domingo, 31 de dezembro de 2017

Receita de Ano Novo ( Carlos Drummond de Andrade)


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade )
(Discurso de primavera e algumas sombras. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1979, p. 115)

O último dia do ano não é o ultimo dia do tempo (CDA)

E lá se foi mais um ano. Terminando hoje, com hora marcada para se zerar o cronômetro de esperanças, desejos, intenções, promessas.
Mas também deixar nesse ano tudo que naufragou, falhou, submergiu, decepcionou, que deu errado.
A luta sempre continua. Basta nos atermos a enormidade do presente, e entender que já é um logro estarmos a romper o ano vivos, bem, lutando e chutando. Pois é hora também de relembrar que não pôde ter essa dádiva e ficará preso eternamente a esse ano, os que se foram. Lembro que havia uma amiga uma vez quase ralhou comigo por ter ligado e lhe parabenizado o aniversário. E eu perguntei: por quê? Ela disse que estava ficando mais velha, oras... Me lembro bem de ter dito que deverias é agradecer de estar viva, bem, e saudável comemorando. Muitos não tiveram a sorte dessa benesse dos deuses e do tempo. Ela se sentiu mais sossegada com isso. Não sei como vê a situação depois de tanto tempo, já que ela ficou no passado também, vejam só. Sim, por vezes as pessoas saem de nossa vida sem ter morrido, porém saem de forma inapelável, como uma morte em vida. Interessante como são as amizades, os namoros, os casamentos até. Amarrados que estão ao tempo, por vezes não podem lhe requerer a eternidade. Enfim nada pode.
Sempre haverá receitas mil para se encarar o ano que se aproxima, mil receitas, mil adágios, mil filosofias. E lá vamos nós nos espelhar em conselhos de que não sei que guru, que não sei que especialista, não sei que psicanalista, ou coach. Tudo pra tentar entender a vida que se renova a cada ano, embora seja um truque inventando pelo inventor do calendário.
Aprendemos e somos aprendidos. Assim é a vida, esse redemoinho que nos deixa tontos ante sua vertiginosa trama, sua incessável temeridade, sua licenciosa tendenciosidade.
Não há um julgamento (talvez em outra vida) sobre os noves fora de toda a nossa vida. Apenas percepções de quem viveu conosco, parentes, amigos, amantes, esposos, esposas, inimigos. Cada um enxergando um pedacinho, um meio que perspectivismo de Nietzsche mais mundano. Ninguém sabe da gente de verdade, só nosso coração.
Mas Drummond dizia, em "passagem do ano":

O ultimo dia do ano não é o ultimo dia do tempo.
...Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
...inda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer.

Que o ano que se achegue trazendo esperança, fé, amor, saúde, sucesso. Merecemos e iremos lutar por isso.
Tchau 2017.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

The Big Sick (****1/2)

Este filme tem alguma semelhança com Master of None, já que é o ponto de vista de um paquistanês sobre suas tradições em choque com modo de viver americano, além de observações sobre amor, relacionamentos, humor, traição, etc.
Kumail é membro de uma tradicionalíssima família paquistanesa, que semanalmente pretende arrumar-lhe uma esposa para um casamento arranjado, como prega a tradição. Ele claro,tendo crescido nos EUA não entende e aceita esse modus operandis de se casar, e sempre recusa, para desespero de sua mãe e pai, além de irmãos. Dizendo que vai se tornar advogado, ele na realidade sonha em ser um stand-uper, com seus amigos figuraças, num clube de iniciantes, cheio de aspirantes a estrelas.
Mas claro, é uma comédia romântica com toques dramáticos(irei falar mais a frente) então ele conhece, na plateia, uma americana chamada Emily, e por acaso começam a sair. Despretensiosamente, porém logo esse relacionamento estará fadado a não se realizar, dados os problemas que iriam se aproximar devido a sua família desejar que Kumail case com uma paquistanesa.
E pouco depois começa a parte dramática da película, havendo sim, pelo menos uns três momentos cenas meticulosamente criadas para nos fazer sentir um nó na garganta, ou para os mais sensíveis, verterem lágrimas. Mas sem ser aquele efeito apelativos, mas sim pela densidade dramática das situações, palmas aos roteiristas, que nos fazem torcer pelo casal, mas não sem antes nos fazer pensar e temer por eles. As famílias de ambos são um fato a parte do filme, sendo por vezes um alívio cômico do drama.
No final há uma rima de um momento inicial do filme, que sabe despejar suas doses de humor com inteligência, e sua carga de drama com maestria, construindo um filme que nos deixa com aquela sensação de leveza após seu término, além de um sorriso de canto de rosto. Uma grata surpresa.
Cotação: (****1/2)

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Guia Politicamente incorreto dos anos 80 pelo Rock (***)

Andando pelas lojas pra comprar presente de natal para a mama querida, com um livro que levei para de repente passar o tempo na fila, o livro que dá tema aliás ao post, e eis que uma vendedora me pergunta sobre se esse livro é bom. Escrito pelo Lobão, eu disse a ela, ao mesmo tempo é sua maldição e sua dádiva. Explico-me como expliquei brevemente a ela: em termos simples, ele é bom por ter o Lobão participado ativamente da cena, e ruim porque ele escreveu com uma verborragia, egolatria e adjetivações tão cansativas, e pelo fato de querer botar tudo na conta da esquerda, que chega a ser chato, além de querer puxar saco de seus cupinchas como o Roger do ultraje a Rigor.
Mas sendo mais extensivo, chega a ser tolo a perseguição e ideologização de tudo de ruim como sendo culpa da esquerda que parece um bolsominion falando, o que não está longe de ser, já que Lobão é um tanto filho do MBL e assemelhados e sua cultura de ódio. E as adjetivações e elocubrações todas dando no final como culpa do lado esquerdo se torna tedioso pois o discurso sempre sabemos como terminará. Fora isso tem a egolatria do autor, ainda mais com o algumas alegadas chupadas conceituais do Herbert Vianna que beira a paranóia, embora algumas sejam passíveis de dúvida. Porém depois desse primeiro momento de Cena de Cinema / Cinema Mudo, não dá pra engolir e botamos na conta da sindrome persecutória do velho lobo. Por vezes querendo mostrar uma erudição que muitas vezes beira o pernóstico, alega Jorge Luiz(sic) Borges ser seu autor preferido sendo que nem escrever o nome do mesmo sabe. Ou então para espinafrar o programa Chico e Caetano e caber na sua narrativa, diz que Paulo Ricardo do RPM e Cazuza só foram aceitos porque cantaram ou samba ou músicas dos apresentadores, porém deixou de fora a apresentação da Legião que tocou rock! Ou então erros de conhecimento mesmo como chamar uma metralhadora israelense de UZZI, talvez confundindo com a jacuzzi, sei lá. Ou então dizer que Nós vamos invadir sua praia é o melhor album de Rock dos anos oitenta só porque é do coleguinha reaçonário Roger, futuro envolvido em suposto estupro de menor, pelo que contam os jornais. Enfim, o problema do livro é ter muita viagem e eloCUbrações do lobão, e que só melhoram quando ele deixa de lado seus palpites e opiniões e simplesmente opta por contar as histórias dos bastidores e momentos que presenciou. Ou então quando comenta e explica a gênese de algumas músicas, acordes, levadas, influências como quando fala da feitura de Vida Bandida, Vida Louca Vida, em suma, o disco Vida Bandida. Aí sim temos um trabalho mais valioso, de um personagem que viveu muito daqueles momentos da explosão do rock brasileiro nos anos 80. Para quem deseja se informar melhor, aconselho, embora esse não seja um livro inútil, o livro Dias de Luta, esse sim um trabalho de um jornalista que se atém a descrever os fatos não viajando em egotrips laudatórias ou depreciativas.
Cotação (***)

sábado, 23 de dezembro de 2017

Vôo cego ou encontro às escuras - Dicas do netflix baseado em notas do Rotten Tomatoes

Aqui vão algumas dicas de filmes que eu não vi, mas que estão bem cotados no rotten tomatoes, ou seja, é por conta e risco. :-D
Claro, quem quiser comentar sobre as dicas, fique a vontade. Nada como a confirmação de uma surpresa.

Creep 1 e 2, este terror que agora tem os dois exemplares é sobre um cineasta que é contratado por um sujeito que não é exatamente o que parece. Pelo que pude apurar, é um filme não tradicional, independente, porém assustador. Primeiro tem nota 96 e o segundo tem nota 100 (!) e vale a pena arriscar. Eu irei e quando o fizer atualizo aqui. [Atualizado: Assisti ao primeiro (excelente) e começo do segundo(excepcional) e é sinistro, expandindo os truques do primeiro, e com um final simplesmente agônico!) . Estilo Mockumentary, com camera de mão, e você será manipulado exemplarmente. :-D]

Meet The Patels: prestes a completar 30 anos Ravi Patel se encontra em um triangulo amoroso com a mulher da sua vida e.... seus pais! nota 86 no RT. Comédias indianas estão em alta, como denota The Big Sick - 98 no RT, que está na fila pra eu assistir também. [Atualizado: assisti, é bem divertido, mas não chega aos pés de The Big Sick, esse sim obrigatório!]

A United Kingdon: Uma mulher inglesa casa com um herdeiro real de Botswana e causa um incidente diplomático, porém eles lutarão contra todos para seguir seu coração. RT: 84.

Wormwood: Documentários sobre a morte de um cientista americano envolvido em um programa secreto da Guerra fria conhecido como MK- ULTRA. Nota altíssima no RT, 96.

Menashe: Drama sobre um Hadsic, comunidade ortodoxa, que ao perder a mulher tem de correr contra o tempo para achar uma parceira, caso contrário terá de abrir mão de seu filho para adoção. Outra nota alta no RT: 97.

The Gray State: um ex-combatente resolve produzir um filme sobre, em termos resumidos, a Nova Ordem Mundial, militarismo americano ascendendo e querendo dominar o mundo. Ele consegue financiamento para essa obra mas seu assassinato e de sua mulher e filha reacendem o debate sobre se as teorias de conspiração sobre essa instituição são reais. Será? Recomendado! Assisti hoje 25/12/17.




sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Vale a pena ler de novo - O passo do Lui

Estudava na 7ª série, bons tempos, sem preocupações, sem maiores angústias fora uns amores adolescentes, supra-sumo da vida a correr no rio das cousas, como dizia o poeta. Amigo secreto, e no livro que lançávamos o que queríamos ganhar para nosso amigo(ou inimigo) oculto se dar ao trabalho de nos alegrar a tentar uma surpresa e nos decepcionar. Antes havia dado umas voltas no shopping velho da cidade, São josé dos Campos, 1986 ou algo assim, e visto uns bons exemplares do Passo do Lui dos Paralamas do Sucesso lá exibidos. Melhor dica impossível, disse no livro até onde comprar. Para quem ignora totalmente o que seja este álbum, simplesmente foi o que catapultou os Paralamas para o Sucesso que até então apenas era um nome de uma banda, rídiculo, mas apenas um nome. Só para o leitor destas pobres linhas imaginar, em qual álbum de vinil (sim, vinil, aquela bolachona preta, os encartes, toda aquela peça rara que tanto deleite proporcionava a quem o possuía... ah, estou ficando nostálgico) poderíamos encontrar ótimas músicas como Meu Erro, Óculos, Me liga (esta que o Lobão acusa o Herbert Vianna de ter plagiado de Me Chama até hoje), Assaltaram a Gramática - esta com Lulu Santos e sua letra nonsense, Romance Ideal (esta eu sei de cor, até o solo de guitarra!), Fui Eu (Sucesso com o grupo sempre livre, aqui numa versão menos acelerada), Ska, a belíssima Mensagem de Amor, que Leo Jaime transformou numa versão mais suingada e sofisticada depois, e um sucesso menor, o Menino e a Menina, esta dizia muito, mas deixa pra lá. Curiosamente, a que menos me cativava neste álbum soberbo era justamente o Passo do Lui. Ironias do destino.
Pois bem, explicações dadas sobre a bolacha, vários colegas passaram a chegar em mim e perguntar que diabos era o tal Passo do Lui. Eu pacientemente explicava que era o tal álbum do Paralamas que continha tais e que tais músicas, blá blá blá, tim tim por tim tim. Legal, a pessoa achava um barato, não sabia que era isso, e dizia que ia pedir um também. Mal sabia eu que nuvens negras se avolumavam no meu futuro, mas as tragédias são feitas de indiferença e arrogância, então, deixe-a acontecer.
Chegado o dia do amigo secreto a minha amiga secreta era minha profe de história, sinto muito mas não lembro mais o nome, que feio, eu sei, sempre fui péssimo com nomes, me lembro da fisionomia de minha querida professora, mas seu nomezinho é algo muito difícil na vida de meus neurônios tão fatigados. Antes, um detalhe: várias pessoas antes de mim ganharam o tão sonhado Passo do Lui, e era este futuro lindo e musical que imaginava usufruir dentre instantes. Recebo entre beijos na bochecha meu vinil, todo pimpão, vou abrindo o presente (rasgando, moleque é foda) e para meu pesar imenso, NÃO ERA O PASSO DO LUI! Imagino que devo ter mudado de uma face de quem viu a Ellen Roche pelada na minha frente para outra que viu a Hebe pelada, foi impossível disfarçar e conter a decepção! A professora deixou para comprar na última hora, e os meus colegas FDPs haviam esgotado a cota de Passo do Lui baseados na minha dica, então o que ela, a profe cheia de Histórias comprou foi o novo dos Paralamas na época, Selvagem. Este também foi um grande sucesso, e talz, album recém lançado, mas, por Deus, custava não ter me sacaneado desta vez ao menos? Fiquei de sorriso amarelo o resto da festa, entre olhares de inveja para meus amigos que ganharam o disco e olhares de ódio para a professora malfadada. Coitada, fez o melhor que pôde, eu teria que passar por esta provação, afinal, somos forjados nestas peripécias, não é?
A única coisa que salvou o dia foi um beijo, mas, como eu disse, outra história, esta, meus amigos, meus inimigos, é de uma derrota, uma ironia das grandes, uma vergonhinha trágica, ou cômica, sei lá, que a medida que o tempo parece amarelecer, mas me faz olhar com ternura uma época que não se matava tanto, não se odiava tanto, mas sim, se divertia um bocado.

Top Séries do Blog 2017

Chega o fim de ano e todo mundo tem sua lista de melhores, então porque não eu? Claro, listas são poços de idiossincrasias e não podem aspirar a universalidade, seria uma tolice.
Então vamos as melhores séries que desfrutei com prazer esse ano, lembrando que há muitas séries que podem ter ficado de fora por não pertencerem ao meu escopo de telespectador, como históricas like a The Crown e assemelhados. Então vamos lá.


Mindhunter: Uma série policial que praticamente não há tiroteio, perseguições desenfreadas, carros derrubando barraquinhas de frutas etc é diferenciada. E assim a netflix produziu uma das grande desse ano, contando a história dos primórdios dos estudos comportamentais de assassinos em série. Diálogos e embates mentais dignos de Borges, de tão tortuosos por vezes. Fiquei fã.

Westworld: a releitura do filme dos anos 70 com Anthony Hopkins e grande elenco sobre um parque temático de faroeste com andróides tem uma trama excelente, efeitos e congeminações sobre inteligência artificial é mais um produto superior da HBO.

Handmaid's Tale: A sufocante distopia estrelada por Elizabeth Moss e premiada com o Emmy realmente é sensacional, e também para pensar no mundo que vivemos.

Master of none: mais uma vez o netflix mata a cobra e mostra o pau nessa série de humor que já está na segunda temporada mas que toca em temas como preconceito, amor, relacionamentos, e de quebra ainda faz pensar bastante.

Better Things: produzida por Pamela Adlon que estrela a série, e o caído em desgraça Louie CK após acusação de assédio, conta a história de uma mãe divorciada tendo de lidar com suas filhas, dentre elas duas adolescentes. Muita observação e humor de sorriso de canto de boca, intelectual. Temas adultos numa comédia que abraça o estilo Louie de se fazer humor corrosivo.

Godless: um faroeste impressionante, contemplativo, lento por vezes, sobre uma cidade somente de mulheres, um bando e um vilão sensacional (Jeff Daniels, um monstro!) caçando um desertor. Fez-me rever Deadwood tal a maestria dos diálogos. Netflix, de novo!

Better Call Saul: o Spin of de Breaking Bad entregou na sua terceira temporada tudo que imaginávamos que poderia render. Com atuações do trio principal notáveis, a história do advogado trambiqueiro atingiu um nível dramático que invejaria Walter White.

Dentre as decepções destaco Os Defensores, muito irregular, Stranger Things temporada 2, que demora a deslanchar demais, O Justiceiro, que cai muito de produção no final.

That's all folks!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Top Frases/diálogos Deadwood

Na vida você faz um monte de coisas que não quer fazer. Muitas vezes, é o que a vida é... uma merda de uma tarefa após a outra.

Anunciar seus planos é um bom jeito de ouvir risadas de Deus.

Reverendo: quando leio as escrituras, não sinto o amor de Cristo como eu costumava...
Jane Calamidade: Ah é? Isso é tão ruim. Bem-vindo ao clube da maioria.

Wild Bill Hickok: Você conhece o som do trovão, Sra Garret
Alma Garret: claro.
WBH: você pode imaginar esse som se eu lhe pedir?
AG: Sim, posso, Mr Hickok.
WBH: Seu marido e eu tivemos essa conversa, e eu disse-lhe para ir pra casa para evitar um resultado sombrio. Não falei em trovão. Madame, ouça o trovão.

Reverendo, que sofria de dores excruciantes por causa de um tumor no cérebro, se resignava com Deus.
Reverendo: Esse é o propósito de Deus, mas não saber o propósito é minha porção de sofrimento.
Doutor: Se isso é o propósito Dele, ele é um filho da puta.

Você nasceu ou foi chocado?

WBH: Eu não quero mais lutar! E não quero ouvir você me enchendo a porra do ouvido com isso. Deixe-me ir para o inferno do jeito que quero.
Charlie Utter: Sim, posso fazer isso.

Doc Cochran: Não sei se é uma boa hora para que pares com o láudano, Miss Garret.
Alma Garret: Que agradável surpresa, doutor, ouvi-lo admitir os limites de seu conhecimento.

Sol: eu acho que você fez coisas hoje que gostaria de mudar.
Seth Bullock: que tipo de homem me tornei, então, Sol?
Sol: Não sei, o dia ainda não acabou.

Hugo: teve uma visão, e uma premonição, reconheceu em mim não somente um homem, mas uma instituição e um futuro também.
Steve: foda-se, foda-se a instituição, foda-se o futuro.
Hugo: Não pode foder o futuro, o futuro que fode você.

Sol discutindo com Seth Bullock:
-se isso continuar assim, iremos brigar, e você terá de trabalhar sozinho enquanto convalesço.

Doc Chochran: Deve beber isso.
Alma: Não quero despertar aquele demônio, Doc.
DC: Isso não tem a ver com demônios, Miss. E sim com aliviar a dor para passar por esse momento. Deixe os demônios com Deus e a confie a dor a mim.







terça-feira, 19 de dezembro de 2017

PenChatas

Não acredito na lei do retorno. Acredito que temos de ser bons, fazer o bem. Se outros fazem mal, não há de ser lei que o mal se lhes abata. Lembro do poema do Camões sobre o desconcerto do Mundo.

Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m´espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.
Luís Vaz de Camões (1517 e 1524(?) – Lisboa, 10/6/1580)

O mundo parece sim uma sucessão de acasos, fortuitos enganos, e as coisas de si não tem concatenação, antes um espetáculo de erros... e acertos. A sorte, antes chamada fortuna, o acaso, são poderosos agentes de mistificação.

Fernando Sabino dizia, sobre as coincidências que incontáveis vezes o acometiam, que elas  - coincidências - o perseguiam, não o contrário.

Talvez o fato de sermos seres que procuram padrões, e que não fazem caso quando esses padrões não são encontrados, nos faça acreditar em tantos futurólogos, que nunca são chamados a responsabilidade quando erram amiúde.

Signos são outra coisa estranha, que vivo a não acreditar, por não crer na mistificação dos astros, e saibamos que o céu que vemos não é o que existe quando inventaram os astrologos sua ciência. A luz das estrelas que vemos estão extintas há milênios. A noite é um mistério tão lindo e extinto, que ainda mais espantoso torna sua beleza. Mas falando de signos, é engraçado como algumas características ditadas por determinado tipo batam com a personalidade das pessoas. Nem tudo é certeza, alguns aliás não veem certeza em quase nada.

Uma vez li uma tese de que e se o mal fosse o bem, e o bem fosse o mal, e que estivéssemos praticando o bem erradamente. Pelo jeito que anda o mundo essa tese pode estar vencendo a concorrência.

Nietzsche foi citado até pelo Skank "feliz agora e não depois..." "feliz agora e não além" (Tão Seu) assim como Fernando Pessoa "os deuses vendem quando dão..." (Três Lados). Mas o que mais surpreende não é isso: é ninguém ter notado!

Lembro que depois de Star Wars, o primeiro, de 1977, nunca mais, mesmo depois de adulto, olhei o céu do mesmo jeito. Nele cabem naves, sabres de luz, amores, mistérios, e a noite imensa.

Um poeta, citado por Borges, disse: quisera ser a noite, e poder mirar-te como milhares de olhos.
Logo ele, que gostava de citar autores que não existiam, a brincar com seus leitores. Esse Borges.

Carpinejar: "Quando estamos felizes rezamos sem saber." Certeza que estou passando uma fase de ateu...rs

Li que o Lulu santos estava dizendo que a música regrediu a fase anal. Logo ele que não lança um disco que preste a ânus.

Um amigo falou: hoje estou mais cansado que embreagem de caminhão de lixo....hauashasuasashas




Poesias de Paulo Leminski

AMOR

Amor, então,
também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.


Ai daqueles
que se amaram sem nenhuma briga
aqueles que deixaram
que a mágoa nova
virasse a chaga antiga

ai daqueles que se amaram
sem saber que amar é pão feito em casa
e que a pedra só não voa
porque não quer
não porque não tem asa


AMOR BASTANTE

quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante

basta um instante
e você tem amor bastante


O amor, esse sufoco,
agora a pouco era muito,
agora, apenas um sopro.
Ah, troço de louco,
corações trocando rosas
e socos



você pára
a fim de ver
o que te espera

só uma nuvem
te separa
das estrelas


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

domingo, 17 de dezembro de 2017

Ira! em volta redonda - Clube Naútico - 16/12/2017

Depois de tanto tempo, numa galáxia, ou melhor, numa cidade muito muito distante, enfim pude ver ao vivo, em carne e osso, essa banda paulista que é das mais importantes do Brock 80. Meu irmão já completou a quarta vez, vejam vocês, mas antes tarde do que nunca, e nunca é muito tempo como dizem outros. Começou por volta de 01:40h do domingo, após muito tecnopop oitentista na pista, e algum rock antes da banda entrar no palco.
E o tempo passa, e estão lá com seu jeito de tiozão Nasi e Edgar Scandurra, já pela casa dos cinquenta, mas esbanjando energia e emoção pra desfilar clássicos e algumas canções que eu não colocaria como das mais inspiradas deles mas vá lá, nada é perfeito, não se procura mais perfeição depois que estamos mais maduros e serenos.
Mas quem pode se dar ao luxo de desfilar grandes canções como Núcleo Base ("Eu tentei fugir, não queria me alistar/ eu quero lutar,mas não com essa farda!"), Dias de Luta ("Se meu filho nem nasceu, eu ainda sou o filho"), Envelheço na cidade, Quinze anos, essa uma grata surpresa, com sua letra realista que dá nome ao álbum onde ela apareceu ("Vivendo e não aprendendo / eis o homem esse sou sou / que se diz seguro / que se diz maduro).
Ou então Tarde Vazia e sua nostalgia dos anos do telefone ("você me ligou naquela tarde vazia / e me valeu o dia!"), Rubro Zorro, outra surpresa ("Sou o inimigo público número um!"), a belíssima balada Girassol ("Um girassol sem sol/ um navio sem direção / apenas a lembrança do seu sermão / você é meu sol/ um metro e sessenta e cinco de sol / e quase o ano inteiro os dias foram noites / noites para mim / meu sorriso se foi / minha canção também  / eu jurei por Deus não morrer por amor / e continuar a viver / Como eu sou um girassol, vc é meu sol...), uma canção obscura que adquiriu a beleza que merecia mostrar no acústico do ira!, que contribuiu com Eu quero sempre mais, aquela da pitty, Flerte Fatal e seu aviso sobre as drogas, Pra ficar comigo, que é uma versão de Train in Vain do The Clash ("meus sentidos estão todos a mil / no meu carro tem um banco vazio: vem ficar comigo!"), Flores em Você na versão baixo guitarra bateria ("Quero viver meu presente / e lembrar tudo depois / nessa vida passageira, eu sou eu vc é vc/ isso é o que me mais me agrada / isso é o que me faz dizer: / que vejo flores em você"), Vida Passageira, cantada de forma emocionante pela galera, com sua letra melancólica ("Quando seus amigos te surpreendem/  deixando a vida de repente / e não se quer acreditar / Mas essa vida é passageira / chorar eu sei que é besteira / mas meu amigo, não dá pra segurar"), Amor Impossível ("é possível falar / de um amor impossível"), Sem Saber pra
onde ir (Como posso andar no escuro / se não sei pra onde vou / sem a luz que iluminava o meu caminho"), Advogado do Diabo, Longe de Tudo, Gritos na Multidão com a galera responde os coros da música, como em outras canções, já que a galera era majoritariamente da época. Mas foi bonito ver muita molecada curtindo e cantando junto, uma amostra que não há só maus ouvidos na juventude.
Por outro lado algumas canções ou são pouco conhecidas, ou pouco inspiradas e que apareceram no show que fez com que a temperatura baixasse um pouco. Nada de grave contudo, porque com uma quantidade bestial de boas músicas rapidamente a temperatura subia. E teve até I fell Good do mestre James Brown, wow!
Mas algo que eu ia esquecendo é das grandes canções que ficaram de fora do show. Claro, compreendo que seja questão de gosto, ou então de momento ou o grupo estar exausto de tocá-las, etc, mas só a título de lembrança aqui vai:
Logo de Cara
Mistério
Tolices
 Mudança de comportamento
Coração
Pobre Paulista
Você ainda pode sonhar (Lucy in the sky with diamonds)
Prisão das Ruas
É assim que me querem
Você não serve pra mim
Bebendo Vinho
Entre seus rins
Milhas e Milhas

Além dessas aí umas 4 pelo menos do álbum de Covers/versões Isso é amor também poderiam dar as caras.
Mas foi uma grande noite, e terminar um ano (ok, está ainda por terminar, tem alguns bons dias ainda, mas deixa eu na minha vibe) com um show dessa rapaziada do Ira! faz renovar o espírito e as esperanças. Um outro detalhe a comentar contudo é que a banda não veio com os membros originais, pois o baixista e baterista são outros, inclusive o primeiro é filho do Edgard Scandurra.
Como sempre, aliás, rolou aquela velha trolagem do Edgard, com a galera pedindo palheta com ele e ele mostrando as mãos nuas: ele não usa palheta! Toca com os dedos/ulhas, além de ser canhoto e não inverter as cordas da guitarra, o que adiciona dificuldade pra aprender e tocar, pois as cordas mais graves ficam para cima. Coisa de gênio, porque ele é uma lenda, toca demais, e fico agradecido de poder ver esse craque alí distribuindo riffs e solos como ninguém.
Enfim, é isso, muito muito bom! Valeu Ira!
Bônus: videos com trechos gravados em qualidade sofrível....rs

Tarde Vazia - Ira!
 Dias de luta - Ira!
Girassol - Ira!

Frase

A vida é avara em certezas mas pródiga em possibilidades.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Maxima de Al Swearengen (Deadwood)

- dor e prejuízo não são o fim do mundo, nem desespero ou surras. O mundo acaba quando você morre. Até lá, você tem mais castigo a sua espera. Reaja como um homem e lute! (Al Swearengen)

Fargo no netflix

Fargo disponível na Netflix! Sensacional! Recomendo muito. Roteiro e interpretação ótimos, ótimo ritmo e personagens distintos e carismáticos. Billy Bob Thorton faz um vilão tão assustador e temido quanto Chigur de Onde os Fracos Não tem vez. O melhor é que as três temporadas estão disponíveis, a última ainda não assisti. Que delícia, cara! #jailsonfeelings (*****)

Edit: perto de terminar a terceira e última, posso afirmar que o nível é excelente, sendo que minha preferência recai na primeira como melhor, pois o Malwo é um vilão espetacular. Depois a segunda temporada, muito boa, e a terceira logo atrás, mas particularmente impactante, devido aos acontecimentos e interpretação de Ewan McGregor por motivos de... quem assistir saberá. Certamente a série com a qualidade mais uniforme e alta das disponíveis no serviço de streaming.

Frase

Gentilezas para com o próximo são carinhos de anjos disfarçados.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Star Wars Os ultimos Jedi (****1/2)

O oitavo episódio de star wars é um grande filme. Sem dúvida. Não é tudo isso que tem se falado, não chega tão perto assim de o Império Contra Ataca, mas faz um trabalho competente sem emular outros filmes da franquia como o episódio 7 foi de Uma nova esperança. Certamente é dos maiores filmes de ação e aventura desse ano, merece os elogios pois há momentos que farão a alegria dos fãs com belíssimos efeitos, cenários deslumbrantes, batalhas espaciais e de sabres de luz de arrepiar, trazendo de volta o espírito de criança que está no seu peito de adulto, se for o caso.
São vários personagens com seus arcos sendo construídos e finalizados de forma muito interessante, de forma assemelhada a que acontecia por exemplo em o Retorno de Jedi, com várias frentes de batalha sendo mostrados em sua grandiosidade.
A grande figura dos outros filmes se dá com a volta de Luke Skywalker, agora um ermitão que não quer mais saber de ser uma lenda, nem tampouco de salvar a galáxia, e vive numa ilha com seres tão estranhos quanto por vezes engraçados. E os Porgs, aqueles bichinhos parecidos porquinhos da índia com asas rendem boas risadas no filme quando se envolvem com Chewie.
Rey vai tentar demovê-lo da idéia e se tornar uma Jedi. Finn e Demeron e uma nova personagem, Rose, vão desenvolver a história por outros meios, menos misticos, mais mundanos, mas rendem também bons momentos de humor e empatia. O lado vilão do filme está cada vez mais passeando por uma zona cinza e menos maniqueísta dessa vez, e sim, há boas reviravoltas e surpresas nesse filme, então tente evitar os pentelhos da internet que adoram jogar spoilers na sua venta por todos os lugares possíveis. A trilha sonora é de John Williams, clássica, e está como sempre excelente com seus temas que já estão no imaginário dos fãs ou não da saga. A duração do filme (2h30) pode assustar, mas embora a primeira parte do filme tenha um ritmo por vezes inconstante, no segundo ato a coisa simplesmente toma o trem bala, ou um modo warp e se torna alucinante! O trabalho geral dos atores é de alto nível, mas Mark Hammil como Luke e a atriz que interpreta Rey (Daisy Ridley) estão tomando o filme para sim. Kylo Ren (Adam Driver) mais uma vez tem de aprender muito com Vader para se tornar ameaçador, mas está menos garoto resmungão do que no filme precedente, e incomoda menos os fãs. E não há como engolir seco em uma determinada cena entre Laura Dern e Carrie Fisher que arrepia até os mais empedernidos corações de pedra. Vocês irão saber quando ao ver. E BB8 está aqui de novo para nos divertir, não é?
Porém, para os fãs mais atentos, há sim uma emulação de episódio 4 aqui, não poderia deixar de haver um fan-service, os fãs adoram, todos ficam satisfeitos e é assim que se agrada seu público.
Apenas não vá com uma expectativa muito alta pois uma leve decepção com tanto hype pode lhe tirar o sabor de desfrutar esse capa e espada estelar de respeito.
Cotação (****1/2)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Nietzsche: Amizade Estelar


"Nós éramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro. Mas está bem que seja assim, e não vamos ocultar e obscurecer isto, como se fosse motivo de vergonha. Somos dois navios que possuem, cada qual, seu objetivo e seu caminho; podemos nos cruzar e celebrar juntos uma festa, como já fizemos – e os bons navios ficaram placidamente no mesmo porto e sob o mesmo sol. Parecendo haver chegado ao seu destino e ter tido um só destino. Mas, então, a todo-poderosa força de nossa missão nos afastou novamente, em direção a mares e quadrantes diversos, e talvez nunca mais nos vejamos de novo – ou talvez nos vejamos, sim, mas sem nos reconhecermos: os diferentes mares e sóis nos modificaram! Que tenhamos de nos tornar estranhos um para o outro é da lei acima de nós: justamente por isso deve-se tornar mais sagrado o pensamento de nossa antiga amizade! Existe provavelmente uma enorme curva invisível, uma órbita estelar em que nossas tão diversas trilhas e metas estejam incluídas como pequenos trajetos – elevemo-nos a esse pensamento! Mas nossa vida é muito breve e nossa vista muito fraca, para podermos ser mais que amigos no sentido dessa elevada possibilidade. – E assim crer em nossa amizade estelar, ainda que tenhamos de ser inimigos na Terra".

(Nietzsche, A Gaia Ciência, aforismo 279)

Aquecendo para o Ira!

Duas curiosidades: duas curiosidades: pra quem não sabe, essa música é do escritor Marcelo Rubens Paiva e do músico Kiko Zambianchi, e ela é das raras músicas que não há backing vocal do Edgar Scandurra, que torna as músicas do grupo inconfundíveis.

Logo de Cara

Ira!


De onde você vem?
Quem vai te levar?
Quem te faz sorrir?
Quem te faz chorar?
Qual será seu nome?
Quantos seus amores?
Você me faz imaginar
Te vejo de longe
Quero chegar
Algo não deixa eu me aproximar
Você ilumina todo lugar
E eu quero mais
Quais são suas cores?
Quais são seus desejos?
Quem são seus amigos?
Quais serão seus medos?
O que faz de dia?
O que faz de noite?
Você me faz imaginar
Te vejo distante
Vou te falar
Todas as coisas que você me fez pensar
Você ilumina todo lugar
E eu quero paz
Te vejo de longe
Quero chegar
Algo não deixa eu me aproximar
Você ilumina todo lugar
Te vejo distante
Vou te falar
Todas as coisas que você me fez pensar
Você ilumina todo lugar
E eu quero mais
E eu quero paz

domingo, 10 de dezembro de 2017

Top of The Lake

Estou no meio dessa série que tem como protagonista Elizabeth Moss (premiada com o Emmy), que foi destaque em Mad Men e na vencedora do Emmy Handmaid´s Tale. Aqui de novo excelente, faz uma detetive de crimes sexuais que por acaso cai dentro de um caso de uma menina de 12 anos que está grávida e tenta se matar. Então todos tem algo a esconder, inclusive a própria detetive. As paisagens são muito bonitas e são bem filmadas para dar aquele ar de desolação e clima inóspito, tanto da natureza quanto das pessoas, com aquele ar meio redneck + truculência. São apenas 7 episódios na primeira temporada, que tenho assistido com avidez necessária. Até aqui muito boa. (****)

sábado, 9 de dezembro de 2017

Deadwood - Um clássico! (*****)

Pense numa série sobre o faroeste americano que tem o maior número de grandes persongens entre protagonistas e coadjuvantes mas dentre até os últimos haja alguns que a cada momento que aparecem brilham tanto quanto protagonistas de outras séries? Assim é Deadwood, produção que brilhou entre 2004 até 2006, contando sobre a cidade que foi anexada por Dakota e que contou com personagens reais incluidos na serie como Seth Bullock, Al Swearengen, Wild Bill Hickok, Calamity Jane, George Herst e outros que ficcionalmente dão liga aos acontecimentos da trama.
Foram 3 temporadas de 12 episódios cada, com um nível de produção alto para a época, o que acabou por complicar a vida da série, que ficou sem um final tradicionalmente dito. Foi oferecido ao criador, David Milch, que foi o mesmo de NYPD, aqui no Brasil mais conhecida por Nova Iorque contra o crime, 6 episódios pra fechar a série. O autor recusou, assim como dois telefilmes de 2h. A última é que agora ele conseguiu aprovação para um filme e em outubro de 2018 entrará em produção. Um consolo pálido para os fãs mas que é melhor que nada.
Mas voltando ao assunto sobre a qualidade dos personagens, isso se dá graças aos belíssimos diálogos engendrados por Milch e seus roteiristas, com a inclusão de palavrões atuais, algo curioso, porém entre sofisticadas elocubrações que dão um tom perfeccionista a eles. Os palavrões foram uma opção de Milch que achou que se fossem usados os da época, não teriam o impacto que palavras modernas causaram.
Os protagonistas são Al Swearengen, dono do bordel Gem e que praticamente controla o lado mafioso da cidade, junto com seus ajudantes e prostitutas. Ele é o famoso e odioso bandido, tão inteligente e astucioso quanto odioso e pérfido, mas por incrível que pareça, acaba por ter a torcida por ser tão bem vivido por Ian Mcshane. Parece que nasceu para o papel de elaborada que é sua interpretação.
Do lado oposto a ele está Seth Bullock (Timothy Olyphant), xerife em Montana e que é como se fosse a bússola moral da série. A cena inicial é uma das mais distintivas do personagem, quando é ameaçado por uma turba que quer linchar um bandido que o baleou no ombro, e por fim ele, ele seu ato final na cidade da qual está se despedindo, faz questão de enforcar o facínora enfrentando a multidão para cumprir a lei.
Além deles há outros personagens marcantes como Sol, amigo de Bullock, o lado calmo digamos assim do amigo, Charlie Utter, amigo de Bill Hickock, Jane Calamidade, em constante estado etílico, a prostituta Trixie, que vive uma relação ambíguia de amor e ódio com Swearengen.
A esses se juntam mais outros no decorrer da série, que não irei citar para não estragar algumas surpresas.
Mas há um em especial que considero dos mais interessantes da série, o doutor Doc Chocran, que tem uma série de diálogos incríveis discutindo a ciência, medicina, Deus e tantos outros temas de forma impactante e original, um autêntico rouba cenas quando aparece, com sua humanidade e seus Fuck you Al, etc! E é curioso perceber que ele é dos únicos a afrontar o temido dono do Gem e que é respeitado, muito respeitado aliás, por esse. Interpretação brilhante de Brad Douriff, provavelmente a trinca de ouro da série, embora possa haver controvérsias. Vi depois desse texto estar pronto que ele venceu o Emmy de 2004 de coadjuvante! (Eu manjo um tiquinho...heheheh)
Contar mais sobre a trama seria sabotá-la, então termino aqui indicando essa que é a maior produção seriada sobre Faroeste e uma das maiores já produzidas pela indústria americana. Com filmografia digna de cinema, e alta qualidade dramática, deixou saudades nos fãs de produtos superiores como um todo, e que estou revendo, uma distinção que não coube a nenhuma outra série na minha vida. Não que isso seja grande coisa, minha distinção, mas com certeza tenho um bocado de experiência degustando boas séries.
Cotação: (*****)

Diálogo
- dor e prejuízo não são o fim do mundo, nem desespero ou surras. O mundo acaba quando você morre. Até lá, você tem mais castigo a sua espera.  Reaja como um homem e lute! (Al Swearengen)

If She Wants Me - Belle and Sebastian

If She Wants Me

Belle And Sebastian


I wrote a letter to running not in day
I asked somebody "Could you send my letter away?"
"You are too young to put all of your hopes in just one envelope"
I said goodbye to someone that I love
It's not just me, I tell you it's the both of us
And it was hard
Like coming off the pills that you take to stay happy
Someone above has seen me do alright
Someone above is looking with a tender eye
Upon your face, you may think you're alone but you may think again
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
And far away somebody read the letter
He condescends to read the words I wrote about him
And if he smiles, it's no more than a genius deserves
For all your curious nerve and your passion
I'm going deaf, you're growing melancholy
Things fall apart, I don't know why we bother at all
But life is good and "It's always worth living at least for a while"
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
If you think to yourself "What should I do now?"
Then take the baton, girl, you better run with it
Cause There is no point in standing in the past cause it's over and done
I took a book and went into the forest
I climbed the hill, I wanted to look down on you
But all I saw was twenty miles of wilderness so I went home
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
(She wants me)
If I could do just one near perfect thing I'd be happy
They'd write it on my grave, or when they scattered my ashes
On second thoughts I'd rather hang around and be there with my best friend
If she wants me
If she wants me yet
If she wants me yet
If she wants me yet

Meu amigo Pedro e o barulho

Lembro dos tempos heróicos dos primeiros barulhos, com a bateria do Titi que vinha no fusca dele desmontada e encaixada como um quebra cabeça, sendo que ele tirava o banco do carona pra conseguir seu intento. E então era trazer e subir escadas, montar, e uma única e solitária caixa amplificada para soar o baixo e guitarra. Claro que não era bom mas era o suficiente pra levarmos um som nos primeiros ensaios da Los Pajé, nome mítico pois a gente chamava chuva quando tocava. Ou era o tempo que se aborrecia com nossos "defeitos sonoros". Aos poucos conseguimos caixas extras, microfones, a bateria passou a ficar aqui na parte de baixo da casa pra facilitar.
O baterista tinha carteira de música, era do fã clube oficial do Raul Seixas e ia a loucura quando eu levava na guita Meu amigo Pedro e Aluga-se, a versão original com uma guitarra fuderosa do tal de Soluça, milhares de milhas melhor que seu arremedo que os Titãs tiveram o crime de cometer.
O repertório era puro rock br dos 80, excetuando esses Rauls ditos acima, com Legião, Ira!, paralamas, engenheiros, finis africae, plebe rude, dentre outros, mas misturado aparecia até Zeca Baleiro com Lenha, uma balada com violão baixo e guitarra que encaixa bem com nossa formação.
O terraço ainda não havia sido fechado, então era ao menos arejado e o barulho devia incomodar sem nada que o retivesse, embora havia a galera que curtia também.
Era costume tocar por 3 horas no mínimo, quase que sem parar, apenas um lanche e toma-lhe mais rock, a guitarra Golden modelo Gibson preta minha certamente minerando uma hérnia de disco em mim, embora eu nunca tenha tido uma. O baixo eagle, até hoje em nossa mão, também pesadíssimo, não no som mas devido a ótima madeira empregada no bichinho. De tanto tocar o baterista saia até meio assado de tanto ficar sentando batendo pernas e braços.
Certa feita fizemos uma apresentação no aniversário da minha irmã, com direito a ensaiar e tudo, ficou redondinho, pena não termos celular na época pra registrar, era camcorder mesmo, mas sinceramente não deve ter sido usada. Até havia um registro da gente fazendo um som, mas se perdeu como muitos outros registros daquela época, onde as fitas emboloravam se não usadas. Algo tão distante pra molecada de hoje que se assemelharia a histórias das pirâmides ou algo que valha.
Tivemos até nosso momento transgressor, quando resolvemos que iríamos tocar no dia de finados. Muitos do mundo dos vivos e dos mortos também devem ter odiado a gente. Que sacrilégio, não respeitar o dia dos mortos. Éramos assim, a rebeldia ainda grassava nas nossas almas rockeiras. Aliás até hoje, o rock não morre em nós, pode até adormecer, mas basta uma fagulha para o paiol virar explosão.
Se bem que quando nosso baterista virou pai e parou de fazer barulho, eu tenha dito, como a música:
"Hoje eu te chamo de careta, e vc me chama vagabundo".
Fez sentido na época, e muito mais hoje.
Mas o importante é que hoje ainda o nosso "barulho" continua, alguns personagens se mantiveram, meu irmão e eu, e outro se agregou, o Júlio Batera.
No fim é aquilo, já dizia o vetusto Neil Young: Rock and Roll never dies.
Só a gente, um dia.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Outra: O muro de Berlim

Grande sonho do cidadão era um muro branco bonito na frente de casa. Então ele vai e pinta de um branco puríssimo estilo OMO. No outro dia, eis que aparece pichado: "BUCETA".
Cara fica puto mas pinta de novo e vai pra casa.
Acorda, de novo: "BUCETA"
Ele puto fica de vigia, pra ver qual o desgraçado que fez aqui, após nova pintura.
Nada. Outra noite, nada. Ele desiste.
"BUCETA"
Puto quebra tudo e põe abaixo o muro! FDP!
10 anos se passam, ele pensa: esses desgraçados devem ter crescido, criado juízo, vou colocar o material e amanhã começar a construir meu muro.
No outro dia, de manhã, na pilha de tijolos, plaquetinha:
"BREVE AQUI: BUCETA"

Maçom

Uns garotos jogavam bola em frente a uma casa maçom de muro alto, eis que um isola a bola.
Um começa a jogar pro outro pra ver quem vai buscar a pelota. Decidido quem vai, ele pula lá e um dos caras pega ele e créu.
Pouco depois ele sai pelo portão da frente com a bola não mão.
A molecada: - e aí, o que aconteceu, o que tem lá?
o garoto: - agora não posso contar, virei maçom.

:-))))))))

É o tchan ou não é?

Hoje eu tive um papo absurdo com jovens da metade ou menos da minha idade.
- O é o tchan é aquele grupo daquela música "vai dançando na boquinha da garrafa"
Eu: não rapaz, esse é da cia do pagode. A dançarina por sinal tinha o nome de um de vcs, a sarah.
- tá maluco, tem um vídeo do youtube com a carla perez dançando.
Eu: pode até estar dançando mas a música não é deles.
- é sim, pode até ser de outro mas fez sucesso com eles.
Eu: rapaz, eu estava vivinho e consciente da cabeça quando esta porcaria fez sucesso e era outra banda, com uma dançarina mulata de cabelo curtinho que até a xuxa pirou na bunda dela e dizia que ela tinha dois bombons de chocolate, não era uma bunda!

Agora eu me pergunto, te pergunto: mas pra que diabos eu fui me meter em discutir sobre é o tchan, cia do pagode, sei lá o que? Tem confrontos que não valem a batalha. :-)

domingo, 3 de dezembro de 2017

Pequeno Mapa do Tempo - Belchior

Pequeno Mapa do Tempo

Belchior


Eu tenho medo e medo está por fora
O medo anda por dentro do teu coração
Eu tenho medo de que chegue a hora
Em que eu precise entrar no avião
Eu tenho medo de abrir a porta
Que dá pro sertão da minha solidão
Apertar o botão: cidade morta
Placa torta indicando a contramão
Faca de ponta e meu punhal que corta
E o fantasma escondido no porão
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
Eu tenho medo que Belo Horizonte
Eu tenho medo que Minas Gerais
Eu tenho medo que Natal, Vitória
Eu tenho medo Goiânia, Goiás
Eu tenho medo Salvador, Bahia
Eu tenho medo Belém, Belém do Pará
Eu tenho medo pai, filho, Espírito Santo, São Paulo
Eu tenho medo eu tenho C eu digo A
Eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife
Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá
Eu tenho medo Estrela do Norte, paixão, morte é certeza
Medo Fortaleza, medo Ceará
Medo, medo. medo, medo, medo, medo
Eu tenho medo e já aconteceu
Eu tenho medo e inda está por vir
Morre o meu medo e isto não é segredo
Eu mando buscar outro lá no Piauí
Medo, o meu boi morreu, o que será de mim?
Manda buscar outro, maninha, no Piauí

Ira! em volta redonda - 16 de dezembro

O grupo Ira! que é das bandas mais míticas do Brock oitentista, com todos membros originais, incluindo Nasi e o co-fundador e líder Edgar Scandurra estará em Volta Redonda no dia 16 de dezembro. Devo cavar meu ingresso (atualização, já está em mãos!) e poder enfim, depois de tanto tempo, poder ver essas caras ao vivo. Infelizmente não é a banda completa que fez história com Ricardo Gaspa no baixo e André Jung na bateria. Mas já é o bastante pra uma vida poder ver o Edgar Scandurra, guitar hero brasileiro, arrebentando nos solos e riffs que fizeram a minha cabeça e a da minha geração. Lembro quando comprei meu primeiro vinil do Ira!, o de capa amarela com uma tela representando os quatro integrantes. Fiquei um tanto fascinado por várias coisas desse álbum de 1986 que é um dos maiores do grupo e da década: a prensagem graúda da bolacha, que tornava o som - mormente o da bateria - cristalino e potente; as partituras que me fizeram ter curiosidade depois em aprender, as letras espalhadas, as fotos dos integrantes, e claro, as canções. Contém clássicos que toco nos barulhos que faço até hoje, como as míticas Envelheço na Cidade e Dias de luta, duas das canções mais emblemáticas  da banda, além de intensas e de letras inspiradas que tocam que toca de forma única. Bateria guitarra e baixo e os vocais em uníssono que se tornavam uma identidade do quarteto. Mas havia mais, até uma canção, Flores em você, com uma letra que até mandei para uma gata da oitava série (Beijos Ana Paula) que tocou na novela das oito! Logo o Ira! que era uma banda que não lidava muito com o mainstream musical, digamos assim, mas que ajudou o álbum vender bem. Uma outra música que adoro nesse álbum é Quinze Anos, uma canção mod sessentista perdida no tempo, com um conselho que é o título do álbum "vivendo e não aprendendo". Quem nunca? De bonus tem as versões ao vivo de Gritos na multidão e da polêmica Pobre Paulista.
Consegui posteriormente o primeiro álbum, que tinha seus clássicos pra mostrar, a antimilitarista Núcleo Base (NB) e seu refrão "Eu tentei fugir / não queria me alistar / eu quero lutar / mas não com essa farda!", um grito de alerta pra essa molecada que admira Bolsonaros e militares tresloucados loucos pra ditadurizar isso aqui. E havia a balada Tolices, que acompanhou meus sonhos românticos de adolescente pela beleza da tessitura de violões e os vocais de Edgar por vezes mais altos para soar mais dramáticos e dar um crescendo a canção. Havia outras grandes canções nele como Longe de Tudo, Coração que era uma grande pequena canção, Ninguém precisa da guerra. Ouvi como ao outro álbum até o Nasi e o Edgar ficarem roucos, inestimáveis obras de um tempo que o Rock Nacional dava as cartas e o futuro era gigante e para adultos.

Flamengo e a final de campeonato mais doida que eu já vi!

Futebol é futebol e vice-versa. Num jogo que o flamengo entrou desgastado e sem forças para tentar uma vitória sobre o vitória e garantir-se na fase de grupo. Pelo que se via desde o início da peleja, era um sonho absurdo, quimérico, distante como Nárnia. E acabou acontecendo o gol do Vitória por uma falha. E como diz o Luiz Roberto: sabe de quem? Do Vaz, claro, depois de tirar de cabeça errado e não marcar Carlos Eduardo, aquele que não jogou nada no Fla e pelo vitória jogou como nunca, e fez um belo gol de categoria. Sem forças o primeiro tempo acabou e o mengo se arrastando em campo, porém os outros resultados ainda ajudavam porém o risco de sequer pegarmos pré-libertadores era gigante. Dessa vez, após o mengo não apresentar reação, Rueda fez algumas alterações e a principal, Vinícius Junior, que fez um salseiro na zaga, sofreu penalti mas resolveu não cair, como 99% dos Vinicius Pachecos da vida fazem, e cruzou para o meio, Arão pipocou em chutar e tocou para o Vaz, que meteu a bicanca e vejam vocês, se redimiu com um gol importantíssimo. Até aí estávamos garantindo pré-liberta. Contudo, o time começa a tomar sufoco do vitória, com repetidas e infantis faltas na entrada da área, tendo o vitória perdido 3 grandes chances, o coração estava saindo pela boca, o resultado seria desastroso. Até que mais uma vez Vinícius Jr sofreu uma falta na entrada da área aos 47min. Se arrumaram pra cobrar Diego, Trauco e Vaz(?) para cobrar, e eu já estava imaginando uma bola nas alturas de nosso zagueiro doidão. Mas não, foi Diego, e o capitão e zagueiro dos baianos resolveu saltar com o braço no alto. Pênalti! Diego foi para cobrar, e me veio na cabeça o penalti perdido no brasileiro, e a vaga na fase de grupos, algo impensável pela apatia e cansaço do Flamengo, mas sofredor rima com torcedor, então cruzei os dedos. E os deuses do futebol sorriram pra nós, a bola entrou e conseguimos uma façanha, vencer uma partida fora de casa, com um penalti convertido, e na fase de grupo direto, que faz com que a pré-temporada seja mais tranquila, e o time não precise se reapresentar tão cedo. E ao vitória, coube a sorte de a Chape, que conseguiu uma honrosa vaga na pré-libertadores, salvar os baianos e rebaixar o coritiba. De quebra, O vasco tem de torcer pelo flamengo pra também entrar na fase de grupos, e o botinha embora tenha sido o melhor carioca durante um bom tempo terminou o ano sem conseguir nada, devido a desfalques e talvez um certo desinteresse e confusão do time nas últimas partidas. E assim terminamos o ano disputando a terceira final, e podendo ganhar duas, mais tranquilos já que garantimos a vaga na libertadores. Um ano que não pode ser uma total decepção, mas que teve vexames que não devem se repetir num time com o orçamento do tamanho do flamengo. Que o ano que vem seja de altos, com atuações de acordo com o elenco, a limpeza dos perebas (Marcio Araújo, Vaz, Gabriel, Muralha) e que Rueda consiga montar e manter um time competitivo de alto nível.

Português para concursos do século XVI da lacração aplicada.


Watch Mojo - Recomendação

Se é fã de listas, seja de qualquer assunto inimaginável, então seu local seguro é aqui. Esse canal americano já realizou videos dos mais diversos e controversos assuntos, de séries, filmes, músicas, vilões, atos repugnáveis, etc. Em inglês mas pelo contexto, mesmo que não entendas nada da lingua, já dá pra pegar as dicas, que são sim muito boas. Talvez não concordes com algum vencedor ou inclusão mas elas são sim bem pensadas e sensatas. FikDik

Vai de brinde a lista das melhores séries de 2017 da qual concordo com a maioria, embora incluísse no segundo lugar uma menção honrosa, a brilhante Mindhunter, e como menção honrosa Godless.


https://www.youtube.com/watch?v=dY7TlUXmM0c

Bel Prazer - Belchior

Bel Prazer

Belchior


Libertar a carne e o espírito
Coração, cabeça e estômago;
Libertar a carne e o espírito
Coração, cabeça e estômago;
O verbo, o ventre, o pé, o sexo, o cérebro:
Tudo o que pode ser e ainda não é.
O verbo, o ventre, o pé, o sexo, o cérebro:
Tudo o que pode ser e ainda não é.
Teu corpo é meu coro, oh! irene.
E eu quero é ir, irene preta, ao bom humor.
Só o homem feito, o homem forte,
Não tem peito pra chorar,
En la vereda tropical
Hay cana e canela e crecen las palmas
Y yo soy un hombre sincero
Quero um ombro pra abraçar.
En la vereda tropical
Hay cana e canela e crecen las palmas
Y yo soy un hombre sincero
Quero um ombro pra abraçar.
Achar ou inventar um lugar,
Tão humano como o corpo,
Onde pensar e gozar,
Seja livre e tão legal:
Como razões de estado
Ou como fazer justiça;
Como palavras num muro
Ou escrever num jornal;
Entrar ou sair da escola,
Mulher-homem, homem-mulher;
Como luar no sertão,
Como lua artificial,
Como roupas comuns,
Como bandeiras agitadas.
Festival estranho: festa,
Feriado nacional
Como roupas comuns,
Como bandeiras agitadas.
Festival estranho: festa,
Feriado nacional

O tempo é inexpugnável, Aldo...

E deu de novo Holloway. Bom de trocação, mais alto, com maior envergadura, juventude, gás. Deu o óbvio, já que o brasileiro Aldo era azarão nas bolsas de apostas. Com justiça e sapiência.
Aldo começou a luta muito bem, venceu o primeiro assalto com um misto de prudência, distância e boas esquivas, e alguns chutes na perna do americano.
No segundo assalto as coisas se equilibraram, e sobraram sopapos para os dois lutadores, com leve melhora de Holloway apesar de um gancho sensacional de Aldo, que se fosse em priscas eras e um adversário de queixo mais questionável teria sido nocaute.
E no terceiro foi uma reprise da luta anterior. O campeão acelerou a luta, o brasileiro já sem fôlego e pernas, causados por golpes na linha de cintura, fizeram o brasileiro ter de ir pra luta franca, e aí sobrou a juventude e a precisão de Holloway, que levaram o adversário para o chão e começou o massacre, interrompendo a luta por nocaute técnico a poucos segundos do fim do terceiro assalto.
Resta a Aldo saber que fez uma luta parelha quando teve pernas, mas que já não tem como ser campeão perante esse adversário, mais alto, forte e jovem. Somente armado pode derrotar o americano. O brasileiro é um dos maiores de todos os tempos. Se quiser agora pode aposentar-se tendo deixado o máximo nas duas lutas, sensação de dever cumprido. Viva José Aldo Júnior. Viva Holloway, o novo campeão.