sábado, 9 de dezembro de 2017

Deadwood - Um clássico! (*****)

Pense numa série sobre o faroeste americano que tem o maior número de grandes persongens entre protagonistas e coadjuvantes mas dentre até os últimos haja alguns que a cada momento que aparecem brilham tanto quanto protagonistas de outras séries? Assim é Deadwood, produção que brilhou entre 2004 até 2006, contando sobre a cidade que foi anexada por Dakota e que contou com personagens reais incluidos na serie como Seth Bullock, Al Swearengen, Wild Bill Hickok, Calamity Jane, George Herst e outros que ficcionalmente dão liga aos acontecimentos da trama.
Foram 3 temporadas de 12 episódios cada, com um nível de produção alto para a época, o que acabou por complicar a vida da série, que ficou sem um final tradicionalmente dito. Foi oferecido ao criador, David Milch, que foi o mesmo de NYPD, aqui no Brasil mais conhecida por Nova Iorque contra o crime, 6 episódios pra fechar a série. O autor recusou, assim como dois telefilmes de 2h. A última é que agora ele conseguiu aprovação para um filme e em outubro de 2018 entrará em produção. Um consolo pálido para os fãs mas que é melhor que nada.
Mas voltando ao assunto sobre a qualidade dos personagens, isso se dá graças aos belíssimos diálogos engendrados por Milch e seus roteiristas, com a inclusão de palavrões atuais, algo curioso, porém entre sofisticadas elocubrações que dão um tom perfeccionista a eles. Os palavrões foram uma opção de Milch que achou que se fossem usados os da época, não teriam o impacto que palavras modernas causaram.
Os protagonistas são Al Swearengen, dono do bordel Gem e que praticamente controla o lado mafioso da cidade, junto com seus ajudantes e prostitutas. Ele é o famoso e odioso bandido, tão inteligente e astucioso quanto odioso e pérfido, mas por incrível que pareça, acaba por ter a torcida por ser tão bem vivido por Ian Mcshane. Parece que nasceu para o papel de elaborada que é sua interpretação.
Do lado oposto a ele está Seth Bullock (Timothy Olyphant), xerife em Montana e que é como se fosse a bússola moral da série. A cena inicial é uma das mais distintivas do personagem, quando é ameaçado por uma turba que quer linchar um bandido que o baleou no ombro, e por fim ele, ele seu ato final na cidade da qual está se despedindo, faz questão de enforcar o facínora enfrentando a multidão para cumprir a lei.
Além deles há outros personagens marcantes como Sol, amigo de Bullock, o lado calmo digamos assim do amigo, Charlie Utter, amigo de Bill Hickock, Jane Calamidade, em constante estado etílico, a prostituta Trixie, que vive uma relação ambíguia de amor e ódio com Swearengen.
A esses se juntam mais outros no decorrer da série, que não irei citar para não estragar algumas surpresas.
Mas há um em especial que considero dos mais interessantes da série, o doutor Doc Chocran, que tem uma série de diálogos incríveis discutindo a ciência, medicina, Deus e tantos outros temas de forma impactante e original, um autêntico rouba cenas quando aparece, com sua humanidade e seus Fuck you Al, etc! E é curioso perceber que ele é dos únicos a afrontar o temido dono do Gem e que é respeitado, muito respeitado aliás, por esse. Interpretação brilhante de Brad Douriff, provavelmente a trinca de ouro da série, embora possa haver controvérsias. Vi depois desse texto estar pronto que ele venceu o Emmy de 2004 de coadjuvante! (Eu manjo um tiquinho...heheheh)
Contar mais sobre a trama seria sabotá-la, então termino aqui indicando essa que é a maior produção seriada sobre Faroeste e uma das maiores já produzidas pela indústria americana. Com filmografia digna de cinema, e alta qualidade dramática, deixou saudades nos fãs de produtos superiores como um todo, e que estou revendo, uma distinção que não coube a nenhuma outra série na minha vida. Não que isso seja grande coisa, minha distinção, mas com certeza tenho um bocado de experiência degustando boas séries.
Cotação: (*****)

Diálogo
- dor e prejuízo não são o fim do mundo, nem desespero ou surras. O mundo acaba quando você morre. Até lá, você tem mais castigo a sua espera.  Reaja como um homem e lute! (Al Swearengen)

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