domingo, 24 de agosto de 2014

Blu Studio 5.5s - Review

Já tive um blu life play, ótimo celular desta nova contender android (e pelo que vi recentemente em WP também). Passei uma boa estada com o Nokia Lumia 920, com o já maduro e interessantíssimo windows phone, porém comecei a sentir falta de uma tela maior, me sentia confinado no wp. Após algumas pesquisas, descobri que os WP de telas maiores tinham preços um tanto proibitivos, ao menos para meu bolso. E dá-lhe procurar outros aparelhos em outros sistemas, e eis que me deparo com o Blu Studio 5.5s. Uma evolução do anterior blu studio 5.5, que tinha um processador ligeiramente mais fraco e camera de 5mp.
Na versão recente, temos um mediatek quad core de 1.3Ghz, uma camera de 8mp, tela IPS de 5,5 polegadas Qhd que não faz feio, embora seja abaixo de HD, com boa resposta. O espaço interno ainda é um problema deste aparelho, que libera apenas algo como 2gb para o usuário, embora permita jogar as instalações para o SD.
Falando sobre a performance do aparelho, os apps rodam bem e são raros os lags, não encontrando problemas nos apps mais básicos. Games alguns devem apresentar mais dificuldades, dado o fato de o aparelho ter somente 1 Gb.
A tela, como dito acima, é um tanto grande para os padrões normais, digamos assim, mas em compensação este meio termo entre tablet e celular pode ser interessante e te fazer por vezes dar uma leve aposentada no tablet, pois a visualização fica muito boa, principalmente fotos e vídeos, além dos apps. A luz do sol a visibilidade é razoável, e pode ser necessário procurar uma sombra para poder enxergar melhor alguma mensagem ou algo do gênero.
O SO é o Jelly Bean 4.2 mas há infos de que será atualizado para o 4.4 como foi o life play. A versão da blu como é usual é quase pura, não há praticamente skins escrotas como as da samsung ou LG, o que ajuda na fluidez do sistema sem invencionices.
O aparelho vem bem embalado, e na caixa contém os já indefectíveis película, capa, e o fone, e com uma novidade: tanto o cabo usb quanto o do fone são flat, que evita aqueles emaranhados malditos que tanto irritam nos fios comuns. Ponto para a Blu.
A câmera é apenas razoável, com granulações durante o dia, e a situação piorando muito, como é comum, à noite. Filmagem em full hd é uma feature que faz sentido apenas se for feita com boa iluminação. Há alguns truques legais no app de foto, mas nada demais. No fim das contas, quem usou já um nokia lumia será sempre mais crítico com as câmeras de outros smartphones, dada a qualidade superior das lentes usadas pela empresa finlandesa.
Quanto ao design e a pegada do aparelho, alguns terão dificuldade de usar o aparelho com apenas umas das mãos, algumas áreas da tela serão inacessíveis. O botão de liga tem uma posição pouco usual, não exatamente no meio do aparelho, o que faz com que fiquemos procurando ele instintivamente, sendo que ele está um pouco mais para cima do blu. Não há botão físico de acionamento da câmera, uma tendência da indústria. Todavia temos o led de notificação com cores diversas para indicar que há sms ou mensagens de apps ou até ligações perdidas, uma idéia inteligente pois por vezes não estamos o tempo todo perto do nosso smart para ouvir o som ou vibro do mesmo. Um contra, ao menos para mim, é o aparelho ser na cor branca, que pode encardir com o tempo, mesmo com muito cuidado.
Pesando os prós e os contras, este aparelho de ótimo custo benefício (R$ 530,00 com frete incluso) é uma boa opção para quem quer um phablet funcional e bonito, com os brindes da Blu que são um diferencial. (****)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Hermes e Renato e a morte do Renato

O suicídio é algo difícil de se digerir, entender, racionalizar.
O suicídio de um humorista beira o surreal, logo alguém que trabalha o humor deveria saber levar a vida de
forma menos trágica como fez Fausto Fanti, lider e idealizador do grupo anarquista de humor Hermes e Renato.
Não entenda com isso que humoristas não tenham de sofrer, não possam ser deprimidos, algumas pessoas aliás tem uma tese de que humoristas são os mais deprimidos. Não concordo, mas é uma tese, se correta, é outra história.
Como disse um dos integrantes do grupo, Fausto pregou uma pegadinha nos seus fãs e amigos, e deprimido, em separação de casamento, deu cabo a própria vida para entrar na história do humor brasileiro.
Amigos que desde adolescentes já bolavam os primeiros esquetes, que depois de depurados foram parar na MTV, onde reinaram durante uma década fazendo um humor escrachado, politicamente incorreto, irreverente e por vezes até pueril, porém incapaz de deixar ninguém sem rir das ambientações trash, interpretações canastronas, principalmente nos quadros do Hermes e Renato, principal cria do grupo, uma dupla de malandros que se envolvia nas mais absurdas situações, além de outros personagens hilários como o Boça, Joselito, o sem noção (curiosamente o intérprete do sem noção que encontrou o amigo morto), Padre Quemedo, dentre muitos outros que apareceram somente em um quadro do programa.
Lembro que tinha duas fitas, pouco é verdade em comparação com o tanto de material que eles produziram, que vivia assistindo, e quando tinha conhecidos em visita, assistia novamente.
Quadros como o Merda Acontece, onde os personagens sempre eram novos, apresentaram histórias absurdamente hilárias, como a da participação do João Gordo, onde ele, ao final, por não encontrar banheiro que lhe acolhesse após comer as mais diversas gororobas, se "entrega" abraçado a uma árvore.
Hermes e Renato apresentou também momentos impagáveis, como o esquete que eles são os policiais achacadores de um incauto motorista, uma verdadeira instituição brasileira. Em outra feita, Renato é um espertalhão que quer se casar com uma velhinha, sendo desmascarado pelo Hermes. Ou o episódio do "Corta" que o diretor interrompia o tempo todo a gravação para dar chilique, e o final, claro, é clássico. Também há o clássico "pedreiros da pqp" com a trilha sonora beirando a perfeição. O do açougue, outra instituição nacional para ser esculhambada por estes arruaceiros do bem que tanto pisotearam o humor chapa branca que andava circulando pelos corredores da tv brasileira. Isso é apenas a ponta do iceberg dos tantos esquetes absurdos que tantas vezes nos fez gargalhar e agora o sorriso, ao lembrar, se torna ligeiramente amargo, para mostrar que o sorriso pode vir da dor, e da dor, o sorriso.
Vá em paz "Renato", sua missão aqui foi cumprida, embora coubesse mais anos e anos de zombarias diversas, mas cada um tem seu caminho, e o seu foi rápido porém prolífico e incomparável.