sábado, 2 de junho de 2018

Finis Africae foi o nosso Joy Division suingado!

Hoje um post no facebook do Marcelão professor me lembrou o Finis Africae (se pronuncia Africe), aliás, fui no post dele pra dar pitaco, dessa banda que fez um sucesso relativo lá nos 80 do meu coração.
Vinda de brasília, aproveitou a onda de Legião, capital, plebe rude para capitalizar visibilidade dentre a miríade de bandas que rolavam e deitavam na onda do Brock.
Formada por Eduardo (vocais), José Flores (Guitarra), Neto no baixo e Ronaldo (bateria), contava com um rock suingado e melodioso principalmente devido ao baixo melodioso (joy divisioniano) e as tramas de guitarra, carregava bem nas tintas romântico-depressivas das letras, como atesta seu maior sucesso, a notória Armadilha (top 40 do ano de 1987), que mostrava uma bela letra de versos como:

Andando entre cacos me sinto em pedaços
E até hoje não sei dizer se está tudo acabado...

Mas não troquei minha boca fechada
pelas suas palavras vazias

Chego em casa tarde e ninguém me vê
Não há nada errado em não saber o que fazer 

Porém no seu primeiro álbum homônimo havia também as palavras amargas de Mentiras:

Escondemos o medo pra sobreviver
faz um dia ou um ano, o tempo nada faz...

A fuga sempre foi um tanto falsa
Insistir no passado é não crer no fim
Não acredite porque eu fiquei
todo esse tempo, eu posso estar feliz!
O próprio tempo faz o que eu nunca quis!

Desse primeiro álbum também veio Máquinas, sucesso radiofônico com o som marca registrada do grupo mas donde se notava que como vocalista Eduardo era um bom letrista, se é que me entendem:

Pode ser que tua sombra deixe marcas no caminho
E os vestígios dos teus atos devolva aos fatos o fascínio
Pode ser,.....
Que tua sombra deixe marcas

Depois em outra encarnação, já com somente Eduardo e Ronaldo, eles lançaram outra canção que fez sucesso brando, Sozinho, uma boa canção pop mas que a letra já não era tão inspirada, caindo na obviedade romântica sem maiores qualidades.

Cega pela pela paixão, você entrou em ação
roubando o meu amor por mim

Nessa época eles fizeram um show quase que pocket, numa boate de Volta Redonda, cidade vizinha donde moro, onde o palco praticamente não existia. Apresentaram seus clássicos e a nova Sozinho, com o baixista e o guitarra emulando as criações de Neto e Flores, que sempre azeitaram as canções do Finis de forma exemplar. Porém, lá pelas tantas uma das cordas da guitarra arrebentou. O que rolou foi que o show continuou de forma meio capenga, com o cara se esmerando em power chords, algo que a banda não trabalha de forma nenhuma, o que descaracterizou o som, e logo eles terminaram o show porque o cara não tinha sequer uma corda extra, ou guitarra que seja. Lamental, como diz a galera...

Como usual, linkzinhos das canções pra quem não conheceu.

Finis africae - Armadilha
Finis africae - Mentiras
Finis Africae - Maquinas
Finis Africae





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