sábado, 12 de julho de 2014

Duas novas séries assistidas - In The Flesh e Penny Dreadful

Uma boa vantagem de se apreciar seriados é a alta demanda de bons produtos sendo lançados não só nos EUA como na europa.

Justamente de lá vem mais um bom produto da britânica BBC, In The Flesh. A primeira vista e a primeira cena, onde uma mulher armada faz compras num mercado e é atacada por uma zumbi,  parece mais uma produção a se aproveitar deste medo moderno dos mortos voltarem a vida. Ela ao tentar fugir, após haver tomado um tombo, cai nas mãos de outro morto-vivo. Nada demais, deja-vu. Mas exatamente no próximo corte de cena vem a mudança radical de situação! Na realidade isso é uma reminiscência de um zumbi que perdeu seu lado animal e conseguiu ser curado da síndrome do falecimento temporário! Ele e outros milhares estão numa espécie de hospital do exército recebendo doses de uma medicação na medula diariamente, para não voltarem a serem mortos-vivos, embora em parte ainda sejam, como veremos em outro aspecto mais a frente no episódio. Após sua alta do tratamento, que é pelo resto de suas vidas(?), eles serão reinseridos - como presos na vida real quando são libertados da cadeia - na a sociedade, para a vida familiar. São maquiados para disfarçar o tom esbranquiçado da pele e usam lentes de contato, pois suas pupilas são danificadas e as lentes não os deixa com um aspecto ameaçador.
Mas há um exército, ou milícia, que agora combate e extermina os zumbis, que aparentemente quase extinguiram a raça humana. A irmã do rapaz que é o protagonista ex-zumbi faz parte, e daí dramas advirão, e neste primeiro episódio temos uma cena dramática de suspense e crueldade que vai dar o tom da série, uma alegoria para estes tempos difíceis que vivemos. (****)

Penny Dreadful é mais uma produção HBO com a qualidade e esmero que são marca registrada da tv a cabo. Aqui o tema também é sobrenatural, porém os seres que veremos são demônios, possessões, com a mocinha do título (Eva Green) sendo uma sensitiva que é perseguida por uma entidade de tempos imemoriais egípcia que ajuda um pai a resgatar a filha das trevas, da qual esta mocinha teve algum envolvimento ainda não revelado com o acontecimento. Porém a salada aqui é mais eclética, e com isso veremos o Dr Frankenstein e suas crias, além de Dorian Gray, Jack The Reaper, e algo mais que eu possa não ter percebido. Isso de certa forma tira um pouco do foco e prejudica a unidade da série. Claro, há cenas de sexo, já que a HBO tem de chocar de alguma forma, e reviravoltas inclusive de gênero, digamos assim, para temperar o prato. Convém notar que há boas interpretações de Dalton e Green, e personagens pitorescos como o pesquisador de história egípcia, afetadamente interpretado.
Vale uma assistida embora tenha um quê de Van Helsing no visual e na irregularidade. (***)