domingo, 27 de maio de 2018

Cargo (Netflix) - ****

Filmes de zumbi em particular e de terror em geral abundam em serem óbvios e com histórias pouco inspiradas. Uma fileira por vezes de clichês que acabam gerando obras onde acabamos por não nos importarmos com os personagens e seu destino.
Esse preâmbulo, é claro, visa apresentar a exceção a regra, esse belo e emocional filme de zumbi num mundo pós-apocalíptico, situado na austrália.
Com isso lança mão de belíssimas locações, e cria uma nova mitologia nos filmes de zumbis, com os, vamos dizer, zumbis-avestruz, que enterram a cabeça no solo para terminar a transformação em máquinas de comer gente. Um relógio, a partir da infecção, conta em tempo decrescente, as 48h até a transformação.
Freeman e sua mulher e filha vão sobrevivendo aos trancos e barrancos, lutando cada dia por vez, até que um acontecimento desestrutura a família. Então se torna uma corrida de gato e rato, enquanto somos apresentados a novas características dos mortos-vivos, o que gera a busca de soluções do protagonista para resolver e ultrapassar os percalços que se envolve de fuga em fuga. Seres humanos assim vão tentando retomar a vida da peste zumbi porém por vezes se tornam, como em Walking Dead, seus próprios nemesis. Violento, tenso, angustiante e com belas imagens, apresenta uma performance excelente de Martin Freeman, assim como de seus pares, e graças a isso e a história bem desenvolvida, nos joga nos braços um suspense de alta octanagem e ao contrário de alguns filminhos de terror acri-doces, nos inflige um verdadeiro vale de lágrimas. Seu ritmo comedido e de acontecimentos por vezes bruscos na sua resolução geram uma sensação persecutória e de perigo iminente incomuns. Um grande acerto do Netflix, merece estar na galeria de grandes obras de zumbis do cinema recente. (****)

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