quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Jorge Benjor

Falar do grande Zazueira é simplesmente reconhecer o imenso talento desse rei do samba-rock brasileiro, e todos os elogios nunca farão jus ao cara.
Se nos primórdios ele usava o violão para gerar os suíngues sensacionais que criava, foi com a introdução da guitarra elétrica (e eletrizante) que ele se distinguiu como rei do balanço dos bailes do subúrbio ou não.
Autor de clássicos incontestáveis como País Tropical, Mas que nada, Que pena, que, infelizmente, de tão executados mundo afora e aqui no país tropical muito mais, criam meio que um ranço de tanto que se escutou essas canções, principalmente pela galera mais velha que acompanha.
Claro que também o formato sonoro de algumas canções e o estilo vocal por vezes envelheceu não tão bem, que deixa a música meio que parada no tempo, anacrônica, digamos assim.
Mas então que aparece a genialidade Benjor, que sempre reconstrói e lapida suas canções as transformando em outras obras, mais atuais e modernas nos seus álbuns ao vivo.
Se por exemplo em Bem Vinda Amizade, dos melhores e mais pop álbuns de Jorge Benjor, com canções que exalavam atualidade sonora como Ela Mora em Mato Grosso, Katarina, Era Uma Vez um Aposentado Marinheiro, em outras, embora clássicos, apresentam o peso do tempo nos arranjos e sonoridade, como Santa Clara Clareou, Kurimim chama Kunhatã, Oé oé faz o carro de boi, embora não desabone o álbum de forma nenhuma
Nas apresentações ao vivo ele reinventa, e assim músicas que não funcionam mais tão bem assim nas versões originais, ou então até canções nunca lançadas em sua obra gravada, como Miudinho, ou na belíssima Domingas Domenica que se torna outra canção, com alteração ligeira no andamento do refrão ficou sensacional. O gingado da guitarra do Babulina funciona lindamente com sua afiada banda e mais um exemplo de reconstrução é Galileu da Galileia, Spiro Giro, e até canções que não foram tão mudadas assim ganham outra cor com ligeiros detalhes de arranjo e andamento o Homem do Espaço.
Canções que foram redescobertas por artistas da atualidade ajudam a que a nova geração conheça belas canções como Oba Lá vem ela, que não deixa ninguém parado, embora fale ao coração como ninguém e é muito boa até na vertente original.
Esse texto trata muito do Jorge Benjor recriador em sua faceta ao vivo, verdadeiras celebrações populares ao melhor que nosso país tem, a dança, malemolência, o ritmo, a sensualidade.
No entanto Jorge Benjor tem álbuns belíssimos, como o que não precisa de retoques 23, com clássicos como Engenho de Dentro, Alcohool, Princesa, Moça bonita e Bumbo Da Mangueira, ou o mítico Tábua de Esmeraldas com canções brilhantes como Hermes Trismegisto, Os Alquimistas estão chegando, Zumbi, Cinco Minutos, Eu Vou Torcer, Magnólia, Mulher da Pele Preta e a filosófica também Errare Humanum Est.
Enfim, Jorge Benjor nunca é o suficiente, respeita o moço que ele manja dos ritmos! Salve Jorge!

PS: segue um canal indispensável para quem curte tocar violão ou guitarra! O canal do youtube Benjor Cifrado. Explicações simples e com uma história sobre a canção.

https://www.youtube.com/channel/UCaXIrytRFoXr0h_K64dJ1AQ


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