terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Guia Politicamente incorreto dos anos 80 pelo Rock (***)

Andando pelas lojas pra comprar presente de natal para a mama querida, com um livro que levei para de repente passar o tempo na fila, o livro que dá tema aliás ao post, e eis que uma vendedora me pergunta sobre se esse livro é bom. Escrito pelo Lobão, eu disse a ela, ao mesmo tempo é sua maldição e sua dádiva. Explico-me como expliquei brevemente a ela: em termos simples, ele é bom por ter o Lobão participado ativamente da cena, e ruim porque ele escreveu com uma verborragia, egolatria e adjetivações tão cansativas, e pelo fato de querer botar tudo na conta da esquerda, que chega a ser chato, além de querer puxar saco de seus cupinchas como o Roger do ultraje a Rigor.
Mas sendo mais extensivo, chega a ser tolo a perseguição e ideologização de tudo de ruim como sendo culpa da esquerda que parece um bolsominion falando, o que não está longe de ser, já que Lobão é um tanto filho do MBL e assemelhados e sua cultura de ódio. E as adjetivações e elocubrações todas dando no final como culpa do lado esquerdo se torna tedioso pois o discurso sempre sabemos como terminará. Fora isso tem a egolatria do autor, ainda mais com o algumas alegadas chupadas conceituais do Herbert Vianna que beira a paranóia, embora algumas sejam passíveis de dúvida. Porém depois desse primeiro momento de Cena de Cinema / Cinema Mudo, não dá pra engolir e botamos na conta da sindrome persecutória do velho lobo. Por vezes querendo mostrar uma erudição que muitas vezes beira o pernóstico, alega Jorge Luiz(sic) Borges ser seu autor preferido sendo que nem escrever o nome do mesmo sabe. Ou então para espinafrar o programa Chico e Caetano e caber na sua narrativa, diz que Paulo Ricardo do RPM e Cazuza só foram aceitos porque cantaram ou samba ou músicas dos apresentadores, porém deixou de fora a apresentação da Legião que tocou rock! Ou então erros de conhecimento mesmo como chamar uma metralhadora israelense de UZZI, talvez confundindo com a jacuzzi, sei lá. Ou então dizer que Nós vamos invadir sua praia é o melhor album de Rock dos anos oitenta só porque é do coleguinha reaçonário Roger, futuro envolvido em suposto estupro de menor, pelo que contam os jornais. Enfim, o problema do livro é ter muita viagem e eloCUbrações do lobão, e que só melhoram quando ele deixa de lado seus palpites e opiniões e simplesmente opta por contar as histórias dos bastidores e momentos que presenciou. Ou então quando comenta e explica a gênese de algumas músicas, acordes, levadas, influências como quando fala da feitura de Vida Bandida, Vida Louca Vida, em suma, o disco Vida Bandida. Aí sim temos um trabalho mais valioso, de um personagem que viveu muito daqueles momentos da explosão do rock brasileiro nos anos 80. Para quem deseja se informar melhor, aconselho, embora esse não seja um livro inútil, o livro Dias de Luta, esse sim um trabalho de um jornalista que se atém a descrever os fatos não viajando em egotrips laudatórias ou depreciativas.
Cotação (***)

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