Eis que inicia Godless, ou Sem Deus, o faroeste da netflix com uma cena fortíssima e formidável de uma cidade massacrada, não se sabe por quê, por quem. Impactante, um garotinho jaz enforcado, o Marshall se ajoelha, derrotado. Então somos jogados em meio uma gangue do ameaçador Frank Griffin, numa interpretação impressionante de Jeff Daniels, que estamos acostumados a ver em comédias. Ele persegue o seu "filho" que o atrapalhou em um assalto e custou um braço e a vendeta da cidade massacrada. São de Daniels algumas das melhores frases e diálogos de Godless, e seu modo de ver o mundo e sua própria religião. Há Sam Waterston como o Marshal que persegue a gangue de marginais, e um certo ar sobrenatural que ainda será desvendado pela série. O ritmo é lento, deliberado, o que pode espantar alguns, porém compensado pelos ótimos diálogos e tramas. O clima é contemplativo, contudo há violência pesada na tela, além de algumas coisas avançadinhas pra o meio, meio HBO. Os episódios são longos, com mais de uma hora, e são em número de 7, quase mini-filmes. Há alguma similaridade de alguns personagens com outra série, a mítica Deadwood, uma das maiores series já exibidas, e sobre o faroeste a maior. Nada que lhe tire o brilho de ser um produto diferenciado mas não para todos os gostos. Arrisque que vale a maratona.
Cotação (****)
Frank Griffin: "Deus? Que Deus? Você não sabe onde está. Olhe em volta, não tem ninguém lá em cima para cuidar de você e seus filhos. Aqui é o paraíso do gafanhoto, do lagarto, da cobra. É a terra da faca e do rifle. É uma terra sem lei. E o quanto antes você aceitar essa verdade inevitável, mais você viverá."
Nenhum comentário:
Postar um comentário