terça-feira, 1 de maio de 2018

Hostis (****)

Esse filme, um faroeste árido e por vezes cruel na sua natureza gráfica de violência, usa um expediente semelhante ao que ocorre em Um Lugar Silencioso que é mostrar que tudo pode acontecer e ninguém está a salvo.
Sem dar spoiler então sobre o tema acima, o capitão Joseph Block (Bale) é incumbido a constragosto a levar um chefe indigena cheyenne e sua família, prisioneiros de uma guerra já passada, para sua terra. Block que convive atualmente com os ataques Comanches, que não poupam ninguém, seja mulheres ou crianças, está com a alma endurecida dos massacres e das mortes que já carrega há anos nas costas. Essa será sua última missão antes de se retirar, e a partir daí o que se segue é uma procissão de diálogos filosóficos sobre a vida e a morte, até alguns excessivamente similares ao visto em Imperdoáveis - um personagem diz que já matou quase tudo que anda ou rasteja, frase inesquescível de William Munny. O ritmo por vezes mais lento não afasta porém o poder das belas paisagens, das ótimas cenas de ação, e de bons personagens como o protagonista, Pike e do chefe Yellow Hawk, e a ciência de que a convivência e conhecimento do outro pode acabar mostrando que nem tudo é preto ou branco, ou vermelho, por que não. A violência e a desumanidade está em todos e não há quem não possa ser alvo.
Para os estômagos fracos talvez seja excessivo esse belo filme, mas para os apreciadores de filmes de faroeste é uma gema perdida de um tempo em que esse tema produzia bons filmes em profusão.
(****)

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