quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Lado B: Linhas Cruzadas - Capital Inicial

Eu tenho por vezes uma predileção por canções que não foram sucessos radiofônicos. Na verdade as grandes jóias dos artistas são aquelas mais subestimadas, escondidas por vezes num lado B que ninguém dá bola, isso na época dos LPs, que comportava essa definição. Claro que com os CDs ficou um tanto coisa de velho falar isso, mas eu sou então aguenta aí...rs
Canções que importam muitas vezes, já falei isso até, não te pegam de primeira, mas quando vamos nos acostumando com sua beleza, com seu jeito malemolente de falar a alma musical, de conquistar de leve pela familiaridade, serão essas que muitas vezes irão te acompanhar pelo resto da vida, sempre voltando com mais ou menos força, mas sempre voltando, como um amor verdadeiro.
Divago, mas quero falar de Linhas Cruzadas, canção que tenho amor platônico por ela, e pelas idéias que ela apresenta, de um jeito meio adolescente por vezes, mas falando com sinceridade de amor, desilusões, esperança.
Segue a letra dela abaixo, com a cifra se lhe apraz tocar. Eu gosto pacas!
O riff dela inicial é um dos mais bacanas do capital, com o piano do Bozo Barreti para dar grandiosidade perto do refrão, casa muito bonito com o tom que quiseram dar a canção. A guitarra de Loro Jones embora seja simples no solo fica ainda mais expressiva na versão ao vivo, sem os teclados.
A desilusão com o ser amado quem nunca viveu? Então quando Dinho diz que "Fui enganado quando eu te conheci / você disse que era simples e eu acreditei.." não tem como não falar aos corações que já passaram por alguma um dia, em resumo, cada coração da terra... Mas ele acaba percebendo que esteve tão perto: "Parecia tudo certo / tudo que eu queria / estava tão perto de acontecer".
Mas depois de ela dizer que "detestava minhas roupas e meus discos" ele acaba por saber que sempre amar vale a pena, e que se não há reciprocidade no final, a culpa não é de quem ama. Então ele se conforma e diz: "mas mesmo assim eu estou quase certo / que eu faria tudo de novo".
Vai link também pra quem quiser conferir, uma canção tão bela que nem a voz semitonante de Dinho consegue estragar.

https://www.youtube.com/watch?v=Zu7oYyE6V7U

Linhas Cruzadas

Capital Inicial


Tom: D
(intro) D D7m Em Em7

D      D7m   Em            Em7
Fui enganado quando eu te conheci
D              D7m         Em         Em7
Você disse que era simples e eu acreditei
D              D7m       Em
Qualquer coisa te agradava
D                      D7m
Agora eu me sinto meio amarrado
Em          E7m          D
  Assim não posso fazer nada
           D7m
Eu preciso ganhar tempo
Em                         F#m
  Eu só preciso ganhar tempo

(refrão)
    G         Bm
Parecia tudo certo
A             F#m
Tudo que eu queria
   G        Bm       A         ( D D7m Em Em7 ) (2x)
Estava tão perto de acontecer uôuôôô

D               D7m            Em     Em7
O tempo passa e você sabe o que ele faz
      D        D7m
Tudo fica para trás
   Em         Em7        D D7m Em Em7
E você pediu, pediu demais
      D           D7m          Em              Em7
Você disse que detestava minhas roupas e meus discos
           D         D7m         Em
Mas mesmo assim eu estou quase certo
       E7m          D
Que eu faria tudo de novo
     D7m       Em     E7m F#m
Eu faria tudo de novo

(refrão 2x)

( D )
 
 

terça-feira, 27 de novembro de 2018

geforce experience: something wrong, try restarting (resolvido/solved)

Deu um trabalho de pesquisa fenomenal, mas todo mundo que usa o nvidia experience já passou pela tristeza de ver a mensagem do título do post acontecer, e então não se consegue mais abrir o aplicativo, não adianta desinstalar, etc. Maior tranqueira. E mostra um descaso imenso da NVIDIA com seus clientes, pois até hoje essa excrescência não foi consertada. Bem, fiz um vídeo mostrando como se faz. Um problema a menos na sua vida, gamer!

https://www.youtube.com/watch?v=z2EUhXk3hsA

domingo, 25 de novembro de 2018

Cause love's such an old fashioned word

Can't we give ourselves one more chance
Why can't we give love that one more chance
Why can't we give love?
 
Give love, give love, give love
Give love, give love, give love
Give love, give love
 
'Cause love's such an old fashioned word
And love dares you to care for
The people on the edge of the night
And loves dares you to change our way of
Caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under pressure
Under pressure
Pressure

Não podemos dar a nós mesmos mais uma chance
Por que não podemos dar ao amor mais uma chance?
Por que não podemos dar amor?
 
Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor, dar amor
Dar amor, dar amor
 
Porque o amor é uma palavra tão fora de moda
E o amor te desafia a se importar com
As pessoas na beira da noite
E o amor desafia você a mudar nosso modo de
Nos preocupar com nós mesmos
Esta é nossa última dança
Esta é nossa última dança
Isto somos nós mesmos
Sob pressão
Sob pressão
Pressão

O mistério da fita VHS do rei leão

Outro dia lá na outra rede, a pessoa disse dos tempos heróicos de ter assistido Rei Leão em fita VHS verde, e que eles tinha de assoprar (sic) para poder funcionar.
Creio que a pessoa se equivocou, confundindo fita de videogame atari, que a molecada costumava fazer esse expediente. Floquinho que chama.
Para quem é da época, teoricamente fazer isso limpava potenciais acúmulos de pó nos contatos. O que a galera ignorava é que jogava saliva nos contatos metálicos, que costumavam oxidar e piorava com o tempo o funcionamento do cartucho. Que aliás eram bem caros pois continham uma ROM do jogo, não havia como piratear. Até um certo tempo, claro. Depois chegaram os jogos piratas em cartucho, que tinham vida útil reduzida, ou não salvavam fases, ou uma mix dos dois.
Na fase dos cartuchos havia também modelos que continha até processadores extras para efetuar cálculos 3D de games, starfox era um deles, para apresentar um desempenho aceitável.
Um fato triste que aconteceu comigo e meu irmão quando tínhamos um megadrive japonês foi quando compramos um game sensacional de luta chamado Pit Fighter, que era egresso dos fliperamas. Ele era um jogo pioneiro no uso de imagens digitalizadas de jogadores reais para apresentar um gráfico errrr realísta pra época, e além disso tinha um efeito de aproximação de câmera quando os lutadores estavam mais perto um do outro, aumentando o tamanho deles na tela.
A versão do megadrive era bem decente, as vozes todas idênticas, a jogabilidade, só não havia claro o efeito de zoom de câmera. Voltando ao drama, o jogo chegou pelo correio, jogamos no dia um montão. No dia seguinte, a noite, após iniciar a jogatina, o videogame congelou a tela e daí nunca mais funcionou.
Naqueles tempos difíceis, só teve jeito quando um primo de São José dos Campos levou o console para uma grande cidade, e assim depois de dois meses o megadrive retornou, entre lágrimas de agradecimento ao deus dos videogames pela graça alcançada.
Data de época posterior uma das rara vezes que ganhei alguma coisa em sorteio: quando tinha um bitsystem, de uma fábrica brasileira que não lembro mais qual era, e que era um nintendinho abrasileirado, ganhei uma fita de um game de tiro 2d chamado 1943 ou 1942. Depois disso conto nos dedos de uma mão as parcas vezes que tive sorte nesses sorteios. Acho que pra mim combinava melhor se chamar AZAReios.
Tempos românticos quando o jogo estava no cartucho, só colocar e jogar, não tinha os pavorosos e muitas vezes gigantes patches dos jogos de hoje, que se não forem baixados e instalados praticamente inviabilizam a jogatina. A modernidade e suas mazelas.

Narcos México (Netflix) - (****1/2)

Uma nova empreitada se inicia com esse spin-up de Narcos, dessa vez pelos lados do México, quando Miguel e Rafa, pequenos produtores de maconha conseguem criar uma espécie melhorada da cannabis. Galgando assim, graças a inteligência de Miguel e expertise científica de Rafa, dentre os pequenos chefes do tráfico de seu mundinho, logo se tornará o primeiro um expoente dentre os grandes chefes do tráfico mexicano.
Enquanto isso Kiki, policial que chega no local desanimado para tentar fazer acontecer alguma coisa, se vê dentre policiais americanos sem muita vontade de mudar o status quo, servindo quase como uma polícia decorativa DEA.
Com menos imagens de arquivo da primeira leva de Narcos, a correria habitual está presente, o valor de produção sempre de tirar o chapéu, e claro, a truculenta violência com os acertos de contas dentre os traficantes.
Como sempre há bons personagens entre traficantes e policiais, o que torna os arcos dos personagens com suas motivações e situações sempre interessantes e dinâmicos.
Michael Penã (Kiki) e Diego Luna (Miguel) estão sensacionais como protagonistas, e só adiantando um meio spoiler, a próxima temporada promete ainda mais. Não apaga contudo o brilhantismo dessa nova iniciativa criminal da netflix. Não é tão boa quanto a terceira temporada de Narcos Colombia, mas chega bem perto. (****1/2)

O Alienista (Netflix) - (****)

No século 19, como já explicado pra quem leu a novela do Machado de Assis, alienista eram as pessoas que cuidavam das pessoas com fortes problemas psicológicos.
Nessa série exibida aqui no netflix um time formado pelo alienista Lasloz, com seu jeitão meio frio e calcado no personagem Sherlock ou outros grandes detetives, além de outros dois policiais / anatomistas / médicos de autópsias , o desenhista John Moore, o Watson por vezes da série, e a policial feita pela ex-eterna menininha que grita agudo dos filmes dos 90/00 Dakota Fanning como Sara Howard.
Essa equipe será pioneira na investigação científica de crimes, aliada a recém formada e infante psicologia/psicanálise para investigar misteriosos assassinatos de garotos que se prostituiam no final do século 19.
Claro que as ruas esfumaçadas e o clima lembra um pouco Do Inferno, filme dos anos 2000 e poucos que era baseado na obra de Alan Moore.
Atenção que embora a trama seja muito interessante, e os conflitos bem elaborados, o ritmo é um tanto quanto lento na maior parte dessa temporada, melhorando bastante na parte final. Se você espera ver corpos desmembrados e mutilados, violência e horror, acertou otário! Aqui tem muito presunto!
Uma nova temporada será baseada em outra novela do autor Caleb Carr, intitulada The Angel of Darkness. Que venha que essa foi muito boa, mas contraindicada para quem curte séries aceleradas e sem violência gráfica. (****)

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Jorge Benjor

Falar do grande Zazueira é simplesmente reconhecer o imenso talento desse rei do samba-rock brasileiro, e todos os elogios nunca farão jus ao cara.
Se nos primórdios ele usava o violão para gerar os suíngues sensacionais que criava, foi com a introdução da guitarra elétrica (e eletrizante) que ele se distinguiu como rei do balanço dos bailes do subúrbio ou não.
Autor de clássicos incontestáveis como País Tropical, Mas que nada, Que pena, que, infelizmente, de tão executados mundo afora e aqui no país tropical muito mais, criam meio que um ranço de tanto que se escutou essas canções, principalmente pela galera mais velha que acompanha.
Claro que também o formato sonoro de algumas canções e o estilo vocal por vezes envelheceu não tão bem, que deixa a música meio que parada no tempo, anacrônica, digamos assim.
Mas então que aparece a genialidade Benjor, que sempre reconstrói e lapida suas canções as transformando em outras obras, mais atuais e modernas nos seus álbuns ao vivo.
Se por exemplo em Bem Vinda Amizade, dos melhores e mais pop álbuns de Jorge Benjor, com canções que exalavam atualidade sonora como Ela Mora em Mato Grosso, Katarina, Era Uma Vez um Aposentado Marinheiro, em outras, embora clássicos, apresentam o peso do tempo nos arranjos e sonoridade, como Santa Clara Clareou, Kurimim chama Kunhatã, Oé oé faz o carro de boi, embora não desabone o álbum de forma nenhuma
Nas apresentações ao vivo ele reinventa, e assim músicas que não funcionam mais tão bem assim nas versões originais, ou então até canções nunca lançadas em sua obra gravada, como Miudinho, ou na belíssima Domingas Domenica que se torna outra canção, com alteração ligeira no andamento do refrão ficou sensacional. O gingado da guitarra do Babulina funciona lindamente com sua afiada banda e mais um exemplo de reconstrução é Galileu da Galileia, Spiro Giro, e até canções que não foram tão mudadas assim ganham outra cor com ligeiros detalhes de arranjo e andamento o Homem do Espaço.
Canções que foram redescobertas por artistas da atualidade ajudam a que a nova geração conheça belas canções como Oba Lá vem ela, que não deixa ninguém parado, embora fale ao coração como ninguém e é muito boa até na vertente original.
Esse texto trata muito do Jorge Benjor recriador em sua faceta ao vivo, verdadeiras celebrações populares ao melhor que nosso país tem, a dança, malemolência, o ritmo, a sensualidade.
No entanto Jorge Benjor tem álbuns belíssimos, como o que não precisa de retoques 23, com clássicos como Engenho de Dentro, Alcohool, Princesa, Moça bonita e Bumbo Da Mangueira, ou o mítico Tábua de Esmeraldas com canções brilhantes como Hermes Trismegisto, Os Alquimistas estão chegando, Zumbi, Cinco Minutos, Eu Vou Torcer, Magnólia, Mulher da Pele Preta e a filosófica também Errare Humanum Est.
Enfim, Jorge Benjor nunca é o suficiente, respeita o moço que ele manja dos ritmos! Salve Jorge!

PS: segue um canal indispensável para quem curte tocar violão ou guitarra! O canal do youtube Benjor Cifrado. Explicações simples e com uma história sobre a canção.

https://www.youtube.com/channel/UCaXIrytRFoXr0h_K64dJ1AQ


domingo, 4 de novembro de 2018

Tá na fila: Mandy - (92 no Rotten Tomatoes) - Atualizado e assistido (****)

Uma nova "seção" aqui neste humilde blog estreia com o sempre surpreendente Nicolas Cage numa atuação que é detalhada como "que prende a sua atenção" e cuja nota está em 92 no Rotten Tomatoes, site especializado em filmes e seriados.
Ele vive com sua esposa num paraíso na terra, porém essa existência quase onírica é arrasada por um culto sádico liderado por Jeremiah Sand.
Claro, ele partirá em busca de vingança numa jornada sangrenta e adubada com fogo!
O filme é violento e parece ter algo de fantasmagórico, alegórico e viajante. O trailer é realmente impactante, surreal, e promete uma aventura única.
Em breve, comentários aqui.

Assistida essa viagem lisérgica nos anos 80 dos malucos de um culto satânico/messiânico que sequestram a Mandy do título. O ritmo é deliberadamente viajante e lisérgico, o que pode incomodar alguns pois a primeira hora é bem arrastada. Na segunda parte, o ato que vai mostrar a vingança do personagem interpretado por Cage com fúria, desespero e total insanidade pode entrar como uma das mais destacadas atuações do ator, que somente ele poderia não deixar na mera caricatura. As imagens são tão belas, estouradas e um pouco granuladas, a violência, abundante e perfeitamente ajustada. Sim, há demônios ou seja lá de que inferno vieram as misteriosas criaturas das sombras que ajudam os caras maus. Seu visual é ameaçador e sinistro, e só pra dar um mini spoiler, há um duelo de serras elétricas! WOW!
Um filme diferente, para apreciadores do diferente, extremo, violento, alegórico, viajante. Mas um bom filme. (****)

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Narcos - 1ª e 2ª temporada (****) e 3ª temporada (****1/2)

00Dois detetives enfrentam e caçam, com a ajuda mais ou menos diligente de autoridades colombiana, o emergente Pablo Escobar, pequeno traficante que se tornará O traficante da américa latina nos anos 80/90.
Com uma dupla de policiais calcada principalmente no carisma de Pedro Pascal (Game of Thrones - o homem que quase derrotou o Montanha) e Wagner Moura em sua performance cool de Pablo Escobar, essa série policial, com toques documentais (que são exibidos para ilustrar alguns acontecimentos, de forma crua e violenta em muitos momentos), inclui alguns personagens e situações para ajudar dramaticamente o todo. E que tem um ritmo que nunca decepciona, mantendo em movimento o tempo todo a trama de forma exemplar. Causa espanto pois é comum em muitas produções as famosas "barrigas" na trama somente para encher linguiça e nada mais. Fato que se dê talvez pelo formato enxuto de 10 episódios e não para alguns protocolar de 13, numero aziago para tantas outras.
Claro, há violência, nudez, sexo, palavrões, ou seja, deixe as crianças fora da sala nos momentos que estiver imerso nesse pedaço do nosso continente que há tão pouco tempo viveu mergulhada no terror do narcotráfico, e da polícia paralela que era representada por Escobar e seu império. (****)

Na segunda temporada continua a caçada ao chefe criminoso Pablo Escobar, e como na primeira, o ritmo nunca desanda, a violência é bruta e gráficamente poderosa, os agentes tem seus problemas e sua vendas de suas almas ao diabo de uma forma ou outra. Vale tudo para pegar Escobar. Cada vez mais encurralado, medidas desesperadas são tomadas pelo rei do tráfico colombiano, e as consequências são cada vez mais dramáticas para os personagens envolvidos de ambos os lados, bandidos e polícia. Simplesmente continua uma das séries indispensáveis do canal de streaming Netflix. (****)

Em sua terceira temporada o cartel de Cali, responsável pela derrocada de Escobar dá as cartas e claro, o caminho é recheado de sangue e lágrimas nessa nova temporada, porém novos personagens se achegaram aos que já estávamos habituados. Cada vez mais violenta e ousada, a série atinge seu auge até o momento com uma trama sempre dinâmica e jogando a tensão das situações lá nas alturas, criando novas figuras para a galeria de bons personagens da série. David, ameaçador e instável como nitroglicerina filho de um dos barões do cartel de Cali e Salcedo, o técnico de segurança, mostram que sempre há espaço para ser memorável. Agora é embarcar para o México, que inicia um novo ciclo de personagens, locação e história. Até lá. (****1/2)

Ótima cartada do  Netflix.  Ambas temporadas com (****)