no carisma de Pedro Pascal (Game of Thrones - o homem que quase derrotou o Montanha) e Wagner Moura em sua performance cool de Pablo Escobar, essa série policial, com toques documentais (que são exibidos para ilustrar alguns acontecimentos, de forma crua e violenta em muitos momentos), inclui alguns personagens e situações para ajudar dramaticamente o todo. E que tem um ritmo que nunca decepciona, mantendo em movimento o tempo todo a trama de forma exemplar. Causa espanto pois é comum em muitas produções as famosas "barrigas" na trama somente para encher linguiça e nada mais. Fato que se dê talvez pelo formato enxuto de 10 episódios e não para alguns protocolar de 13, numero aziago para tantas outras.
Claro, há violência, nudez, sexo, palavrões, ou seja, deixe as crianças fora da sala nos momentos que estiver imerso nesse pedaço do nosso continente que há tão pouco tempo viveu mergulhada no terror do narcotráfico, e da polícia paralela que era representada por Escobar e seu império. (****)

Na segunda temporada continua a caçada ao chefe criminoso Pablo Escobar, e como na primeira, o ritmo nunca desanda, a violência é bruta e gráficamente poderosa, os agentes tem seus problemas e sua vendas de suas almas ao diabo de uma forma ou outra. Vale tudo para pegar Escobar. Cada vez mais encurralado, medidas desesperadas são tomadas pelo rei do tráfico colombiano, e as consequências são cada vez mais dramáticas para os personagens envolvidos de ambos os lados, bandidos e polícia. Simplesmente continua uma das séries indispensáveis do canal de streaming Netflix. (****)

Em sua terceira temporada o cartel de Cali, responsável pela derrocada de Escobar dá as cartas e claro, o caminho é recheado de sangue e lágrimas nessa nova temporada, porém novos personagens se achegaram aos que já estávamos habituados. Cada vez mais violenta e ousada, a série atinge seu auge até o momento com uma trama sempre dinâmica e jogando a tensão das situações lá nas alturas, criando novas figuras para a galeria de bons personagens da série. David, ameaçador e instável como nitroglicerina filho de um dos barões do cartel de Cali e Salcedo, o técnico de segurança, mostram que sempre há espaço para ser memorável. Agora é embarcar para o México, que inicia um novo ciclo de personagens, locação e história. Até lá. (****1/2)

Ótima cartada do  Netflix.  Ambas temporadas com (****)

sábado, 27 de outubro de 2018

A Maldição da Residência Hill (****1/2)

Essa produção de horror da Netflix é uma ótima adição aos bons produtos para apavorar os corações e mentes dos aficcionados.
Sabido é que as obras de terror são as que mais sofrem com clichês, sustos fáceis, histórias sofríveis e que falham em sua maioria em sua função precípua: causar medo.
Eis que Mike Flannagam mais uma vez nos convida para boas horas de medo e susto, feito de forma muito competente e esmerada, com nível de produção e efeitos muito bons.
As imagens e entidades que permeiam a obra são grandes ideias visuais tanto pela sua aparência quanto por seu comportamento, encapsuladas em conjunto a uma trilha sonora de acordo.
Mansões mal-assombradas são recorrentes nesse tipo de cinema, mas o que engrandece a obra de Flannagam, além de atores excelentes, que dão veracidade e empatia pelos personagens, é a forma que é contada, como num caleidoscópio de idas e vindas no tempo, que a princípio parece quebrar a narrativa, mas o truque se torna grandioso quando em certo momento as linhas temporais dessa trama vão se encaixando e adquirindo forma para nos surpreender com a maestria de sua construção.
Os episódios giram em torno de 50 min a 1h10 e nunca cansam, causando no espectador aquela sede de maratonar que é recompensada por essa belíssima jornada de terror, amizade, coragem e contrição. O final é quase lírico, e não causa espanto essa série estar no top 100 do Rotten Tomatoes de séries de Terror. (****1/2)

PS: curiosamente, um dos protagonistas da história acima tem paralisia do sono (ou não) como eu descrevi aqui e conversa com um especialista no assunto no seriado, mas vejam, o fato ocorreu ANTES de eu assistir o seriado, o que configura mais alguma daquelas coincidências estranhas da vida!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Relato do além - Paralisia do sono ou espírito opressor?

Lá pelos meus 20 anos dormíamos no meu quarto eu e meu irmão, com 12 na época, aproximadamente.
Avançado da noite, o quarto na penumbra com as parcas luzes da noite filtradas pelas frestas da janela colonial, eu de repente acordo com algo espremendo meu pescoço. Tento falar, só saem gemidos, meu corpo não responde, não consigo me mexer. Meu irmão, aflito, ouve meus balbucios, e começa a me chamar. Eu mexendo somente os olhos, percebo ele levantando, atravessando o quarto até o interruptor, e ligando a luz. Então a pressão se alivia, e eu começo então a conseguir falar e me mexer.

Aqui há uma encruzilhada, mas não de despacho, mas entre ciência e sobrenatural:
- paralisia do sono: a ciência diz que o cérebro desperta do sonho, mas o corpo não, e o sonho ainda deixa vestígios (o enforcamento) no consciente.
- um espírito estaria tentando me enforcar.

Voltando ao relato, confesso que fiquei com os olhos marejados de medo e incredulidade. Fiquei algumas noites assustados com o fato. Não enxerguei nada, nenhuma "entidade".
Hoje prefiro acreditar na explicação da ciência.

PORÉM: há uma semana ocorreu novamente. Dessa vez eu estava sozinho no meu quarto, deitado de lado, a mesma coisa, porém meu chamado não foi ouvido por ninguém, meu filho estava no quarto do lado, porém de fone, sem chance de que ele pudesse ouvir algo.
Fiquei menos assustado, já cravei o carimbo "paralisia do sono" de qualidade!

PORÉM: no dia seguinte, dormindo de novo, meu filho me acorda:
- Pai, você foi beber água?
- Claro que não Junior, estava dormindo, pow!
- Tem certeza?
- Óbvio! Pra isso me acorda, pra perguntar se bebi água????
- Não, porquê ouvi aquele glub do filtro, e quando cheguei lá a água havia derramado no copo e vazado toda na pia.
- WHAT?!
Desci com ele, e a água tinha molhado a pia, o copo cheio. Porém como o filtro tem duas torneirinhas, daquela de pressão que a gente empurra o copo pra água sair. Mas ele tem de ser bem forçado pra poder a água cair. O copo somente encostado não teria força pra poder fazer isso. E a torneira estava pingando, mesmo eu tendo mexido nela pra que de repente ficasse no "lugar".
Eu e meu filho de olhos esbugalhados, voltamos pro quarto pra tentar dormir. Foi difícil.

Dia seguinte, coloquei outro galão já preparando pra tampar a tal torneirinha de algum jeito.
Surpresa: ela não estava pingando uma gota sequer!

Aguardei os próximos dias após para observar se algo de extraordinário voltava a ocorrer.
Nada, porém.
A verdade é: o que pensar disso?????

Demolidor - 3ª temporada (****)

Matt Murdock retorna das cinzas baseado na história de Defensores. Usando como inspiração a mítica HQ do Frank Miller "A Queda de Matt Murdock", o advogado cedo desconfia de que o Rei do Crime, preso, está armando pra poder ficar fora da cadeia.
Usando uma delação premiadíssima, ele consegue seu intento mas suas intenções, claro, não são de bom samaritano. Aqui ele usa o seu clássico terno branco dos quadrinhos. Também de lá vem um dos seus mais incensados, principalmente da fase Miller, nêmesis: o Mercenário, aquele vilão que tem o poder de transformar qualquer objeto em uma arma mortal. Estou no episódio 7 e até o momento ele não está com seu uniforme clássico azul com os alvos (Bullseye, nome original do personagem).
Como já virou uma grife da série, há uma luta sensacional feita em somente um take, aqui numa situação na prisão. Impressionante como cada vez eles conseguem melhorar essas cenas, que enseja uma grande dose de coordenação para fazer funcionar. Sensacional.
Padrão também são as lutas, cada vez mais viscerais, brutais, violentas. A trama tem mais ramificações, mas nem todas são de primeira grandeza, porém o conjunto é de alto nível. Sim, o ritmo começa bem lento, é preciso moderada paciência para poder passar por essa zona inicial pantanosa.
Contudo quando as coisas decolam, é a melhor temporada do Homem Sem Medo. Os vilões são ótimos, e o nível de produção esmerado. A melhor série da Marvel é essa. Que bom, palmas pra netflix. (****)

domingo, 21 de outubro de 2018

Podia ser meu pai, podia ser meu irmão

Lembro dessa música sobre ditadura que o Renato abominava (lembra soldados e "a gente não queria lutar", muitos odiavam, e infelizmente essa onda extremista fez os "rockeiros" passarem pano para proto fascista ditador. O mundo dá voltas, mas as vezes é pra trás e estamos voltando pra 1964 na cabeça de algumas pessoas. Como diz o Renato: "cortaram meus braços / cortaram minhas mãos / cortaram minhas pernas / num dia de verão / podia ser meu pai / podia ser meu irmão / não se esqueça / temos sorte / e agora é aqui." Agora é aqui meus amigos. Agora é aqui.
1965 (Duas Tribos)
Legião Urbana
Vou passar
Quero ver
Volta aqui
Vem você
Como foi?
Nem sentiu
Se era falso
Ou fevereiro
Temos paz
Temos tempo
Chegou a hora
E agora é aqui
Cortaram meus braços
Cortaram minhas mãos
Cortaram minhas pernas
Num dia de verão
Num dia de verão
Num dia de verão
Podia ser meu pai
Podia ser meu irmão
Não se esqueça
Temos sorte
E agora é aqui
Quando querem transformar
Dignidade em doença?
Quando querem transformar
Inteligência em traição?
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa?
Quando querem transformar
Esperança em maldição?
É o bem contra o mal
E você de que lado está?
Estou do lado do bem
E você de que lado está?
Estou do lado do bem
Com a luz e com os anjos
Mataram um menino
Tinha arma de verdade
Tinha arma nenhuma
Tinha arma de brinquedo
Eu tenho autorama
Eu tenho Hanna-Barbera
Eu tenho pera, uva e maçã
Eu tenho Guanabara
E modelos revell
O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país do futuro
O Brasil é o país
Em toda e qualquer situação
Eu quero tudo pra cima
Pra cima, pra cima

Músicas pra sempre: A primeira vista - Daniela Mercury

Estava a discutir com uma amiga sobre uma música que mostrei a ela, e recebi a resposta que era velha. Lembrei da frase sobre a beleza ser uma alegria perene. Sou muito saudosista em se tratando de música. Preguiça de garimpar o novo. My mistake.
Adoro visitar velhas canções e não tanto velhos amigos. Ambos podem melhorar ou piorar com o tempo. Only time will tell.
Mas voltando a canção do título, ela foi composta na fase áurea de Chico Cesar, e foi lindamente arranjada para a hypada na época Daniela Mercury.
A aura de mistério da canção, com seus fonemas musicados, além de alguns instrumentos incomuns na música pop, já não bastasse ainda tem uma letra linda que reproduzo abaixo que ela inteira não merece reparo. Estava separando as estrofes pra ficar bonitinho mas o programa de blog tá tão cagado que preferi fazer exame de próstata com o doutro ET. Mas sério, só por esses versos já vale o Nobel: "quando o olho brilhou, entendi / quando criei asas, voei" "Quando me chamou, eu vim / quando dei por mim, tava aqui / quando lhe achei, me perdi / quando vi você, me apaixonei". O cara estava estupidamente apaixonado e inspirado, o que é o gerador de belas músicas mais comum na história das belas músicas em qualquer tempo e lugar. Vai o link da versão da Daniela, mas a dele é mais seca e crua, só violão e voz, mas prefiro a da Mercury pelo arranjo lindão mesmo.


https://www.youtube.com/watch?v=Yl99dYPO-hY

A Primeira Vista

Chico César



Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan
Ohhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan
 
Quando não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando tive coragem, liguei

Quando chegou carta, abri
Quando ouvi Salif Keita, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan

Quando me chamou, eu vim
Quando dei por mim, tava aqui
Quando lhe achei, me perdi
Quando vi você, me apaixonei

Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia
A hin hingá do hanhan
Ohhhhh!
Amarazáia zoê, záia, záia

sábado, 20 de outubro de 2018

Better Call Saul - 4ª Temporada (****1/2)

E assim vamos chegando perto dos finalmentes da transformação de Jimmy McGill em Saul Goodman. Em como um persistente trambiqueiro realiza sua luta inglória para se tornar um advogado, sob a sombra do irmão genioso e genial.
Claro que não poderiam faltar personagens vitais de Breaking Bad convivendo desde a gênese do advogado trambiqueiro e que não jogava com as regras. Destarte é recompensador ao fã daquela série reencontrar o cerebral Gus Fring e seu futuro fiel escudeiro de escaramuças Mike Ehrmantraut com sua fleuma aparente apenas na superfície. Ou então os temidos irmãos Salamanca, assassinos gêmeos de aluguel. Claro, Hector Salamanca que um dia foi um implacável traficante, e que na série vemos ir parar na cadeira de rodas após uma apoplexia causada pelo sobrinho, e nessa temporada começa a fazer as caretas e maneirismos que tanto nos divertia e dava medo na sua série de origem.
Saul tenta reaver a licença para advogar enquanto arruma um emprego de vendedor de celulares, espertamente vendendo privacidade já que esses equipamentos ainda estavam no embrião e só serviam mesmo para fazer chamadas.
Uma coisa que impressiona é o alto nível de produção, o que rende uma obra rica, bem cuidada, bem pensada, de belíssimas paisagens na aridez americana, que como vemos está amiúde 100% nas almas, parafraseando Drummond.
Quandro engrenei na série, praticamente vi numa tacada só, e mais uma vez os produtores lograram enorme êxito em reviver esses personagens tão queridos e únicos nesse universo de crime e aqui, vez ou outra, humor. Aguardamos o que está por vir com expectativa. (****1/2)

domingo, 14 de outubro de 2018

O Apóstolo - Netflix (***1/2)

Um ex-padre vai a uma ilha resgatar a irmã desaparecida. Porém tem de ir incógnito pois na tal ilha há um culto com rituais sinistros que irão sendo descobertos pelo protagonista a medida que ele vai avançando nas investigações. O clima é hostil e sombrio, o personagem principal pouco empático, talvez proposital pelo seu vicio em láudano, e há cenas por vezes bem violentas. Há toda uma identidade visual e mitologia próprias, além de personagens que adoramos odiar. Um filme acima da média no gênero suspense/horror. Porém certamente não é um filme fácil. Mais um acerto do Netflix. (***1/2)

domingo, 30 de setembro de 2018

Ghost Stories (****) e Aterrados (***)

Um cético estudioso e desmistificador de golpistas paranormais resolve encontrar um antigo apresentador que tinha a mesma linha de pensamento. Cameron, o nome do indivíduo, que muitos julgavam morto após seu desaparecimento, parece estar em dúvida quanto a obra de sua vida, e entrega a Goodman, o protagonista, três casos que não tem explicação lógica ou científica. E aí começa a caçada do protagonista em conhecer e chegar a uma conclusão sobre os misteriosos eventos. A partir daí é se divertir e assustar com as histórias, que tem ótimo clima e alguns sustos. Porém convém ao espectador ser observador, pois esse ótimo filme de fantasmas britânico que conta com Martin Freeman e o garoto que faz The End of The Fucking World como estudos de caso, vai deixar pistas sobre a história como um todo. E dá-lhe plot twists até o final do filme.
Muito prazeroso ver um filme bem elaborado, assustador e surpreendente.

Como adendo, assisti a outro filme que não tem a força da unidade bem urdida do filme acima, porém proporciona imagens impactantes e assustadores (até uma cena em homenagem a Cemitério Maldito, profano filme baseado na obra de Stephen King), um clima e trilha sonora muito adequadas, uma hora de agonia, porém no final se perde em uma realização final pouco esmerada: o argentino "Aterrados", que recebe porém um justo (***). Sendo breve, um espírito assombra uma casa, levando seus donos e o vizinho a tentarem ajudas de investigadores do oculto para tentar descobrir o que lhes aflige.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Causo - Coisas de vó e o pirulito misterioso

Criança pequenina é um bichinho que tem de ficar de olho, de lupa, atenção total. Lembro aliás, das infames balas soft, aquelas que pareciam um mini disco-voador, de diversas cores e sabores, e que segundo lendas correntes na época, já haviam matado várias crianças desavisadas.
Então quando meu garoto era um pirralinho, estava ele no colo da vó materna chupando um pirulito desses comuns. Papo vai, papo vem, eis que só o palito resta na mão do garotinho.
A vó, desesperada, começa a olhar dentro da boca, garganta, já querendo levar pro raio-x, dando tapinhas nas, "meu Deus, cadê o pirulito". Até que ao pegar das mãos do Junior a haste do pirulito, descobre que ele estava pegando o pirulito do lado contrário, encontrando assim o misterioso pirulito sumido. :)

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Sabe o que acontece comigo - Garotos da rua

Sabe O Que Acontece Comigo

Garotos da Rua


Quando ela usa aquela blusa transparente
Que já deu acidente de trânsito
Veste aquela calça justa
Com jeito maroto, colada no corpo
Quando ela usa aquela minissaia
Que parece tanga na beira da praia
Até o tempo muda
Quando ela passa atraente e atrevida
Provocante em tudo
Deixando todo mundo mudo
Me pisca o olho de um jeito explícito
Quando ela passa e deixa seu cheiro no ar
Eu fico tonto
Com vontade de amar
Sabe o que acontece comigo?
Incendeia o meu corpo
Sabe o que acontece comigo?
Me enche de paixão
Sabe o que acontece comigo?
Eu não domino mais o meu coração
 

sábado, 22 de setembro de 2018

Desejo de Matar (***)

Essa refilmagem do clássico dos anos 70 estrelado por Charles Bronson é o típico sinal dos tempos que vivemos, inclusive aqui. Trump, Bolsonaro, armas, vingança. Se nos 70 o recrudescimento dos filmes violentos americanos era um desafio a censura e um novo terreno para os filmes policiais, hoje é apenas um produto que tem a cara da figura do bronco.
Willis é um doutor e tem a família atacada por facínoras. Ele tenta sobreviver a tragédia e ao ver que a polícia não tem muita possibilidade/vontade de elucidar o crime, caberá ao personagem resolver tudo na bala. Demorando a engrenar, porém quando a ação começa o filme consegue agradar e ser um passatempo daqueles para desligar o cérebro. Um detalhe nessa refilmagem é que o personagem do vigilante é mais vulnerável que o interpretado por Bronson, que era uma máquina de matar praticamente inexpugnável.
Mas não, não vale uma ida ao cinema. (***)

The Americans - Até que enfim!

 Post do face sobre a vitória do excelente Matthew Rhys no emmy!

"Finalmente The Americans consegue vencer um mísero Emmy. Uma das grandes séries atuais, altíssima qualidade de roteiro e interpretação, inversamente proporcional a quantidade de pessoas que a conhecem. Esteve na netflix mas somente a primeira temporada. No caso foi vencedora no Emmy de melhor roteiro no seu episódio final. Até que enfim! A história de dois espiões russos infiltrados em plena guerra fria nos EUA vivendo como uma família típica americana, nos anos 80, além dos visuais típicos, consegue entreter, emocionar e chocar, além da atuação primorosa de Matthew Rhys e Keri Russel como os vilões (ou anti-heróis) sempre no fio da navalha de serem descobertos. Clap clap
EDIT: Matthew Rhys venceu como ator em série dramática! Como Borges, ele poderia dizer que indicá-lo para não vencer era uma tradição do Emmy, só que diferente daquele, dessa vez a justiça foi feita! Sensacional!"


https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/18/a-vinganca-incompleta-de-the-americans-que-saiu-do-emmy-com-dois-trofeus.htm

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Ghoul - Netflix (***1/2)

Uma policial com um passado conturbado com o pai, o qual ela envia para uma prisão num futuro distópico, e nesse local secreto irá fazer um interrogatório de um perigoso terrorista. Passado e presente vão formando o quebra cabeça, enquanto o sobrenatural inicia seu festival de horrores. As imagens são aterrorizantes, principalmente porque a produção sabe jogar com o suspense alternando luz e escuridão em cenas de alta tensão e estranheza, como na primeira visão que ela tem de seu pai.
A minissérie compõe-se de 3 episódios apenas, o que poderia gerar um filme que não seria problema. De se elogiar a parte sonora dessa produção indiana que trata de uma lenda local (o Ghoul) fazendo com que algo localizado seja apresentado ao mundo ocidental num bom suspense, que se ressente de uma certa prolixidade, contudo é uma alternativa interessante para uma matinê. (***1/2)

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

{SOLUÇÃO} Redmi Note 5 e o bug de envio de audio no whatsapp

Um bug muito persistente, que a xiaomi não conseguiu resolver até agora está deixando todo mundo de cabeça branca (sem duplo sentido!).
Mas para quase tudo na vida há um jeito, então segue.
Vá em google, naquela tela que aparece o feed de notícias. No canto inferior direito vá em configurações, em google assistente vá em configurações > telefone > e desmarque google assistente.
Reinicie o telefone.
Seja feliz.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Into The Badlands - 3 episódios (****)

Imagine um futuro distópico onde barões controlam territórios onde são traficados escravos e produzidas drogas, as batalhas travadas na base da espada e soco, uma mistura de moderno e ultrapassado. 500 anos após o colapso da humanidade, as armas foram banidas, os exércitos são treinados para cada indivíduo ser uma arma. Daí surge uma sociedade feudal num mundo distorcido e beligerante.
Dos produtores de pulp fiction e Django livre e dos criadores da série sobre o superman Smallville, essa série tem um que de dramalhão em seus ganchos ao final de cada episódio, porém é nos visuais em tons fortes, notadamente vermelho, na violência gráfica, e nas lutas, espetaculares que a série se distingue! Os dubles são de alto nível, as lutas excepcionalmente coreografadas, numa homenagem fora de época para O tigre e o Dragão. Uma pista para essa qualidade de pancadaria se observa na equipe, com vários nomes do cinema oriental. Um Clipper, lutador como um samurai do "Barão" por acaso esbarra com um escolhido que contém poderes misteriosos. Há um clã só de mulheres, há mortes impactantes, há um quê de HQ aqui e ali, seja nos ângulos, seja nas imagens, belas imagens.
Se não gosta de violência e pancadaria, fique longe. Caso adrenalina seja seu métier, embarque, que a octanagem é alta! Um sopro de vida de um canal que nos deu Walking Dead que cada vez mais se aproxima da morte, enquanto Into The Badlands vive!  (****)

domingo, 5 de agosto de 2018

Frase II

"Twice as hard/ as it was the first time / I said goodbye"

Frase

"Cause Sometimes salvation / in the eye of the storm"

Tecnologias desaparecidas: Discman

Lá pelos 90 até 2005, mais ou menos, era comum portar o Discman, um aparelho de cd portátil que era um must pra quem gostava de música como eu. Tive um que usei de forma abusiva até, uma época de ouro dos cds antes do advento da pirataria institucionalizada dos mesmos, e o seu nêmesis, o MP3.
Um dos pontos fracos dessa tecnologia era evidente: a autonomia. Como era alimentado por pilhas AA, caso não se dispusesse de pilhas recarregáveis, e mesmo com elas, não duravam muito. Isso porque num CD comum, as músicas tem em torno de 70 mb cada uma, e por consequência o cd tinha de ser lido o tempo todo, o que implicava em o motor dele em funcionamento sugando a energia tão preciosa. Era o que havia na época, e foram horas ouvindo música no fone até que houve o advento do discman de MP3!
Dessa vez valia a pena. Como cada mp3 gravita em seu tamanho entre 4 a 6 megas, o aparelho dava uma funcionada rápida (girando o disco), lia o mp3 e arquivava na memória interna dele, e parava. A autonomia aumentou assustadoramente, de forma que um par de pilhas permitia ouvir centenas de músicas.
Aliás, fato muito comum era ter um gravador de cd no pc, e assim baixar os mp3 ou então pegar um cd de música e converter para mp3. Depois gravar a coletânea e se divertir. Tenho até hoje algumas, que devido a qualidade indigente de algumas mídias tem músicas corrompidas, ilegíveis.
Lembro que fazia faculdade em 2003, e como ia de van, podia se recostar na cadeira e até tirar um cochilo ao som de diversos sons. Até porque só rolava rádio na van, e as rádios não são pródigas, principalmente parada de sucessos, em entregar boa música.
Evidente que essa tecnologia foi soterrada com os smartphones, que além de tocarem mp3, podem fornecer também tanto rádio FM quanto rádios online ou aplicativos de som como spotify.
Eram tempos heróicos, saudosismo bate forte, mas o avanço é notório e não há como ficar parado no tempo. RIP Discman e seus assemelhados.

sábado, 28 de julho de 2018

Missão Impossivel Efeito Fallout (****1/2)

Um grande indicador de filmes de duração acima de duas horas que não entendiam é quando não se percebe que essas horas decorerram. E é exatamente essa a sensação após terminada a sessão desse novo filme da franquia MI.
Certamente um dos melhores filmes de ação dos últimos tempos, assim como é o melhor da série, com Tom Cruise fazendo valer cada centavo do seu cachê com ação incessante, trama multifacetada, reviravoltas e grandes vilões.
Ethan Hunt dessa vez está a caça de um grupo terrorista Os Apóstolos que tentam se apossar de três ogivas nucleares que podem causar eventos nucleares monstruosos, ao mesmo tempo que o agente tenta recuperá-las. Só que Hunt de certa forma é causador dessa situação e terá de interagir com um agente da CIA, interpretado por Cavill, ao mesmo tempo sardônico e ameaçador.
Como é praxe nesse tipo de filme, as locações se espalham por várias cidades do globo, dando aquele ar cosmopolita.
O nível de produção é grandioso e os efeitos visuais impressionantes. As cenas de ação são intensas e empolgantes, como a sufocante sequência de paraquedas, as perseguições de trânsito, havendo até uma suicida de helicóptero!
As coreografias de luta são feitas de modo que a cada soco parece ter o impacto de um aríete, principalmente quando envolve Cavill, que está parecendo um colossus de carne e osso, e a cena no banheiro é prova inconteste disso.
Claro que o fato de Cruise não usar dublês, e ter se machucado no tornozelo numa das sequências de salto de um prédio a outro valorizam ainda mais sua atuação sofrida, suas expressões demonstrando cada atitude e angústia de seus atos, como um dos agentes deixa claro em certo momento da película.
Um espetáculo de ação brilhante e de tirar o fôlego, personagens interessantes e que despertam empatia em quem assiste, o humor por vezes incidental que adiciona leveza num filme muitas vezes brutal. Pode ir na fé que é sucesso. (****1/2)

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Vinny e o universo paralelo de canções

Quem conhece ou ouviu falar do Vinny, o irmão perdido do psicopata da copa russo, talvez vá se lembrar somente da infame Mexe a Cadeira, uma canção que surfou na onda do funk e deu notoriedade no mau sentido para essa cara.
Mas claro, nem só de porcaria se vive, e então esse cara fez duas canções pop românticas muito belas, cheias de um balanço e muita competência lírica que pouco depois surgiram no decorrer da carreira dele, inclusive o levando até o Rock in Rio.
Uma delas é a que reproduzo a letra abaixo, Te Encontrar de Novo, que tem um loop de bateria mas é calcada em violões dedilhando, um wah no pré-refrão e uma letra cantada de forma meio blasé do cara, porém o que a letra vai despejando é sim dor amorosa, do passado que poderia ter sido e não foi. "me lembro de te ouvir dizer / a vida é muito curta pra se arrepender / por isso faça o que você quiser". O refrão é puro e belo pop esmerado que está a milhas da mexe a cadeira!
A outra está no post anterior, uma canção feita em parceria com o parceiro de muita música que você já ouviu tocar e não sabia que ele estava envolvido. Falo do poeta Bernardo Vilhena, que fez letras por exemplo pra Lobão e Ritchie, só pra citar alguns. A canção tem uns violões com uma levada meio folk, e na versão ao vivo isso fica mais patente. Outra gema desse cara que só por essas belezuras já tem lugar cativo entre as canções que eu sempre vou revisitar e apreciar. "eu vejo teu olhar nos meus sonhos / eu posso te encontrar sempre assim  /eu posso imaginar outros planos / num universo paralelo ter você pra mim". WOW

Te Encontrar de Novo

Vinny


Yeah, Yeah, tchubirawn down down
Yeah, Yeah, tchubirawn down down
Yeah, Yeah, tchubirawn down down
Hum hum, me lembro de você entrar
No meu carro, no meu quarto, onde quer que eu vá
Até te vi pela televisão
Hum Hum, me lembro de você aqui
De noite acordada pra me ver dormir
Segurando a minha mãoEntão, pede mais um trago
Acende um cigarro
Fica um pouco mais
Teu relógio tá louco
Espera mais um pouco
Agora tanto faz
Hum Hum, me lembro de te ouvir dizer
A vida é muito curta pra se arrepender
Por isso, faça o que você quiser
Hum Hum, já que nada muda por aqui
Só você que sabe o jeito de fazer sorrir
Parece até que eu inventei você
Então, pede mais um trago
Acende um cigarro
Fica um pouco mais
Teu relógio tá louco
Espera mais um pouco
Agora tanto faz
Uhh, eu quero te entender
Uhh, eu quero te encontrar
Te encontrar, te encontrar, te encontrar de novo


Universo Paralelo - Vinny

Universo Paralelo (Vinny, Bernardo Vilhena)

Vinny


Lembro de nos dois olhando as estrelas
A noite perfeita, loucura e prazer
Será que existe alguém assim em outro planeta
Amando um outro alguém como eu amo você
Ouço essa canção tocando no meu quarto
E nem ao menos sei onde você está
A saudade é uma faca no meu peito
Eu tenho o teu silêncio pra me sufocar
Fecha os olhos, roda o mundo, deixa a vida te levar
Eu me prometo um dia te encontrar
Eu vejo o teu olhar nos meus sonhos
Eu posso te encontrar sempre assim
Eu posso imaginar outros planos
Um universo paralelo ter você pra mim
Um universo paralelo ter você pra mimEu tenho um coração partido bem no meio
Como aquelas fotos que você rasgou
Longe de você esse planeta é triste
Não exite vida sem o teu calor
Ouço essa canção tocando no meu quarto
E nem ao menos sei onde você está
A saudade é uma faca no meu peito
Eu tenho o teu silêncio pra me sufocar
Fecha os olhos, roda o mundo, deixa a vida te levar
Eu me prometo um dia te encontrar
Eu vejo o teu olhar nos meus sonhos
Eu posso te encontrar sempre assim
Eu posso imaginar outros planos
Um universo paralelo ter você pra mim
Um universo Peralelo
Eu vejo o teu olhar nos meus sonhos...

https://www.youtube.com/watch?v=Q1Pk61qbY9o


sexta-feira, 13 de julho de 2018

Filosofia relacionamento #2

Os acontecimentos ou não estão sob nosso controle, ou fogem dele. A aleatoriedade é a marca de deuses que se regozijam de nosso suposto controle sobre nossas vidas.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Hope of deliverance - Paul McCartney (link)

I will always be hoping, hoping
You will always be holding, holding
My heart in your hand
I will understand 
I will understand someday, one day
You will understand always
Always from now until then
When it will be right, I don't know
What it will be like, I don't know

We live in hope of deliverance from the darkness that surrounds us
Hope of deliverance
Hope of deliverance
Hope of deliverance from the darkness that surrounds us
And I wouldn't mind knowing, knowing
That you wouldn't mind going, going along with my plan
When it will be right, I don't know
What it will be like, I don't know

We live in hope of deliverance from the darkness that surrounds us
Hope of deliverance
Hope of deliverance
Hope of deliverance from the darkness that surrounds us
Hope of deliverance
Hope of deliverance
Hope of deliverance from the darkness that surrounds us
Hope of deliverance
Hope of deliverance
Hope of deliverance from the darkness that surrounds us
Hope of deliverance
Hope of deliverance (I will understand)
Hope of deliverance
Hope of deliverance (I will understand)
Hope of deliverance
Hope of deliverance (I will understand)

domingo, 8 de julho de 2018

A bruxa - Netflix (****)

Uma família no século 17 é expulsa da vila onde vivem por alguma razão que não é mostrada ostensivamente ao espectador. Indo viver isolados perto de uma floresta, a família passa por eventos dramáticos e algo funesto acontece que leva a um desenrolar ainda mais perturbador.
A filha mais velha, despertando para a puberdade, passa a ser perseguida e não sabemos se isso se deve a puro preconceito a exuberância florescendo da garota ou fruto das necessidades e ignorância da época da caça as bruxas.
Interessante nesse filme é que muitas vezes o assustador e macabro deriva de sugestão, ou de truques como num momento que um personagem olha para dentro da floresta e a câmera vai fechando no zoom em um ponto, onde, claro, temos o olhar atraído, e na penumbra tentamos encontrar algo, a música se torna mais cheia de suspense... e não há nada. E muitas vezes se trata disso, como quando crianças somos sugestionados pelo medo e até periga vermos o que não existe.
Há cenas que lidam com as sombras do ambiente e dos personagens, além de figuras tradicionais das lendas ou da religião, como o bode, que virou até meme, que está presente numa das cenas angustiantes do filme. Uma visita a uma bruxa também na floresta impenetrável quase a visão externa gera um clima persecutório e apavorante que poucos diretores conseguem lograr êxito e lidando quase sempre com o não visto.
A religião, a ignorância, temas universais e que impactam a vida da mulher, da adolescente acusada de bruxaria, e o final que pode desagradar alguns, como no dia que assisti no cinema, onde a maior parte do público fez um "já acabou? esse é o final?" mostrou que eles não aproveitaram a viagem e também não gostam de finais não tradicionais ou realistas, quem sabe. (****)

terça-feira, 26 de junho de 2018

Hereditário (****1/2)

O cinema de terror principalmente sobre temas demoníacos tem ao longo do tempo perdido seu potencial de assustar devido a incredulidade dos anos 2000, assim como do excesso de filmes de terrir, ou de filmes ruins mesmo desgastaram o tema. Inumeráveis maus exemplos de cinema de horror são o purgatório de quem busca boas tramas, seres instigantes e a fuga do susto fácil.
Então eis que ocasionalmente aparece um corpo estranho como Hereditário, uma obra realmente assustadora, bizarra e bem urdida. Com uma trilha sonora, filmografia, história e atuações impecáveis, esse todo funciona como uma orquestra tocando música clássica. Não tinha como dar errado. Uma família enlutada pela perda da mãe da protagonista, dentre traumas passados e ressentimentos ainda presentes, vão sendo envolvidas em situações que são pequenas peças de quebra-cabeças muito maior que a vida. Trabalhando em maquetes, que muitas vezes representam suas próprias angústias, nos faz perguntar se apenas estamos vendo sua mente perturbada ou a ação de um titereiro que assiste tudo nas sombras. Nesse meio tempo imagens perturbadoras, situações inesperadas, agonia e medo, Tudo pode acontecer a qualquer um, como na vida. Uma obra em tres atos, desde os maneirismos de personagens, até um quê investigativo na forma que se vai descortinando a história, nenhum detalhe deve ser negligenciado. Se o medo é muitas vezes sugestionado no seu inicio, e a presença do mal apenas vislumbrada. Porém o pior, sim, está por vir, e o final, inesperado e tenebroso, acaba por nos fazer pensar sobre o que vimos, uma obra superior como há muito não se encontrava. O mal está aqui. (****1/2)

Poema: Lente

A lua
Da lente
Mente.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Sabedoria

18h18 hours ago
 
Se você precisa implorar, você nunca vai ter. Se você precisa sofrer, não é pra você. Se acaba com sua autoestima, é hora de se retirar. O amor é leve e seu ingrediente principal é a reciprocidade. Fora disso não é amor, é ilusão.

domingo, 24 de junho de 2018

Fauda - Netflix (****)

Série israelense sobre um strike team anti-terrorista, Fauda (significa Caos) tem um ritmo muito parecido com 24 horas, até em alguns maneirismos, como imagens de drones, a câmera na mão, ação frenética. Doron é o líder do esquadrão que ao estar retirado após matar Hamed, é chamado de volta após a notícia que na verdade o terrorista não morreu. Ao tentar capturar Panther, codinome do terrorista, a operação dá errado, o que vai gerar uma situação de caos do título, com direito a atentados, assassinatos, muita ação, embora tenha seus momentos até românticos, vá lá, mas o foco são as intrigas políticas do paiol de pólvora que vive o Oriente Médio. Brutal, violento porém bem conduzido e produzido, com uma trama muito enxuta, em episódios em média de 40 minutos, é daquelas séries que quando se percebe já se vai a primeira temporada escorrendo pelos dedos. As duas temporadas estão disponíveis no netflix, e é uma ótima opção para sair do lugar comum dos produtos norte-americanos, embora Fauda tenha muito de algumas delas, mas com aquele exotismo até da linguagem palestina e de israel, além de um insuspeitado bom humor, que imaginamos não haver na sisudez daquelas bandas. (****)

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Twittadas

7m7 minutes ago
INCRÍVEL FUNCIONA MESMO! Beba 9 cervejas, pegue seu celular no dia seguinte, aperte "ligações recentes" e o nome de quem vc ama vai aparecer

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Inspiração - barusso

recentemente reparei
que em poucas vezes que respirei
não lembrei-te

jean carlo barusso - inspiração

domingo, 17 de junho de 2018

#ehcopaporra

Ano todo: final de semana é sem horário, de jogar fora o relógio
Começa a copa: 6 a 8h sab/dom reservados a assistir jogos religiosamente!
#ehcopaporra

The Glitch / A Falha (Netflix) (****)

Sempre que um gênero estabelecido apresenta um novo olhar, fugindo do lugar comum e ortodoxo, é como uma lufada de ar puro em meio a prisão do cinemão comercial.
É sabido que dificilmente iremos encontrar esse olhar transgressor no cinema, obviamente, e muita gente competente e de ideias interessantes destarte fugiu para a égide das séries.
Preâmbulo gigante para destacar essa série original Netflix, de origem australiana exibida inicialmente em 2015, que acaba sendo uma mistura dos clássicos de terror Reanimator com a Volta dos mortos vivos. Explico: numa noite várias pessoas simplesmente voltam a vida, amnésicas, saindo de seus túmulos numa cidadezinha australiana. São recepcionadas por um garoto, um policial e uma doutora de forma perplexa, e cada um, aos poucos, irá mostrar sua história e como foram parar no mundo dos mortos.
O interessante da série é que não é pirotécnica nem uma aventura de ação desenfreada, e sim voltada na psicologia e no lado humano. E algo que muitos produtos não levam em consideração, que é toda consequência que pode causar não só o fato extraordinário, mas sim o que esse fato causa na vida das pessoas envolvidas, que seguiram muitas vezes a vida sem o "morto". Há muitas reviravoltas na trama, personagens misteriosos, momentos emocionantes, e atores muito bons, que ajuda na dramaticidade dessa bela história de vivos e mortos que não querem ficar mortos. Vencedora de prêmios no seu país, merece a descoberta. Primeira temporada termina com uma revelação daquelas. A segunda temporada está disponível e ao terminar farei mais um post. Cotação: (****)

Brasil Campeão / Deu zebra


Quando a cremosa usa Facebook e você o twitter


sábado, 16 de junho de 2018

TWRP no Redmi 5 Plus pedindo senha? Solução

Quando ao instalar o TWRP no seu smart o programa pedir senha, basta ir em cancelar nessa tela, depois em wipe data e reiniciar pro recovery. Pronto, agora podes fazer o que quiser no seu smart como por exemplo instalar roms. Detalhe que claro, vc tem de fazer o backup de suas coisas antes, pois perderá o que estiver no celular.

Edit: usei o twrp orange fox e nele já aparece disponível a partição interna, ou seja, ele desencripta. Tentem que comigo funcionou perfeito!

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Olho no umbigo - Barusso

no fim
eu só queria ser eu
você só queria ser você
e ninguém mais
pensava em nós
nem nós mesmos

jean carlo barusso - olho no umbigo

sábado, 2 de junho de 2018

Finis Africae foi o nosso Joy Division suingado!

Hoje um post no facebook do Marcelão professor me lembrou o Finis Africae (se pronuncia Africe), aliás, fui no post dele pra dar pitaco, dessa banda que fez um sucesso relativo lá nos 80 do meu coração.
Vinda de brasília, aproveitou a onda de Legião, capital, plebe rude para capitalizar visibilidade dentre a miríade de bandas que rolavam e deitavam na onda do Brock.
Formada por Eduardo (vocais), José Flores (Guitarra), Neto no baixo e Ronaldo (bateria), contava com um rock suingado e melodioso principalmente devido ao baixo melodioso (joy divisioniano) e as tramas de guitarra, carregava bem nas tintas romântico-depressivas das letras, como atesta seu maior sucesso, a notória Armadilha (top 40 do ano de 1987), que mostrava uma bela letra de versos como:

Andando entre cacos me sinto em pedaços
E até hoje não sei dizer se está tudo acabado...

Mas não troquei minha boca fechada
pelas suas palavras vazias

Chego em casa tarde e ninguém me vê
Não há nada errado em não saber o que fazer 

Porém no seu primeiro álbum homônimo havia também as palavras amargas de Mentiras:

Escondemos o medo pra sobreviver
faz um dia ou um ano, o tempo nada faz...

A fuga sempre foi um tanto falsa
Insistir no passado é não crer no fim
Não acredite porque eu fiquei
todo esse tempo, eu posso estar feliz!
O próprio tempo faz o que eu nunca quis!

Desse primeiro álbum também veio Máquinas, sucesso radiofônico com o som marca registrada do grupo mas donde se notava que como vocalista Eduardo era um bom letrista, se é que me entendem:

Pode ser que tua sombra deixe marcas no caminho
E os vestígios dos teus atos devolva aos fatos o fascínio
Pode ser,.....
Que tua sombra deixe marcas

Depois em outra encarnação, já com somente Eduardo e Ronaldo, eles lançaram outra canção que fez sucesso brando, Sozinho, uma boa canção pop mas que a letra já não era tão inspirada, caindo na obviedade romântica sem maiores qualidades.

Cega pela pela paixão, você entrou em ação
roubando o meu amor por mim

Nessa época eles fizeram um show quase que pocket, numa boate de Volta Redonda, cidade vizinha donde moro, onde o palco praticamente não existia. Apresentaram seus clássicos e a nova Sozinho, com o baixista e o guitarra emulando as criações de Neto e Flores, que sempre azeitaram as canções do Finis de forma exemplar. Porém, lá pelas tantas uma das cordas da guitarra arrebentou. O que rolou foi que o show continuou de forma meio capenga, com o cara se esmerando em power chords, algo que a banda não trabalha de forma nenhuma, o que descaracterizou o som, e logo eles terminaram o show porque o cara não tinha sequer uma corda extra, ou guitarra que seja. Lamental, como diz a galera...

Como usual, linkzinhos das canções pra quem não conheceu.

Finis africae - Armadilha
Finis africae - Mentiras
Finis Africae - Maquinas
Finis Africae





terça-feira, 29 de maio de 2018

Eis mais uma canção que não está entre as mais conhecidas de uma banda, no caso em questão do Oasis, banda que fez bastante sucesso nos anos 90, com belos álbuns e canções marcantes como Wonderwall, Stand By Me - que tem um clipe belíssimo, tratando do perspectivismo de Nietzsche, se é que você sabe o que estou falando...rs - Supersonic, etc. Embora a banda seja correta, é notório que os músicos são apenas ok, o guitarrista Noel é bem fraco, porém é um grande fazedor de boas canções de rock! Segue abaixo a letra dessa bela canção com uma letra também marcante, e no link a tradução pra ficar mais tranquilo! Thats all folks!

Oasis - where did it all go wrong

Where Did It All Go Wrong?
You know that feeling you get
You feel you´re older than time
You ain´t exactly sure
If you´ve been away a while
Do you keep the receipts
For the friends that you buy
And ain´t it bittersweet
You were only just getting by
But I hope you know
That it won´t let go
It sticks around with you until the day you die
And i hope you know that it´s touch and go
I hope the tears don´t stain the world that waits outside
Where did it all go wrong?
And until you´ve heard
The dreams you bought for your lies
You´ll be castaway
Alone under the stormy skies
But I hope you know
That it won´t let go
It sticks around with you until the day you die
And i hope you know that it´s touch and go
I hope the tears don´t stain the world that waits outside
Where did it all go wrong?
 
 

domingo, 27 de maio de 2018

Cargo (Netflix) - ****

Filmes de zumbi em particular e de terror em geral abundam em serem óbvios e com histórias pouco inspiradas. Uma fileira por vezes de clichês que acabam gerando obras onde acabamos por não nos importarmos com os personagens e seu destino.
Esse preâmbulo, é claro, visa apresentar a exceção a regra, esse belo e emocional filme de zumbi num mundo pós-apocalíptico, situado na austrália.
Com isso lança mão de belíssimas locações, e cria uma nova mitologia nos filmes de zumbis, com os, vamos dizer, zumbis-avestruz, que enterram a cabeça no solo para terminar a transformação em máquinas de comer gente. Um relógio, a partir da infecção, conta em tempo decrescente, as 48h até a transformação.
Freeman e sua mulher e filha vão sobrevivendo aos trancos e barrancos, lutando cada dia por vez, até que um acontecimento desestrutura a família. Então se torna uma corrida de gato e rato, enquanto somos apresentados a novas características dos mortos-vivos, o que gera a busca de soluções do protagonista para resolver e ultrapassar os percalços que se envolve de fuga em fuga. Seres humanos assim vão tentando retomar a vida da peste zumbi porém por vezes se tornam, como em Walking Dead, seus próprios nemesis. Violento, tenso, angustiante e com belas imagens, apresenta uma performance excelente de Martin Freeman, assim como de seus pares, e graças a isso e a história bem desenvolvida, nos joga nos braços um suspense de alta octanagem e ao contrário de alguns filminhos de terror acri-doces, nos inflige um verdadeiro vale de lágrimas. Seu ritmo comedido e de acontecimentos por vezes bruscos na sua resolução geram uma sensação persecutória e de perigo iminente incomuns. Um grande acerto do Netflix, merece estar na galeria de grandes obras de zumbis do cinema recente. (****)

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Andrea Dória - Legião Urbana

Uma das músicas mais queridas da Legião se esconde no álbum 2, aquele mesmo que aos 15 anos foi minha estréia, em grande estilo, em um show de rock.
Como é sabido por muita gente inteligente, as músicas que ficam muitas vezes não são aquelas que fazem mais "sucesso", não necessariamente, embora não seja excludente que qualidade esteja imbuída de uma bem sucedida carreira radiofônica.
Curioso lembrar isso já que no show de 1986 a Legião não tocou esse clássico, uma das letras mais bonitas criadas pelo Renato, de uma delicadeza e verdade raras, e não diamantes feitos de pedaços de vidro. Reproduzo a letra e link do youtube dessa canção clássica.
Engraçado que o título vem de um navio que afundou em 1956, que como a juventude, as vezes cai nas malhas da hipocrisia, destruindo assim planos e sonhos e acaba por naufragar. Renato resolveu criar essa canção que é um diálogo, surgiu quando ele conversava com a mãe de Bi Ribeiro e uma colega que estava para baixo.
As belas frases dessa canção são uma antologia de boa letra e lirismo.

"Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais / faríamos floresta do deserto / e diamantes de pedaços de vidro"

"Até chegar o dia em que tentamos ter demais / vendendo fácil o que não tinha preço"

"Quero ter alguém com quem conversar / alguém que depois / não use o que eu disse / contra mim"

"já me acostumei / com a estrada errada que eu segui / e com a minha própria lei / tenho o que ficou / e tenho sorte até demais / quando sei que tens também"

Renato canta contido e no final parece querer rasgar o peito na resignação do que não deu certo. A leve trama de guitarras dedilhadas e violão, a bateria naquele ritmo acelerado de chimbau dos anos 80, recendendo a The Smiths com sua letra confessional. Um clássico. Bela, belíssima canção.

ANDREA DORIA
(LEGIÃO URBANA)
 Às vezes parecia que de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro
Mas percebo agora que o teu sorriso
Vem diferente
Quase parecendo te ferirNão queria te ver assim
Quero a tua força como era antes
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada
Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto
Até chegar o dia em que tentamos ter demais
Vendendo fácil o que não tinha preço
Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse contra mim
Nada mais vai me ferir, é que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui e com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como sei que tens também

Andrea Doria - Legião Urbana

terça-feira, 22 de maio de 2018

App de rádio

Diquinha da boa de aplicativo de radio online é o RadiosNet, para android. Com uma lista já disponível pra gente poder colocar a estrelinha de favorito nas escolhidas, tem opções de música, futebol, além de AM/FM. E uma boa opção em Flashback / Adulto é a Radio Globo Salvador 90.1 FM, com uma não tão óbvia porém ótima seleção de músicas das antigas pra ouvir. Claro que há boas rádios espalhadas pelo país, acessíveis pelo app, cabendo cada um prospectar seus tesouros. vale a dica porém.

Até os espíritos agora...

Hoje onde trabalho estava na tradicional labuta quando uma paciente me impõe colocar o wifi, que nós rachamos, no celular dela. Pacientemente explico que por ser uma vaquinha, só quem PAGA pode usufruir. E digo não.
A pessoa, acostumada a quase mandar e desmandar lá, fica desnorteada de receber um não e pelas minhas costas depois começa a dizer que vai fazer macumba e que aquele dia era pras pessoas marcarem porque os espíritos não vão deixar barato. Há um velho ditado que é conhecido no mundo do futebol que diz:
se macumba ganhasse jogo o Bahia e Vitória terminaria sempre empatado.
Creio que ela não vai ficar nem um pouco contente de saber que é algo que não me preocupa nem um pouco, ficando mais pelo lado pitoresco da coisa a menção.
Engraçado que alguém vivida, que ela faz questão de contar para os outros, já viveu tanto, se apoquentar com um não tanto assim a ponto de invocar os espíritos da raiva e da discórdia contra um pobre mortal.
Agradeço a deferência e a preferência, mas não será hoje. Nem amanhã nem nunca.
Mas há pessoas que temem por meu destino. Ele já está selado. Ou Não. Selado eu gosto é a carne. :-D

Leftovers - 2ª e 3ª temporada (**** / *****)

Tendo terminado essa excelente série da HBO, após nos haver jogado em meio ao caos novamente no final do segunda temporada, sem maiores spoilers, o criador de Lost e Perrota, autor do livro, que só cobre a first season, e ajudou criar as duas últimas, o maior mérito é simplesmente não explicar o que causou o "arrebatamento". E com isso talvez os idiotas da objetividade fiquem incomodados com esse viés narrativo, porém sem nos apresentar a solução metafísica demais em LOST, teorias científicas são cogitadas e ficam em suspenso, agindo como um contraponto aos muitos signos religiosos que estão inseridos na série. Alguns truques narrativos como o outro mundo, o mundo dos mortos, são quebras na narrativa convencionalista, causando um estranhamento no espectador de forma competente. Mas Leftovers é sobre perda, sobre sobreviver, continuar e nunca desconfiar do mistério e também não confiar somente nele. A música tema abaixo, que estava na segunda temporada, é um divertido interlúdio com o fato de que por vezes a única solução é não saber de onde viemos, pra onde vamos e sim deixar o mistério rolar. O final, como um sopro de esperança, é resoluto em amarrar as pontas, e funciona como um mini-filme de amor, e com sua força narrativa e emocional, graças a interpretação dos protagonistas Nora e Kevin, mostra que as vezes as perdas não podem ser mensuradas objetivamente, pois pode haver uma outra explicação. Impossível não se emocionar com tal coragem e beleza dessa impactante história de um tema tão delicado e controverso. A exemplo de The Americans, outro tesouro que não teve a audiência que merecia. (**** / *****)

Deixe o Mistério Existir

Todo mundo está se perguntando como e de onde eles vieram
Todos estão preocupados sobre onde eles foram
quando toda a coisa aconteceu.
Mas ninguém sabe ao certo e é a mesma coisa pra mim
Acho que vou deixar o mistério existir
Alguns dizem que quando você se vai, você vai para sempre, e outros dizem que você vai voltar.
Alguns dizem que você descansará nos braços do Salvador se em caminhos pecaminosos você não trilhou.
Alguns dizem que eles estão em um jardim, cheio de cenouras e ervilhas pequenas e doces.
Acho que vou deixar o mistério existir.
Todo mundo está se perguntando como e de onde eles vieram.
Todos estão preocupados sobre onde eles foram quando toda a coisa aconteceu.
Mas ninguém sabe ao certo e é a mesma coisa pra mim.
Acho que vou deixar o mistério existir.
(Pausa instrumental)
Alguns dizem que eles foram para um lugar chamado "Glória" e eu não estou dizendo que é um fato.
Mas escutei que eu estou no caminho para o purgatório e não gosto de como isso soa.
Bem, eu acredito no amor e vivo minha vida adequadamente.
Mas eu prefiro deixar o mistério existir.
Todo mundo está se perguntando como e de onde eles vieram.
Todos estão preocupados sobre onde eles foram quando toda a coisa aconteceu.
Mas ninguém sabe ao certo e é a mesma coisa pra mim.
Acho que vou deixar o mistério existir.
Acho que vou deixar o mistério existir.

Lyric

I told you
That we could fly
'Cause we all have wings
But some of us don't know why

sábado, 19 de maio de 2018

The americans (*****)

E vai terminando, já estamos no episódio 8 de sua series finale, e como sempre de forma exemplar vai tecendo suas últimas cartadas para distribuir tensão, dramaticidade e angústia.
A história de agentes soviéticos infiltrados nos EUA dos anos 80 se vale de uma história tensa e poderosa, violenta, adulta, abrindo mão de se valer apenas da nostalgia dos anos idos para conquistar o telespectador.
Causa-me espanto tão poucos desfrutarem dessa produção de altíssimo nível de roteiro, que contudo não faz concessões fáceis as histórias de espiões, antes mostrando os bastidores "sujos" e violentos que são abstraídos dos filmes de agentes secretos,quando não são sanitarizados, e sim mostrados de forma crua e cruel.
Destaque para o trio de protagonistas, notadamente Matthew Rhys, já indicado ao Emmy, que faz um agente que transpira tensão, stress e angústia em sua interpretação de uma pessoa que se desencanta com sua missão, além de ter a consciência afetando suas idéias e atitudes.
Na parte final os agentes estão envolvidos numa rebelião que envolve Gorbachev, que redundará como sempre em mortes e intrigas, além do agente Beeman sentindo que seus vizinhos não são o que aparentam ser.
Se você quer experimentar uma série que não trabalha com a obviedade e o lugar comum, e que tem um desenvolvimento superior e temática adulta e que lhe deixará por vezes chocado, intrigado e surpreso, não perca de forma alguma The Americans. Antes disponível no Netflix, atualmente somente nos torresmos ou talvez na FX ou Fox no Brasil. (*****)