domingo, 25 de novembro de 2018

O mistério da fita VHS do rei leão

Outro dia lá na outra rede, a pessoa disse dos tempos heróicos de ter assistido Rei Leão em fita VHS verde, e que eles tinha de assoprar (sic) para poder funcionar.
Creio que a pessoa se equivocou, confundindo fita de videogame atari, que a molecada costumava fazer esse expediente. Floquinho que chama.
Para quem é da época, teoricamente fazer isso limpava potenciais acúmulos de pó nos contatos. O que a galera ignorava é que jogava saliva nos contatos metálicos, que costumavam oxidar e piorava com o tempo o funcionamento do cartucho. Que aliás eram bem caros pois continham uma ROM do jogo, não havia como piratear. Até um certo tempo, claro. Depois chegaram os jogos piratas em cartucho, que tinham vida útil reduzida, ou não salvavam fases, ou uma mix dos dois.
Na fase dos cartuchos havia também modelos que continha até processadores extras para efetuar cálculos 3D de games, starfox era um deles, para apresentar um desempenho aceitável.
Um fato triste que aconteceu comigo e meu irmão quando tínhamos um megadrive japonês foi quando compramos um game sensacional de luta chamado Pit Fighter, que era egresso dos fliperamas. Ele era um jogo pioneiro no uso de imagens digitalizadas de jogadores reais para apresentar um gráfico errrr realísta pra época, e além disso tinha um efeito de aproximação de câmera quando os lutadores estavam mais perto um do outro, aumentando o tamanho deles na tela.
A versão do megadrive era bem decente, as vozes todas idênticas, a jogabilidade, só não havia claro o efeito de zoom de câmera. Voltando ao drama, o jogo chegou pelo correio, jogamos no dia um montão. No dia seguinte, a noite, após iniciar a jogatina, o videogame congelou a tela e daí nunca mais funcionou.
Naqueles tempos difíceis, só teve jeito quando um primo de São José dos Campos levou o console para uma grande cidade, e assim depois de dois meses o megadrive retornou, entre lágrimas de agradecimento ao deus dos videogames pela graça alcançada.
Data de época posterior uma das rara vezes que ganhei alguma coisa em sorteio: quando tinha um bitsystem, de uma fábrica brasileira que não lembro mais qual era, e que era um nintendinho abrasileirado, ganhei uma fita de um game de tiro 2d chamado 1943 ou 1942. Depois disso conto nos dedos de uma mão as parcas vezes que tive sorte nesses sorteios. Acho que pra mim combinava melhor se chamar AZAReios.
Tempos românticos quando o jogo estava no cartucho, só colocar e jogar, não tinha os pavorosos e muitas vezes gigantes patches dos jogos de hoje, que se não forem baixados e instalados praticamente inviabilizam a jogatina. A modernidade e suas mazelas.

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