domingo, 8 de julho de 2018

A bruxa - Netflix (****)

Uma família no século 17 é expulsa da vila onde vivem por alguma razão que não é mostrada ostensivamente ao espectador. Indo viver isolados perto de uma floresta, a família passa por eventos dramáticos e algo funesto acontece que leva a um desenrolar ainda mais perturbador.
A filha mais velha, despertando para a puberdade, passa a ser perseguida e não sabemos se isso se deve a puro preconceito a exuberância florescendo da garota ou fruto das necessidades e ignorância da época da caça as bruxas.
Interessante nesse filme é que muitas vezes o assustador e macabro deriva de sugestão, ou de truques como num momento que um personagem olha para dentro da floresta e a câmera vai fechando no zoom em um ponto, onde, claro, temos o olhar atraído, e na penumbra tentamos encontrar algo, a música se torna mais cheia de suspense... e não há nada. E muitas vezes se trata disso, como quando crianças somos sugestionados pelo medo e até periga vermos o que não existe.
Há cenas que lidam com as sombras do ambiente e dos personagens, além de figuras tradicionais das lendas ou da religião, como o bode, que virou até meme, que está presente numa das cenas angustiantes do filme. Uma visita a uma bruxa também na floresta impenetrável quase a visão externa gera um clima persecutório e apavorante que poucos diretores conseguem lograr êxito e lidando quase sempre com o não visto.
A religião, a ignorância, temas universais e que impactam a vida da mulher, da adolescente acusada de bruxaria, e o final que pode desagradar alguns, como no dia que assisti no cinema, onde a maior parte do público fez um "já acabou? esse é o final?" mostrou que eles não aproveitaram a viagem e também não gostam de finais não tradicionais ou realistas, quem sabe. (****)

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