Tecnologia, smartphones, livros, filmes, sites, games, uma salada digesta da era moderna.
domingo, 31 de dezembro de 2017
Receita de Ano Novo ( Carlos Drummond de Andrade)
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
( Carlos Drummond de Andrade )
(Discurso de primavera e algumas sombras. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1979, p. 115)
O último dia do ano não é o ultimo dia do tempo (CDA)
Mas também deixar nesse ano tudo que naufragou, falhou, submergiu, decepcionou, que deu errado.
A luta sempre continua. Basta nos atermos a enormidade do presente, e entender que já é um logro estarmos a romper o ano vivos, bem, lutando e chutando. Pois é hora também de relembrar que não pôde ter essa dádiva e ficará preso eternamente a esse ano, os que se foram. Lembro que havia uma amiga uma vez quase ralhou comigo por ter ligado e lhe parabenizado o aniversário. E eu perguntei: por quê? Ela disse que estava ficando mais velha, oras... Me lembro bem de ter dito que deverias é agradecer de estar viva, bem, e saudável comemorando. Muitos não tiveram a sorte dessa benesse dos deuses e do tempo. Ela se sentiu mais sossegada com isso. Não sei como vê a situação depois de tanto tempo, já que ela ficou no passado também, vejam só. Sim, por vezes as pessoas saem de nossa vida sem ter morrido, porém saem de forma inapelável, como uma morte em vida. Interessante como são as amizades, os namoros, os casamentos até. Amarrados que estão ao tempo, por vezes não podem lhe requerer a eternidade. Enfim nada pode.
Sempre haverá receitas mil para se encarar o ano que se aproxima, mil receitas, mil adágios, mil filosofias. E lá vamos nós nos espelhar em conselhos de que não sei que guru, que não sei que especialista, não sei que psicanalista, ou coach. Tudo pra tentar entender a vida que se renova a cada ano, embora seja um truque inventando pelo inventor do calendário.
Aprendemos e somos aprendidos. Assim é a vida, esse redemoinho que nos deixa tontos ante sua vertiginosa trama, sua incessável temeridade, sua licenciosa tendenciosidade.
Não há um julgamento (talvez em outra vida) sobre os noves fora de toda a nossa vida. Apenas percepções de quem viveu conosco, parentes, amigos, amantes, esposos, esposas, inimigos. Cada um enxergando um pedacinho, um meio que perspectivismo de Nietzsche mais mundano. Ninguém sabe da gente de verdade, só nosso coração.
Mas Drummond dizia, em "passagem do ano":
O ultimo dia do ano não é o ultimo dia do tempo.
...Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
...inda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.
Que o ano que se achegue trazendo esperança, fé, amor, saúde, sucesso. Merecemos e iremos lutar por isso.
Tchau 2017.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
The Big Sick (****1/2)
Kumail é membro de uma tradicionalíssima família paquistanesa, que semanalmente pretende arrumar-lhe uma esposa para um casamento arranjado, como prega a tradição. Ele claro,tendo crescido nos EUA não entende e aceita esse modus operandis de se casar, e sempre recusa, para desespero de sua mãe e pai, além de irmãos. Dizendo que vai se tornar advogado, ele na realidade sonha em ser um stand-uper, com seus amigos figuraças, num clube de iniciantes, cheio de aspirantes a estrelas.
Mas claro, é uma comédia romântica com toques dramáticos(irei falar mais a frente) então ele conhece, na plateia, uma americana chamada Emily, e por acaso começam a sair. Despretensiosamente, porém logo esse relacionamento estará fadado a não se realizar, dados os problemas que iriam se aproximar devido a sua família desejar que Kumail case com uma paquistanesa.
E pouco depois começa a parte dramática da película, havendo sim, pelo menos uns três momentos cenas meticulosamente criadas para nos fazer sentir um nó na garganta, ou para os mais sensíveis, verterem lágrimas. Mas sem ser aquele efeito apelativos, mas sim pela densidade dramática das situações, palmas aos roteiristas, que nos fazem torcer pelo casal, mas não sem antes nos fazer pensar e temer por eles. As famílias de ambos são um fato a parte do filme, sendo por vezes um alívio cômico do drama.
No final há uma rima de um momento inicial do filme, que sabe despejar suas doses de humor com inteligência, e sua carga de drama com maestria, construindo um filme que nos deixa com aquela sensação de leveza após seu término, além de um sorriso de canto de rosto. Uma grata surpresa.
Cotação: (****1/2)
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Guia Politicamente incorreto dos anos 80 pelo Rock (***)
Mas sendo mais extensivo, chega a ser tolo a perseguição e ideologização de tudo de ruim como sendo culpa da esquerda que parece um bolsominion falando, o que não está longe de ser, já que Lobão é um tanto filho do MBL e assemelhados e sua cultura de ódio. E as adjetivações e elocubrações todas dando no final como culpa do lado esquerdo se torna tedioso pois o discurso sempre sabemos como terminará. Fora isso tem a egolatria do autor, ainda mais com o algumas alegadas chupadas conceituais do Herbert Vianna que beira a paranóia, embora algumas sejam passíveis de dúvida. Porém depois desse primeiro momento de Cena de Cinema / Cinema Mudo, não dá pra engolir e botamos na conta da sindrome persecutória do velho lobo. Por vezes querendo mostrar uma erudição que muitas vezes beira o pernóstico, alega Jorge Luiz(sic) Borges ser seu autor preferido sendo que nem escrever o nome do mesmo sabe. Ou então para espinafrar o programa Chico e Caetano e caber na sua narrativa, diz que Paulo Ricardo do RPM e Cazuza só foram aceitos porque cantaram ou samba ou músicas dos apresentadores, porém deixou de fora a apresentação da Legião que tocou rock! Ou então erros de conhecimento mesmo como chamar uma metralhadora israelense de UZZI, talvez confundindo com a jacuzzi, sei lá. Ou então dizer que Nós vamos invadir sua praia é o melhor album de Rock dos anos oitenta só porque é do coleguinha reaçonário Roger, futuro envolvido em suposto estupro de menor, pelo que contam os jornais. Enfim, o problema do livro é ter muita viagem e eloCUbrações do lobão, e que só melhoram quando ele deixa de lado seus palpites e opiniões e simplesmente opta por contar as histórias dos bastidores e momentos que presenciou. Ou então quando comenta e explica a gênese de algumas músicas, acordes, levadas, influências como quando fala da feitura de Vida Bandida, Vida Louca Vida, em suma, o disco Vida Bandida. Aí sim temos um trabalho mais valioso, de um personagem que viveu muito daqueles momentos da explosão do rock brasileiro nos anos 80. Para quem deseja se informar melhor, aconselho, embora esse não seja um livro inútil, o livro Dias de Luta, esse sim um trabalho de um jornalista que se atém a descrever os fatos não viajando em egotrips laudatórias ou depreciativas.
Cotação (***)
sábado, 23 de dezembro de 2017
Vôo cego ou encontro às escuras - Dicas do netflix baseado em notas do Rotten Tomatoes
Claro, quem quiser comentar sobre as dicas, fique a vontade. Nada como a confirmação de uma surpresa.
Creep 1 e 2, este terror que agora tem os dois exemplares é sobre um cineasta que é contratado por um sujeito que não é exatamente o que parece. Pelo que pude apurar, é um filme não tradicional, independente, porém assustador. Primeiro tem nota 96 e o segundo tem nota 100 (!) e vale a pena arriscar. Eu irei e quando o fizer atualizo aqui. [Atualizado: Assisti ao primeiro (excelente) e começo do segundo(excepcional) e é sinistro, expandindo os truques do primeiro, e com um final simplesmente agônico!) . Estilo Mockumentary, com camera de mão, e você será manipulado exemplarmente. :-D]
Meet The Patels: prestes a completar 30 anos Ravi Patel se encontra em um triangulo amoroso com a mulher da sua vida e.... seus pais! nota 86 no RT. Comédias indianas estão em alta, como denota The Big Sick - 98 no RT, que está na fila pra eu assistir também. [Atualizado: assisti, é bem divertido, mas não chega aos pés de The Big Sick, esse sim obrigatório!]
A United Kingdon: Uma mulher inglesa casa com um herdeiro real de Botswana e causa um incidente diplomático, porém eles lutarão contra todos para seguir seu coração. RT: 84.
Wormwood: Documentários sobre a morte de um cientista americano envolvido em um programa secreto da Guerra fria conhecido como MK- ULTRA. Nota altíssima no RT, 96.
Menashe: Drama sobre um Hadsic, comunidade ortodoxa, que ao perder a mulher tem de correr contra o tempo para achar uma parceira, caso contrário terá de abrir mão de seu filho para adoção. Outra nota alta no RT: 97.
The Gray State: um ex-combatente resolve produzir um filme sobre, em termos resumidos, a Nova Ordem Mundial, militarismo americano ascendendo e querendo dominar o mundo. Ele consegue financiamento para essa obra mas seu assassinato e de sua mulher e filha reacendem o debate sobre se as teorias de conspiração sobre essa instituição são reais. Será? Recomendado! Assisti hoje 25/12/17.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Vale a pena ler de novo - O passo do Lui
Top Séries do Blog 2017
Então vamos as melhores séries que desfrutei com prazer esse ano, lembrando que há muitas séries que podem ter ficado de fora por não pertencerem ao meu escopo de telespectador, como históricas like a The Crown e assemelhados. Então vamos lá.
Mindhunter: Uma série policial que praticamente não há tiroteio, perseguições desenfreadas, carros derrubando barraquinhas de frutas etc é diferenciada. E assim a netflix produziu uma das grande desse ano, contando a história dos primórdios dos estudos comportamentais de assassinos em série. Diálogos e embates mentais dignos de Borges, de tão tortuosos por vezes. Fiquei fã.
Westworld: a releitura do filme dos anos 70 com Anthony Hopkins e grande elenco sobre um parque temático de faroeste com andróides tem uma trama excelente, efeitos e congeminações sobre inteligência artificial é mais um produto superior da HBO.
Handmaid's Tale: A sufocante distopia estrelada por Elizabeth Moss e premiada com o Emmy realmente é sensacional, e também para pensar no mundo que vivemos.
Master of none: mais uma vez o netflix mata a cobra e mostra o pau nessa série de humor que já está na segunda temporada mas que toca em temas como preconceito, amor, relacionamentos, e de quebra ainda faz pensar bastante.
Better Things: produzida por Pamela Adlon que estrela a série, e o caído em desgraça Louie CK após acusação de assédio, conta a história de uma mãe divorciada tendo de lidar com suas filhas, dentre elas duas adolescentes. Muita observação e humor de sorriso de canto de boca, intelectual. Temas adultos numa comédia que abraça o estilo Louie de se fazer humor corrosivo.
Godless: um faroeste impressionante, contemplativo, lento por vezes, sobre uma cidade somente de mulheres, um bando e um vilão sensacional (Jeff Daniels, um monstro!) caçando um desertor. Fez-me rever Deadwood tal a maestria dos diálogos. Netflix, de novo!
Better Call Saul: o Spin of de Breaking Bad entregou na sua terceira temporada tudo que imaginávamos que poderia render. Com atuações do trio principal notáveis, a história do advogado trambiqueiro atingiu um nível dramático que invejaria Walter White.
Dentre as decepções destaco Os Defensores, muito irregular, Stranger Things temporada 2, que demora a deslanchar demais, O Justiceiro, que cai muito de produção no final.
That's all folks!
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Top Frases/diálogos Deadwood
Na vida você faz um monte de coisas que não quer fazer. Muitas vezes, é o que a vida é... uma merda de uma tarefa após a outra.
Anunciar seus planos é um bom jeito de ouvir risadas de Deus.
Reverendo: quando leio as escrituras, não sinto o amor de Cristo como eu costumava...
Jane Calamidade: Ah é? Isso é tão ruim. Bem-vindo ao clube da maioria.
Wild Bill Hickok: Você conhece o som do trovão, Sra Garret
Alma Garret: claro.
WBH: você pode imaginar esse som se eu lhe pedir?
AG: Sim, posso, Mr Hickok.
WBH: Seu marido e eu tivemos essa conversa, e eu disse-lhe para ir pra casa para evitar um resultado sombrio. Não falei em trovão. Madame, ouça o trovão.
Reverendo, que sofria de dores excruciantes por causa de um tumor no cérebro, se resignava com Deus.
Reverendo: Esse é o propósito de Deus, mas não saber o propósito é minha porção de sofrimento.
Doutor: Se isso é o propósito Dele, ele é um filho da puta.
Você nasceu ou foi chocado?
WBH: Eu não quero mais lutar! E não quero ouvir você me enchendo a porra do ouvido com isso. Deixe-me ir para o inferno do jeito que quero.
Charlie Utter: Sim, posso fazer isso.
Doc Cochran: Não sei se é uma boa hora para que pares com o láudano, Miss Garret.
Alma Garret: Que agradável surpresa, doutor, ouvi-lo admitir os limites de seu conhecimento.
Sol: eu acho que você fez coisas hoje que gostaria de mudar.
Seth Bullock: que tipo de homem me tornei, então, Sol?
Sol: Não sei, o dia ainda não acabou.
Hugo: teve uma visão, e uma premonição, reconheceu em mim não somente um homem, mas uma instituição e um futuro também.
Steve: foda-se, foda-se a instituição, foda-se o futuro.
Hugo: Não pode foder o futuro, o futuro que fode você.
Sol discutindo com Seth Bullock:
-se isso continuar assim, iremos brigar, e você terá de trabalhar sozinho enquanto convalesço.
Doc Chochran: Deve beber isso.
Alma: Não quero despertar aquele demônio, Doc.
DC: Isso não tem a ver com demônios, Miss. E sim com aliviar a dor para passar por esse momento. Deixe os demônios com Deus e a confie a dor a mim.
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
PenChatas
Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m´espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.
Luís Vaz de Camões (1517 e 1524(?) – Lisboa, 10/6/1580)
O mundo parece sim uma sucessão de acasos, fortuitos enganos, e as coisas de si não tem concatenação, antes um espetáculo de erros... e acertos. A sorte, antes chamada fortuna, o acaso, são poderosos agentes de mistificação.
Fernando Sabino dizia, sobre as coincidências que incontáveis vezes o acometiam, que elas - coincidências - o perseguiam, não o contrário.
Talvez o fato de sermos seres que procuram padrões, e que não fazem caso quando esses padrões não são encontrados, nos faça acreditar em tantos futurólogos, que nunca são chamados a responsabilidade quando erram amiúde.
Signos são outra coisa estranha, que vivo a não acreditar, por não crer na mistificação dos astros, e saibamos que o céu que vemos não é o que existe quando inventaram os astrologos sua ciência. A luz das estrelas que vemos estão extintas há milênios. A noite é um mistério tão lindo e extinto, que ainda mais espantoso torna sua beleza. Mas falando de signos, é engraçado como algumas características ditadas por determinado tipo batam com a personalidade das pessoas. Nem tudo é certeza, alguns aliás não veem certeza em quase nada.
Uma vez li uma tese de que e se o mal fosse o bem, e o bem fosse o mal, e que estivéssemos praticando o bem erradamente. Pelo jeito que anda o mundo essa tese pode estar vencendo a concorrência.
Nietzsche foi citado até pelo Skank "feliz agora e não depois..." "feliz agora e não além" (Tão Seu) assim como Fernando Pessoa "os deuses vendem quando dão..." (Três Lados). Mas o que mais surpreende não é isso: é ninguém ter notado!
Lembro que depois de Star Wars, o primeiro, de 1977, nunca mais, mesmo depois de adulto, olhei o céu do mesmo jeito. Nele cabem naves, sabres de luz, amores, mistérios, e a noite imensa.
Um poeta, citado por Borges, disse: quisera ser a noite, e poder mirar-te como milhares de olhos.
Logo ele, que gostava de citar autores que não existiam, a brincar com seus leitores. Esse Borges.
Carpinejar: "Quando estamos felizes rezamos sem saber." Certeza que estou passando uma fase de ateu...rs
Li que o Lulu santos estava dizendo que a música regrediu a fase anal. Logo ele que não lança um disco que preste a ânus.
Um amigo falou: hoje estou mais cansado que embreagem de caminhão de lixo....hauashasuasashas
Poesias de Paulo Leminski
Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.
Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga
ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa
AMOR BASTANTE
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
O amor, esse sufoco,
agora a pouco era muito,
agora, apenas um sopro.
Ah, troço de louco,
corações trocando rosas
e socos
você pára
a fim de ver
o que te espera
só uma nuvem
te separa
das estrelas
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
Uma filosofia de vida...
domingo, 17 de dezembro de 2017
Ira! em volta redonda - Clube Naútico - 16/12/2017
E o tempo passa, e estão lá com seu jeito de tiozão Nasi e Edgar Scandurra, já pela casa dos cinquenta, mas esbanjando energia e emoção pra desfilar clássicos e algumas canções que eu não colocaria como das mais inspiradas deles mas vá lá, nada é perfeito, não se procura mais perfeição depois que estamos mais maduros e serenos.
Mas quem pode se dar ao luxo de desfilar grandes canções como Núcleo Base ("Eu tentei fugir, não queria me alistar/ eu quero lutar,mas não com essa farda!"), Dias de Luta ("Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho"), Envelheço na cidade, Quinze anos, essa uma grata surpresa, com sua letra realista que dá nome ao álbum onde ela apareceu ("Vivendo e não aprendendo / eis o homem esse sou sou / que se diz seguro / que se diz maduro).
Ou então Tarde Vazia e sua nostalgia dos anos do telefone ("você me ligou naquela tarde vazia / e me valeu o dia!"), Rubro Zorro, outra surpresa ("Sou o inimigo público número um!"), a belíssima balada Girassol ("Um girassol sem sol/ um navio sem direção / apenas a lembrança do seu sermão / você é meu sol/ um metro e sessenta e cinco de sol / e quase o ano inteiro os dias foram noites / noites para mim / meu sorriso se foi / minha canção também / eu jurei por Deus não morrer por amor / e continuar a viver / Como eu sou um girassol, vc é meu sol...), uma canção obscura que adquiriu a beleza que merecia mostrar no acústico do ira!, que contribuiu com Eu quero sempre mais, aquela da pitty, Flerte Fatal e seu aviso sobre as drogas, Pra ficar comigo, que é uma versão de Train in Vain do The Clash ("meus sentidos estão todos a mil / no meu carro tem um banco vazio: vem ficar comigo!"), Flores em Você na versão baixo guitarra bateria ("Quero viver meu presente / e lembrar tudo depois / nessa vida passageira, eu sou eu vc é vc/ isso é o que me mais me agrada / isso é o que me faz dizer: / que vejo flores em você"), Vida Passageira, cantada de forma emocionante pela galera, com sua letra melancólica ("Quando seus amigos te surpreendem/ deixando a vida de repente / e não se quer acreditar / Mas essa vida é passageira / chorar eu sei que é besteira / mas meu amigo, não dá pra segurar"), Amor Impossível ("é possível falar / de um amor impossível"), Sem Saber pra
onde ir (Como posso andar no escuro / se não sei pra onde vou / sem a luz que iluminava o meu caminho"), Advogado do Diabo, Longe de Tudo, Gritos na Multidão com a galera responde os coros da música, como em outras canções, já que a galera era majoritariamente da época. Mas foi bonito ver muita molecada curtindo e cantando junto, uma amostra que não há só maus ouvidos na juventude.
Por outro lado algumas canções ou são pouco conhecidas, ou pouco inspiradas e que apareceram no show que fez com que a temperatura baixasse um pouco. Nada de grave contudo, porque com uma quantidade bestial de boas músicas rapidamente a temperatura subia. E teve até I fell Good do mestre James Brown, wow!
Mas algo que eu ia esquecendo é das grandes canções que ficaram de fora do show. Claro, compreendo que seja questão de gosto, ou então de momento ou o grupo estar exausto de tocá-las, etc, mas só a título de lembrança aqui vai:
Logo de Cara
Mistério
Tolices
Mudança de comportamento
Coração
Pobre Paulista
Você ainda pode sonhar (Lucy in the sky with diamonds)
Prisão das Ruas
É assim que me querem
Você não serve pra mim
Bebendo Vinho
Entre seus rins
Milhas e Milhas
Além dessas aí umas 4 pelo menos do álbum de Covers/versões Isso é amor também poderiam dar as caras.
Mas foi uma grande noite, e terminar um ano (ok, está ainda por terminar, tem alguns bons dias ainda, mas deixa eu na minha vibe) com um show dessa rapaziada do Ira! faz renovar o espírito e as esperanças. Um outro detalhe a comentar contudo é que a banda não veio com os membros originais, pois o baixista e baterista são outros, inclusive o primeiro é filho do Edgard Scandurra.
Como sempre, aliás, rolou aquela velha trolagem do Edgard, com a galera pedindo palheta com ele e ele mostrando as mãos nuas: ele não usa palheta! Toca com os dedos/ulhas, além de ser canhoto e não inverter as cordas da guitarra, o que adiciona dificuldade pra aprender e tocar, pois as cordas mais graves ficam para cima. Coisa de gênio, porque ele é uma lenda, toca demais, e fico agradecido de poder ver esse craque alí distribuindo riffs e solos como ninguém.
Enfim, é isso, muito muito bom! Valeu Ira!
Bônus: videos com trechos gravados em qualidade sofrível....rs
Tarde Vazia - Ira!
Dias de luta - Ira!
Girassol - Ira!
sábado, 16 de dezembro de 2017
Maxima de Al Swearengen (Deadwood)
Fargo no netflix
Edit: perto de terminar a terceira e última, posso afirmar que o nível é excelente, sendo que minha preferência recai na primeira como melhor, pois o Malwo é um vilão espetacular. Depois a segunda temporada, muito boa, e a terceira logo atrás, mas particularmente impactante, devido aos acontecimentos e interpretação de Ewan McGregor por motivos de... quem assistir saberá. Certamente a série com a qualidade mais uniforme e alta das disponíveis no serviço de streaming.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Star Wars Os ultimos Jedi (****1/2)
São vários personagens com seus arcos sendo construídos e finalizados de forma muito interessante, de forma assemelhada a que acontecia por exemplo em o Retorno de Jedi, com várias frentes de batalha sendo mostrados em sua grandiosidade.
A grande figura dos outros filmes se dá com a volta de Luke Skywalker, agora um ermitão que não quer mais saber de ser uma lenda, nem tampouco de salvar a galáxia, e vive numa ilha com seres tão estranhos quanto por vezes engraçados. E os Porgs, aqueles bichinhos parecidos porquinhos da índia com asas rendem boas risadas no filme quando se envolvem com Chewie.
Rey vai tentar demovê-lo da idéia e se tornar uma Jedi. Finn e Demeron e uma nova personagem, Rose, vão desenvolver a história por outros meios, menos misticos, mais mundanos, mas rendem também bons momentos de humor e empatia. O lado vilão do filme está cada vez mais passeando por uma zona cinza e menos maniqueísta dessa vez, e sim, há boas reviravoltas e surpresas nesse filme, então tente evitar os pentelhos da internet que adoram jogar spoilers na sua venta por todos os lugares possíveis. A trilha sonora é de John Williams, clássica, e está como sempre excelente com seus temas que já estão no imaginário dos fãs ou não da saga. A duração do filme (2h30) pode assustar, mas embora a primeira parte do filme tenha um ritmo por vezes inconstante, no segundo ato a coisa simplesmente toma o trem bala, ou um modo warp e se torna alucinante! O trabalho geral dos atores é de alto nível, mas Mark Hammil como Luke e a atriz que interpreta Rey (Daisy Ridley) estão tomando o filme para sim. Kylo Ren (Adam Driver) mais uma vez tem de aprender muito com Vader para se tornar ameaçador, mas está menos garoto resmungão do que no filme precedente, e incomoda menos os fãs. E não há como engolir seco em uma determinada cena entre Laura Dern e Carrie Fisher que arrepia até os mais empedernidos corações de pedra. Vocês irão saber quando ao ver. E BB8 está aqui de novo para nos divertir, não é?
Porém, para os fãs mais atentos, há sim uma emulação de episódio 4 aqui, não poderia deixar de haver um fan-service, os fãs adoram, todos ficam satisfeitos e é assim que se agrada seu público.
Apenas não vá com uma expectativa muito alta pois uma leve decepção com tanto hype pode lhe tirar o sabor de desfrutar esse capa e espada estelar de respeito.
Cotação (****1/2)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
Nietzsche: Amizade Estelar
Aquecendo para o Ira!
Logo de Cara
Ira!
Quem vai te levar?
Quem te faz sorrir?
Quem te faz chorar?
Qual será seu nome?
Quantos seus amores?
Você me faz imaginar
Te vejo de longe
Quero chegar
Algo não deixa eu me aproximar
Você ilumina todo lugar
E eu quero mais
Quais são suas cores?
Quais são seus desejos?
Quem são seus amigos?
Quais serão seus medos?
O que faz de dia?
O que faz de noite?
Você me faz imaginar
Te vejo distante
Vou te falar
Todas as coisas que você me fez pensar
Você ilumina todo lugar
E eu quero paz
Te vejo de longe
Quero chegar
Algo não deixa eu me aproximar
Você ilumina todo lugar
Te vejo distante
Vou te falar
Todas as coisas que você me fez pensar
Você ilumina todo lugar
E eu quero mais
E eu quero paz
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
Frase Jorge Luis Borges
domingo, 10 de dezembro de 2017
Top of The Lake
sábado, 9 de dezembro de 2017
Deadwood - Um clássico! (*****)
Pense numa série sobre o faroeste americano que tem o maior número de grandes persongens entre protagonistas e coadjuvantes mas dentre até os últimos haja alguns que a cada momento que aparecem brilham tanto quanto protagonistas de outras séries? Assim é Deadwood, produção que brilhou entre 2004 até 2006, contando sobre a cidade que foi anexada por Dakota e que contou com personagens reais incluidos na serie como Seth Bullock, Al Swearengen, Wild Bill Hickok, Calamity Jane, George Herst e outros que ficcionalmente dão liga aos acontecimentos da trama.
Foram 3 temporadas de 12 episódios cada, com um nível de produção alto para a época, o que acabou por complicar a vida da série, que ficou sem um final tradicionalmente dito. Foi oferecido ao criador, David Milch, que foi o mesmo de NYPD, aqui no Brasil mais conhecida por Nova Iorque contra o crime, 6 episódios pra fechar a série. O autor recusou, assim como dois telefilmes de 2h. A última é que agora ele conseguiu aprovação para um filme e em outubro de 2018 entrará em produção. Um consolo pálido para os fãs mas que é melhor que nada.
Mas voltando ao assunto sobre a qualidade dos personagens, isso se dá graças aos belíssimos diálogos engendrados por Milch e seus roteiristas, com a inclusão de palavrões atuais, algo curioso, porém entre sofisticadas elocubrações que dão um tom perfeccionista a eles. Os palavrões foram uma opção de Milch que achou que se fossem usados os da época, não teriam o impacto que palavras modernas causaram.
Os protagonistas são Al Swearengen, dono do bordel Gem e que praticamente controla o lado mafioso da cidade, junto com seus ajudantes e prostitutas. Ele é o famoso e odioso bandido, tão inteligente e astucioso quanto odioso e pérfido, mas por incrível que pareça, acaba por ter a torcida por ser tão bem vivido por Ian Mcshane. Parece que nasceu para o papel de elaborada que é sua interpretação.
Do lado oposto a ele está Seth Bullock (Timothy Olyphant), xerife em Montana e que é como se fosse a bússola moral da série. A cena inicial é uma das mais distintivas do personagem, quando é ameaçado por uma turba que quer linchar um bandido que o baleou no ombro, e por fim ele, ele seu ato final na cidade da qual está se despedindo, faz questão de enforcar o facínora enfrentando a multidão para cumprir a lei.
Além deles há outros personagens marcantes como Sol, amigo de Bullock, o lado calmo digamos assim do amigo, Charlie Utter, amigo de Bill Hickock, Jane Calamidade, em constante estado etílico, a prostituta Trixie, que vive uma relação ambíguia de amor e ódio com Swearengen.
A esses se juntam mais outros no decorrer da série, que não irei citar para não estragar algumas surpresas.
Mas há um em especial que considero dos mais interessantes da série, o doutor Doc Chocran, que tem uma série de diálogos incríveis discutindo a ciência, medicina, Deus e tantos outros temas de forma impactante e original, um autêntico rouba cenas quando aparece, com sua humanidade e seus Fuck you Al, etc! E é curioso perceber que ele é dos únicos a afrontar o temido dono do Gem e que é respeitado, muito respeitado aliás, por esse. Interpretação brilhante de Brad Douriff, provavelmente a trinca de ouro da série, embora possa haver controvérsias. Vi depois desse texto estar pronto que ele venceu o Emmy de 2004 de coadjuvante! (Eu manjo um tiquinho...heheheh)
Contar mais sobre a trama seria sabotá-la, então termino aqui indicando essa que é a maior produção seriada sobre Faroeste e uma das maiores já produzidas pela indústria americana. Com filmografia digna de cinema, e alta qualidade dramática, deixou saudades nos fãs de produtos superiores como um todo, e que estou revendo, uma distinção que não coube a nenhuma outra série na minha vida. Não que isso seja grande coisa, minha distinção, mas com certeza tenho um bocado de experiência degustando boas séries.
Cotação: (*****)
Diálogo
- dor e prejuízo não são o fim do mundo, nem desespero ou surras. O mundo acaba quando você morre. Até lá, você tem mais castigo a sua espera. Reaja como um homem e lute! (Al Swearengen)
If She Wants Me - Belle and Sebastian
If She Wants Me
Belle And Sebastian
I asked somebody "Could you send my letter away?"
"You are too young to put all of your hopes in just one envelope"
I said goodbye to someone that I love
It's not just me, I tell you it's the both of us
And it was hard
Like coming off the pills that you take to stay happy
Someone above has seen me do alright
Someone above is looking with a tender eye
Upon your face, you may think you're alone but you may think again
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
And far away somebody read the letter
He condescends to read the words I wrote about him
And if he smiles, it's no more than a genius deserves
For all your curious nerve and your passion
I'm going deaf, you're growing melancholy
Things fall apart, I don't know why we bother at all
But life is good and "It's always worth living at least for a while"
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
If you think to yourself "What should I do now?"
Then take the baton, girl, you better run with it
Cause There is no point in standing in the past cause it's over and done
I took a book and went into the forest
I climbed the hill, I wanted to look down on you
But all I saw was twenty miles of wilderness so I went home
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
(She wants me)
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
If she wants me yet
If she wants me yet
If she wants me yet
Meu amigo Pedro e o barulho
O baterista tinha carteira de música, era do fã clube oficial do Raul Seixas e ia a loucura quando eu levava na guita Meu amigo Pedro e Aluga-se, a versão original com uma guitarra fuderosa do tal de Soluça, milhares de milhas melhor que seu arremedo que os Titãs tiveram o crime de cometer.
O repertório era puro rock br dos 80, excetuando esses Rauls ditos acima, com Legião, Ira!, paralamas, engenheiros, finis africae, plebe rude, dentre outros, mas misturado aparecia até Zeca Baleiro com Lenha, uma balada com violão baixo e guitarra que encaixa bem com nossa formação.
O terraço ainda não havia sido fechado, então era ao menos arejado e o barulho devia incomodar sem nada que o retivesse, embora havia a galera que curtia também.
Era costume tocar por 3 horas no mínimo, quase que sem parar, apenas um lanche e toma-lhe mais rock, a guitarra Golden modelo Gibson preta minha certamente minerando uma hérnia de disco em mim, embora eu nunca tenha tido uma. O baixo eagle, até hoje em nossa mão, também pesadíssimo, não no som mas devido a ótima madeira empregada no bichinho. De tanto tocar o baterista saia até meio assado de tanto ficar sentando batendo pernas e braços.
Certa feita fizemos uma apresentação no aniversário da minha irmã, com direito a ensaiar e tudo, ficou redondinho, pena não termos celular na época pra registrar, era camcorder mesmo, mas sinceramente não deve ter sido usada. Até havia um registro da gente fazendo um som, mas se perdeu como muitos outros registros daquela época, onde as fitas emboloravam se não usadas. Algo tão distante pra molecada de hoje que se assemelharia a histórias das pirâmides ou algo que valha.
Tivemos até nosso momento transgressor, quando resolvemos que iríamos tocar no dia de finados. Muitos do mundo dos vivos e dos mortos também devem ter odiado a gente. Que sacrilégio, não respeitar o dia dos mortos. Éramos assim, a rebeldia ainda grassava nas nossas almas rockeiras. Aliás até hoje, o rock não morre em nós, pode até adormecer, mas basta uma fagulha para o paiol virar explosão.
Se bem que quando nosso baterista virou pai e parou de fazer barulho, eu tenha dito, como a música:
"Hoje eu te chamo de careta, e vc me chama vagabundo".
Fez sentido na época, e muito mais hoje.
Mas o importante é que hoje ainda o nosso "barulho" continua, alguns personagens se mantiveram, meu irmão e eu, e outro se agregou, o Júlio Batera.
No fim é aquilo, já dizia o vetusto Neil Young: Rock and Roll never dies.
Só a gente, um dia.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
Outra: O muro de Berlim
Cara fica puto mas pinta de novo e vai pra casa.
Acorda, de novo: "BUCETA"
Ele puto fica de vigia, pra ver qual o desgraçado que fez aqui, após nova pintura.
Nada. Outra noite, nada. Ele desiste.
"BUCETA"
Puto quebra tudo e põe abaixo o muro! FDP!
10 anos se passam, ele pensa: esses desgraçados devem ter crescido, criado juízo, vou colocar o material e amanhã começar a construir meu muro.
No outro dia, de manhã, na pilha de tijolos, plaquetinha:
"BREVE AQUI: BUCETA"
Maçom
Um começa a jogar pro outro pra ver quem vai buscar a pelota. Decidido quem vai, ele pula lá e um dos caras pega ele e créu.
Pouco depois ele sai pelo portão da frente com a bola não mão.
A molecada: - e aí, o que aconteceu, o que tem lá?
o garoto: - agora não posso contar, virei maçom.
:-))))))))
É o tchan ou não é?
- O é o tchan é aquele grupo daquela música "vai dançando na boquinha da garrafa"
Eu: não rapaz, esse é da cia do pagode. A dançarina por sinal tinha o nome de um de vcs, a sarah.
- tá maluco, tem um vídeo do youtube com a carla perez dançando.
Eu: pode até estar dançando mas a música não é deles.
- é sim, pode até ser de outro mas fez sucesso com eles.
Eu: rapaz, eu estava vivinho e consciente da cabeça quando esta porcaria fez sucesso e era outra banda, com uma dançarina mulata de cabelo curtinho que até a xuxa pirou na bunda dela e dizia que ela tinha dois bombons de chocolate, não era uma bunda!
Agora eu me pergunto, te pergunto: mas pra que diabos eu fui me meter em discutir sobre é o tchan, cia do pagode, sei lá o que? Tem confrontos que não valem a batalha. :-)
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
domingo, 3 de dezembro de 2017
Pequeno Mapa do Tempo - Belchior
Pequeno Mapa do Tempo
Belchior
O medo anda por dentro do teu coração
Eu tenho medo de que chegue a hora
Em que eu precise entrar no avião
Eu tenho medo de abrir a porta
Que dá pro sertão da minha solidão
Apertar o botão: cidade morta
Placa torta indicando a contramão
Faca de ponta e meu punhal que corta
E o fantasma escondido no porão
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
Eu tenho medo que Belo Horizonte
Eu tenho medo que Minas Gerais
Eu tenho medo que Natal, Vitória
Eu tenho medo Goiânia, Goiás
Eu tenho medo Salvador, Bahia
Eu tenho medo Belém, Belém do Pará
Eu tenho medo pai, filho, Espírito Santo, São Paulo
Eu tenho medo eu tenho C eu digo A
Eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife
Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá
Eu tenho medo Estrela do Norte, paixão, morte é certeza
Medo Fortaleza, medo Ceará
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
Eu tenho medo e já aconteceu
Eu tenho medo e inda está por vir
Morre o meu medo e isto não é segredo
Eu mando buscar outro lá no Piauí
Medo, o meu boi morreu, o que será de mim?
Manda buscar outro, maninha, no Piauí
Ira! em volta redonda - 16 de dezembro
Consegui posteriormente o primeiro álbum, que tinha seus clássicos pra mostrar, a antimilitarista Núcleo Base (NB) e seu refrão "Eu tentei fugir / não queria me alistar / eu quero lutar / mas não com essa farda!", um grito de alerta pra essa molecada que admira Bolsonaros e militares tresloucados loucos pra ditadurizar isso aqui. E havia a balada Tolices, que acompanhou meus sonhos românticos de adolescente pela beleza da tessitura de violões e os vocais de Edgar por vezes mais altos para soar mais dramáticos e dar um crescendo a canção. Havia outras grandes canções nele como Longe de Tudo, Coração que era uma grande pequena canção, Ninguém precisa da guerra. Ouvi como ao outro álbum até o Nasi e o Edgar ficarem roucos, inestimáveis obras de um tempo que o Rock Nacional dava as cartas e o futuro era gigante e para adultos.
Flamengo e a final de campeonato mais doida que eu já vi!
Watch Mojo - Recomendação
Vai de brinde a lista das melhores séries de 2017 da qual concordo com a maioria, embora incluísse no segundo lugar uma menção honrosa, a brilhante Mindhunter, e como menção honrosa Godless.
https://www.youtube.com/watch?v=dY7TlUXmM0c
Bel Prazer - Belchior
Bel Prazer
Belchior
Coração, cabeça e estômago;
Libertar a carne e o espírito
Coração, cabeça e estômago;
O verbo, o ventre, o pé, o sexo, o cérebro:
Tudo o que pode ser e ainda não é.
O verbo, o ventre, o pé, o sexo, o cérebro:
Tudo o que pode ser e ainda não é.
Teu corpo é meu coro, oh! irene.
E eu quero é ir, irene preta, ao bom humor.
Só o homem feito, o homem forte,
Não tem peito pra chorar,
En la vereda tropical
Hay cana e canela e crecen las palmas
Y yo soy un hombre sincero
Quero um ombro pra abraçar.
En la vereda tropical
Hay cana e canela e crecen las palmas
Y yo soy un hombre sincero
Quero um ombro pra abraçar.
Achar ou inventar um lugar,
Tão humano como o corpo,
Onde pensar e gozar,
Seja livre e tão legal:
Como razões de estado
Ou como fazer justiça;
Como palavras num muro
Ou escrever num jornal;
Entrar ou sair da escola,
Mulher-homem, homem-mulher;
Como luar no sertão,
Como lua artificial,
Como roupas comuns,
Como bandeiras agitadas.
Festival estranho: festa,
Feriado nacional
Como roupas comuns,
Como bandeiras agitadas.
Festival estranho: festa,
Feriado nacional
O tempo é inexpugnável, Aldo...
Aldo começou a luta muito bem, venceu o primeiro assalto com um misto de prudência, distância e boas esquivas, e alguns chutes na perna do americano.
No segundo assalto as coisas se equilibraram, e sobraram sopapos para os dois lutadores, com leve melhora de Holloway apesar de um gancho sensacional de Aldo, que se fosse em priscas eras e um adversário de queixo mais questionável teria sido nocaute.
E no terceiro foi uma reprise da luta anterior. O campeão acelerou a luta, o brasileiro já sem fôlego e pernas, causados por golpes na linha de cintura, fizeram o brasileiro ter de ir pra luta franca, e aí sobrou a juventude e a precisão de Holloway, que levaram o adversário para o chão e começou o massacre, interrompendo a luta por nocaute técnico a poucos segundos do fim do terceiro assalto.
Resta a Aldo saber que fez uma luta parelha quando teve pernas, mas que já não tem como ser campeão perante esse adversário, mais alto, forte e jovem. Somente armado pode derrotar o americano. O brasileiro é um dos maiores de todos os tempos. Se quiser agora pode aposentar-se tendo deixado o máximo nas duas lutas, sensação de dever cumprido. Viva José Aldo Júnior. Viva Holloway, o novo campeão.