terça-feira, 19 de dezembro de 2017

PenChatas

Não acredito na lei do retorno. Acredito que temos de ser bons, fazer o bem. Se outros fazem mal, não há de ser lei que o mal se lhes abata. Lembro do poema do Camões sobre o desconcerto do Mundo.

Os bons vi sempre passar
no mundo graves tormentos;
e, para mais m´espantar,
os maus vi sempre nadar
em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
o bem tão mal ordenado,
fui mau, mas fui castigado:
Assi que, só para mim
anda o mundo concertado.
Luís Vaz de Camões (1517 e 1524(?) – Lisboa, 10/6/1580)

O mundo parece sim uma sucessão de acasos, fortuitos enganos, e as coisas de si não tem concatenação, antes um espetáculo de erros... e acertos. A sorte, antes chamada fortuna, o acaso, são poderosos agentes de mistificação.

Fernando Sabino dizia, sobre as coincidências que incontáveis vezes o acometiam, que elas  - coincidências - o perseguiam, não o contrário.

Talvez o fato de sermos seres que procuram padrões, e que não fazem caso quando esses padrões não são encontrados, nos faça acreditar em tantos futurólogos, que nunca são chamados a responsabilidade quando erram amiúde.

Signos são outra coisa estranha, que vivo a não acreditar, por não crer na mistificação dos astros, e saibamos que o céu que vemos não é o que existe quando inventaram os astrologos sua ciência. A luz das estrelas que vemos estão extintas há milênios. A noite é um mistério tão lindo e extinto, que ainda mais espantoso torna sua beleza. Mas falando de signos, é engraçado como algumas características ditadas por determinado tipo batam com a personalidade das pessoas. Nem tudo é certeza, alguns aliás não veem certeza em quase nada.

Uma vez li uma tese de que e se o mal fosse o bem, e o bem fosse o mal, e que estivéssemos praticando o bem erradamente. Pelo jeito que anda o mundo essa tese pode estar vencendo a concorrência.

Nietzsche foi citado até pelo Skank "feliz agora e não depois..." "feliz agora e não além" (Tão Seu) assim como Fernando Pessoa "os deuses vendem quando dão..." (Três Lados). Mas o que mais surpreende não é isso: é ninguém ter notado!

Lembro que depois de Star Wars, o primeiro, de 1977, nunca mais, mesmo depois de adulto, olhei o céu do mesmo jeito. Nele cabem naves, sabres de luz, amores, mistérios, e a noite imensa.

Um poeta, citado por Borges, disse: quisera ser a noite, e poder mirar-te como milhares de olhos.
Logo ele, que gostava de citar autores que não existiam, a brincar com seus leitores. Esse Borges.

Carpinejar: "Quando estamos felizes rezamos sem saber." Certeza que estou passando uma fase de ateu...rs

Li que o Lulu santos estava dizendo que a música regrediu a fase anal. Logo ele que não lança um disco que preste a ânus.

Um amigo falou: hoje estou mais cansado que embreagem de caminhão de lixo....hauashasuasashas




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