sábado, 20 de setembro de 2014

Leoni - Show no Sesc e um pouco de história

Fui no show do Leoni hoje no Sesc e algumas constatações que devido a correria dos dias e das fugidias lembranças agora vem a mente.
Uma é que Leoni contra-baixista fez parte de duas bandas antes da carreira solo, sendo que a de maior notoriedade e sucesso é a banda da Paula Toller, O Kid Abelha (e os abóboras selvagens, como se chamava antes). Foram namorados e uma briga (que dizem que teve a ver com o envolvimento dela com Hebert Vianna) selou a saída do Leoni, um dos compositores principais da banda, responsável direto por sucessos como Educação Sentimental, Como eu Quero, Fórmula do Amor, Garotos, Fixação, Alice não me escreva aquela carta de amor, Porque Não Eu, Lágrimas e Chuva (genial e subestimada esta belíssima canção de angústia amorosa), Os outros, entre outras que não me lembro. Mas amigo, amiga, só com estas aí já dá para fazer um bailão de responsa, coisa de hitmaker nato e talentoso. Estas eram dos anos 80, quando a banda explodiu no cenário nacional, a primeira fase que depois sobreviveria sem Leoni porém com alguns trabalhos ainda assim decentes.
Após esta separação não amigável, Leoni montou uma outra banda que teria relativo sucesso no BRock que foi o Heróis da Resistência. Uma banda de pop com algumas boas canções, porém a pecha de Abóbora Selvagem fez com que o disco fosse avaliado como apenas banal para a época, o que certamente é algo equivocado e preconceituoso.
Para começar há um belo Rock com um contrabaixo cheio de compressão e melodia, marca registrada da música com uma letra um tanto arrojada para o momento do rock da época, onde a brincadeira é paradoxos como "Eu conheço esse outro mundo / essa outra porção do espaço / Onde eu me sinto livre aprisionado nos seus braços" e apesar do refrão não seja tão feliz, é irresistível o peso pop da música.
Um outro clássico, desta vez mais romântico e lento, é Só pra o meu prazer, uma canção que o músico explicou no show que é uma música de um amor egoísta (Eu te recriei... só pro meu prazer), em um viés que normalmente não enxergamos hipnotizados pela melodia e clima leve que vai em direção oposta a letra. E há, não se pode esquecer, Duble de Corpo, uma canção de arrependimento (só você sentiu por mim o que eu nem sentiria) e promessas de um novo começo (se você ainda acreditar eu prometo.. te proteger, te poupar das dores, não se ama, amor, em vão) e foi um exaustivo sucesso da banda. Nosferatu é apenas ok, fez um sucesso relativo nas rádios.
Depois veio mais um outro álbum, se não falha a memória, e olha, ela falha bastante, mas tudo bem, e este outro trabalho trouxe Silêncio, balada pouco inspirada, e a fodástica Diga Não, uma das mais belas canções que engendrou Leoni, onde enumera vários situações que merecem um Não, um desabafo que no refrão tem o verso "Diga não pra ser ouvido, seja positivo", que ganha força de significação contra a pasmaceira que por vezes permeava o momento que vivíamos no país e na vida.
Dando continuidade, Leoni deixou de lado o formato "banda" na formação dos shows ao vivo e passou a investir nas apresentações acústicas e com somente um músico de apoio, e com uma poesia mais rasgada e angustiada, que lembrava Cazuza na dor, (Exagerado, que ele tocou no show é parceria dele com caju e Ezequiel Neves - estes dois devem estar fazendo um escarcéu dos diabos no céu, ou inferno) com um toque pessoal do músico.
Embora não tenha encontrado sucesso comercial na mídia, passou a arregimentar um público fiel e cativo que é uma mescla de velhos fãs das músicas do seus tempos de Kid Abelha, outros da fase Heróis e também da inspirada fase que dura até os dias de hoje, com canções belíssimas. Vejamos, por exemplo 50 Receitas para te esquecer, e seu refrão que é puro tormento e beleza:

Eu ja ouvi 50 receitas pra te esquecer 
   
E só me lembram que nada vai resolver,
         
Porque tudo, tudo me traz você

E eu já não tenho pra onde correr    

É fato que muitas vezes os poetas trabalham melhor sob o açoite da dor, que as gotas que marejam do açoite amoroso tem o sabor mais doce na escrita. Esta é um exemplo perfeito disso, embora ele fale dela com leveza, quase escárnio nos papos entres as músicas.

Carro e Grana são reminiscências de uma época em que o sucesso era fácil e real, época de sorrisos fáceis e muitos amigos de ocasião ("todo mundo ria do que eu dizia, e eu dizia um monte de bobagens"), cantados com a ironia que o tempo revisitado merece e a auto-crítica e a experiência descolorem.

Fotografia é outra bela balada de um passado que o músico parece querer captar em muitas das suas canções, mas que, como a fumaça, é etéreo, fugidío, espectral. Não existe imutabilidade. Tudo muda, em um segundo, em um minuto, em vários, e se estamos felizes, aproveite. Isso passa. Se está nas trevas, isso também vai passar, e o jogo vira.

As cartas que eu não mando é uma polaroid da vida que vive sem o ser amado, a urgência da vida não espera para ser contada, não espera o amor, a vida é corrida, luta, vitórias e derrotas. E se for pra ser, será, algum dia haverá a resposta e se houver quem deva ouvir, não será em vão. Bela canção.

Garotos II é a continuação da clássica do LP Educação Sentimental. Todo mundo conhece, todo mundo adora, e concorda.

Falando sobre o show especificamente, o cantor faz interessantes e bem humoradas inserções entre as músicas, explica algumas músicas em sua real significação, brinca com o público, parece realmente se divertir ali, sem o ar blasé de muitas figuras inexpressivas que pensam estar no topo do mundo da música brasileira. O guitarrista que o acompanha é muitíssimo competente em criar climas, imagens sonoras para as canções, sem nunca apelar para o virtuosismo digitativo. Difícil não recomendar o show deste respeitável e bem humorado produtor de sucessos que entrega quase duas horas de divertimento de alta qualidade.

domingo, 7 de setembro de 2014

Algumas dicas tecnológicas

Algumas dkas para enfrentar os desafios da vida.

1) Melhor tática para pegar músicas aleatórias... Achar no Youtube e colar o link em http://www.youtube-mp3.org/ e depois ir em download. Sucessagem. Uma dica também é o Rocket para buscar mp3, via p2p.

2) Pergunta: Adaptador Wifi com antena faz diferença ao invés de sem antena? 
Resposta: Sim, faz. Tinha um da level one sem antena e embora ele funcionasse bem com um roteador wifi por perto, em distâncias mais expressivas ele simplesmente ou não conectava ou conectava porcamente. Tentei então um da Dlink (R$ 65,00 aqui em Barra Mansa / RJ) e embora não seja mil maravilhas, já jogou o sinal para 3 barras (de um total de 5) e manteve a conexão de boa.

3) Pergunta: repetidor wifi funciona?
Resposta: funciona sim, porém não faz milagres. Deixe-o a meio caminho do local onde vc quer que o sinal vá chegar, mas dependendo dos obstáculos, interferências, etc, esta distância não será lá tão grande. Mas é uma solução razoável no lugar dos cabos trambolhentos.