quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

River (****)

Um detetive que além de ser um ser um tanto quanto niilista, ainda convive com alucinações.
Nessa série da netflix policial inglesa, o que podemos apreciar são os diálogos afiados e brilhantes e a atuação angustiada e comovente de Stellan Skargard.
Convivendo com uma perda trágica, em meio a investigações desse crime ele vai tentando sobreviver enquanto cuida de outros casos. A personalidade trágica e desesperançada do detetive, e o embate que tenta ser um alívio cômico no seu novo parceiro ajuda a deixar o clima um pouco, mas só um pouco, mais ameno. Porém é uma ode a perda, arrependimento, as palavras não ditas, as relações que não chegaram a ser. Incompleto, fora do âmbito policial, ele tem em embates com as alucinações suas mais inspiradas frases:

"Não adianta, nascemos sozinhos e morremos mais sozinhos ainda"

"Todo assassino é punido um dia. A menos que mate em grandes números e ao som de trombetas."

"sexo é uma coceira, é só coçar. Amor é diferente, é uma coceira nas costas onde a mão não alcança, depende do outro pra fazer cessar"

"entendo você querer estar sozinho. Sozinho não é necessário fingir"

Ao descobrir o que o parceiro antigo tinha a esconder, mais descobrimos sobre o parceiro, e ainda mais sobre John River.
Triste, porém necessária, essa série é uma viagem indigesta sobre os mistérios das motivações humanas, sobre uma doença que aflige os últimos séculos, e sobretudo sobre o crime.
Cotação: (****)

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