terça-feira, 26 de junho de 2018

Hereditário (****1/2)

O cinema de terror principalmente sobre temas demoníacos tem ao longo do tempo perdido seu potencial de assustar devido a incredulidade dos anos 2000, assim como do excesso de filmes de terrir, ou de filmes ruins mesmo desgastaram o tema. Inumeráveis maus exemplos de cinema de horror são o purgatório de quem busca boas tramas, seres instigantes e a fuga do susto fácil.
Então eis que ocasionalmente aparece um corpo estranho como Hereditário, uma obra realmente assustadora, bizarra e bem urdida. Com uma trilha sonora, filmografia, história e atuações impecáveis, esse todo funciona como uma orquestra tocando música clássica. Não tinha como dar errado. Uma família enlutada pela perda da mãe da protagonista, dentre traumas passados e ressentimentos ainda presentes, vão sendo envolvidas em situações que são pequenas peças de quebra-cabeças muito maior que a vida. Trabalhando em maquetes, que muitas vezes representam suas próprias angústias, nos faz perguntar se apenas estamos vendo sua mente perturbada ou a ação de um titereiro que assiste tudo nas sombras. Nesse meio tempo imagens perturbadoras, situações inesperadas, agonia e medo, Tudo pode acontecer a qualquer um, como na vida. Uma obra em tres atos, desde os maneirismos de personagens, até um quê investigativo na forma que se vai descortinando a história, nenhum detalhe deve ser negligenciado. Se o medo é muitas vezes sugestionado no seu inicio, e a presença do mal apenas vislumbrada. Porém o pior, sim, está por vir, e o final, inesperado e tenebroso, acaba por nos fazer pensar sobre o que vimos, uma obra superior como há muito não se encontrava. O mal está aqui. (****1/2)

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