segunda-feira, 13 de julho de 2015

A internet na era da pedra e suas aventuras

Já dizia Schopenhauer que o ser humano é um eterno insatisfeito. Se mira uma meta, ao atingí-la, a alegria que obtém é passageira e logo estará a almejar outra e mais e mais. Para o filósofo alemão apenas o abandono dos bens materiais e do desejo pode ser a cura para o ser que tudo almeja sem parar.
E o que isso tem a ver com a internet da idade da pedra? Bem, tudo, mas tudo a seu tempo.
Lembro que nos idos de 1994 fui apresentado a internet. Sites feitos em HTML, de diagramação hoje reconheço, canhestra, diría tosca para trazer para os ditames de hoje. Porém tinha sua magia, com a informação multi-facetada, disponível como se numa biblioteca sem fim, embora engatinhasse em nosso país. Uma caixa de pandora, quem com ela travasse contato dificilmente não seria seduzido a invadir seus domínios. E assim foi, paixão a primeira vista.
Porém, a velocidade disponível era ínfima, o que tornava ver fotos ou carregar sites com muitas imagens uma tortura. Era a era dos fax-modems que se instalava no pc e que queimavam com qualquer trovoada. E dá-lhe comprar outro já que quem usava não abria mão da infante internet brasileira. Lembro de ter perdido uns 3, e se continuasse a utilizá-los em breve um cemíterio de placas danificadas era o que me caberia.
E a delícia que era quando o modem começava a fazer a conexão, não dava ocupado e logo vinham aqueles barulhos robóticos a lá R2D2 só que muito mais irritantes, e então apareciam perto do relógio do pc os dois pcszinhos mostrando que estávamos conectados a 48 kpbs!
Claro, nada seria tão fácil assim: se não quiséssemos ir para a China vender um rim para pagar a conta telefônica, éramos obrigados a utilizar após a meia-noite, quando era cobrado apenas um pulso até 6h da manhã. Notívagos éramos, a madrugada sendo nosso dia, e nosso dia sendo um misto de sono em vigília. Ou então aos sábados a partir de 14h até a segunda-feira 6h, quando nosso mundo encantando ruía e estávamos de volta a nossa vida de interneteiros vampiros da meia-noite.
Buscadores de sucesso eram o Cadê, Achei, entre outros, que levavam uns bons segundos para encontrar os resultados. O algoritmo era diferente do hoje dominante e onipresente Google, com suas propagandas invasivas e relevância de resultados, claro, hoje não tem como comparar pois o resultado é instantâneo. Por isso a Google é o que é, graças a essa revolução na forma de mostrar e pinçar os resultados.
Nos bons tempos, como diriam meus avós - olho e vejo que estou mais perto deles que de minha infância - os comunicadores ou eram os perigosos MIRCs e suas milhares de salas ou então o rei da cocada preta da época, ICQ (I Seek you), que já apesentava recursos hoje comuns como envio de arquivos, mensagens de voz, além do inigualável chat em tempo real mesmo, quando víamos a pessoa do outro lado digitando palavra por palavra, letra por letra, cada hesitação, cada correção, uma forma humanizada e não a limpinha que recebemos hoje com o texto já pensado e corrigido.
Outros chegaram, como o primeiro a investir pesado nos voice chats, o Paltalk, aliás ,recebi uma mensagem deles que foi uma volta no tempo. Outro muito interessante com seu radar por região era o Odigo, que também teve seus momentos, sua época, sua era.
Sim, fazíamos tudo isso com 48kbps e achávamos o máximo! Hoje quando a internet, como agora, está a 500kbps sendo que pago por 5 mb no mínimo, parece que vou morrer de stress e irritação com esta "lentidão" dos novos tempos. Se me derem 10mb, quero 15, se derem 15, quero 20, e assim até a velocidade da luz. Incansável volúpia por velocidade e rapidez, queremos sempre andar no passo acelerado, mais para corrida que o mundo de hoje nos conduz. Mal sabemos que o passo é para chegar rapidinho na terra de onde não mais andaremos acelerados, sequer andaremos. Mas continuamos! E Schopenhauer se ri nesta terra de nossa falta de filosofia de viver.

domingo, 12 de julho de 2015

Windows Mobile 10 - build 10166 (Nokia Lumia 930)

Como todo cobaia que se preze, instalei a versão mais recente do windows 10 -  preview build 10166.
A anterior embora tenham dito que houve melhoras e estava bem rápida e estável na medida do possível, apresentava ao menos um bug muito significativo: para quem usa senha numérica, poderia ocorrer que ao tentar entrar o código, mesmo correto, o celular não desbloqueava e seria necessário esperar de uma a duas horas para poder utilizar o aparelho! Causa espanto que liberem uma versão com um bug desta monta. Claro, passei esta versão, e como soube que na atual este bug nefasto havia sido resolvido então me aventurei.
E está realmente muito boa, com animações de abertura de aplicativo e uma velocidade muito boa de uso, sem bugs como não abrir a loja, ou não conseguir instalar ou atualizar determinado aplicativo, etc.
Algumas coisas ainda estão com problemas, como programas que estão fixados na tela inicial mas não se consegue utilizar por lá, ou então programas que não é permitido fazer isso, porém na lista de aplicativos conseguimos usá-los. Assim o jeito é desinstalar e reinstalar o aplicativo.
Lembro que em versões antigas tive o desprazer de não conseguir instalar o Whatsapp, algo que fez com que eu desistisse daquela versão de teste. Agora além de herdar quase todos os apps, eles estão, em sua maioria, funcionais já de cara sem precisar de hard reset para a instalação ficar "limpa" para corrigir bugs.
O teclado com o controle de cursor do w10 está presente e é ótimo, já que na versão windows 8 é um parto corrigir alguma letra incorreta, algo que parece ser uma imprecisão mesmo do SO.
Camera, sensores, tela, tudo funcional e até o momento funcionando bem. E até a drenagem da bateria, que ocorria muito rápido em versões anteriores parece ser coisa do passado.
Um bom sinal, e quem sabe, a versão oficial seja lançada antes de setembro. Seria bonito se ocorresse em fins deste mês, junto com o SO para computadores.
O veredito é: podem atualizar, ao menos no meu Nokia Lumia 930 a versão está rodando filé.

PS: Já li alhures que alguns smartphones dual core (925 por exemplo) estão um tanto lentos. Ossos do ofício.