domingo, 3 de dezembro de 2017

Ira! em volta redonda - 16 de dezembro

O grupo Ira! que é das bandas mais míticas do Brock oitentista, com todos membros originais, incluindo Nasi e o co-fundador e líder Edgar Scandurra estará em Volta Redonda no dia 16 de dezembro. Devo cavar meu ingresso (atualização, já está em mãos!) e poder enfim, depois de tanto tempo, poder ver essas caras ao vivo. Infelizmente não é a banda completa que fez história com Ricardo Gaspa no baixo e André Jung na bateria. Mas já é o bastante pra uma vida poder ver o Edgar Scandurra, guitar hero brasileiro, arrebentando nos solos e riffs que fizeram a minha cabeça e a da minha geração. Lembro quando comprei meu primeiro vinil do Ira!, o de capa amarela com uma tela representando os quatro integrantes. Fiquei um tanto fascinado por várias coisas desse álbum de 1986 que é um dos maiores do grupo e da década: a prensagem graúda da bolacha, que tornava o som - mormente o da bateria - cristalino e potente; as partituras que me fizeram ter curiosidade depois em aprender, as letras espalhadas, as fotos dos integrantes, e claro, as canções. Contém clássicos que toco nos barulhos que faço até hoje, como as míticas Envelheço na Cidade e Dias de luta, duas das canções mais emblemáticas  da banda, além de intensas e de letras inspiradas que tocam que toca de forma única. Bateria guitarra e baixo e os vocais em uníssono que se tornavam uma identidade do quarteto. Mas havia mais, até uma canção, Flores em você, com uma letra que até mandei para uma gata da oitava série (Beijos Ana Paula) que tocou na novela das oito! Logo o Ira! que era uma banda que não lidava muito com o mainstream musical, digamos assim, mas que ajudou o álbum vender bem. Uma outra música que adoro nesse álbum é Quinze Anos, uma canção mod sessentista perdida no tempo, com um conselho que é o título do álbum "vivendo e não aprendendo". Quem nunca? De bonus tem as versões ao vivo de Gritos na multidão e da polêmica Pobre Paulista.
Consegui posteriormente o primeiro álbum, que tinha seus clássicos pra mostrar, a antimilitarista Núcleo Base (NB) e seu refrão "Eu tentei fugir / não queria me alistar / eu quero lutar / mas não com essa farda!", um grito de alerta pra essa molecada que admira Bolsonaros e militares tresloucados loucos pra ditadurizar isso aqui. E havia a balada Tolices, que acompanhou meus sonhos românticos de adolescente pela beleza da tessitura de violões e os vocais de Edgar por vezes mais altos para soar mais dramáticos e dar um crescendo a canção. Havia outras grandes canções nele como Longe de Tudo, Coração que era uma grande pequena canção, Ninguém precisa da guerra. Ouvi como ao outro álbum até o Nasi e o Edgar ficarem roucos, inestimáveis obras de um tempo que o Rock Nacional dava as cartas e o futuro era gigante e para adultos.

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