domingo, 15 de outubro de 2017

mindhunter (Netflix) - (****1/2)

O que motiva um crime? Muitas vezes nas séries policiais o principal se trata de descobrir que fez. Porém em Mindhunter, nova série do netflix, a pergunta principal é: por que fez? Logo em seu início um negociador do FBI é chamado para resolver um caso de reféns. Algo dá errado ou no fim das contas deu certo? Esse é o dilema que o protagonista se debate inicialmente após haver chegado ao termo a tal negociação. Porém ainda mais a frente ele vai ser perguntar: por que as pessoas cometem tais atrocidades? o que as motiva, qual o gatilho? Entre uma conversa com outro especialista, eles chegam a perplexa resposta: não sabemos! Passado no fim dos anos 70, quando os Serial Killers não haviam sido ainda bem estudados, sequer definidos ou nomeados, essa série se trata de um pré-hannibal, quando o estudo da mente de criminosos seriais para obter padrões e ajudar a evitar outros crimes era algo inovador, embora o chefe do FBI visse com maus olhos essa aventura mental do protagonista, que tem ajuda de um especialista comportamental mais experiente. Os diálogos são inteligentes e acelerados, a ação da série, antes de ser física, é quase que puramente mental, além de algumas cenas de sexo do mocinho com a namorada serem um tanto que forçadas na trama. Interessante observar, durante os interrogatórios os olhares trocados pelos detetives, como que adivinhando o próximo passo e abordagem tomar. Tanto a série procura deslindar a psicologia tanto dos psicopatas encarcerados quanto dos agentes do FBI que o primeiro "caso resolvido" ocorre apenas no episódio 3, porém há cenas e fotografias muito pesadas, violentas. O clima é sombrio, lúgubre, por vezes lembrando Seven, os sete pecados capitais de David Fincher, que dirige alguns episódios (quatro pra ser exato) e produz a série. Com belíssima filmagem, trilha sonora muito adequada, roteiro diferenciado, não é uma série para o espectador comum de séries procedurais ou policiais, mas quem se aventurar vai ficar fisgado em pouco tempo. Um detalhe é que uma doutora especialista em criminologia é interpretada por Ana Torv, de Fringe, aqui mais madura e linda do mesmo jeito. (****1/2)

Nenhum comentário:

Postar um comentário