domingo, 25 de maio de 2014

Alguns aforismas de Nietzsche sobre amor e morte

15 - O casamento como uma longa conversa

Ao iniciar um casamento, o homem deve se colocar a seguinte pergunta: você acredita que gostará de conversar com esta mulher até na velhice? Tudo o mais no casamento é transitório, mas a maior parte do tempo é dedicada à conversa.

24. Próximo demais

Se vivemos próximos demais a uma pessoa, é como se repetidamente tocássemos uma boa gravura com os dedos nus: um dia teremos nas mãos um sujo pedaço de papel, e nada além disso. Também a alma de uma pessoa, ao ser continuamente tocada, acaba se desgastando; ao menos assim ela nos parece afinal — nós nunca mais vemos seu desenho e sua beleza originais. — Sempre se perde no relacionamento íntimo demais com mulheres e amigos; às vezes se perde a pérola de sua própria vida


26. Amor e ódio

O amor e o ódio não são cegos, mas ofuscados pelo fogo que trazem consigo.


30. Amor e dualidade

O que é o amor, senão compreender que um outro viva, aja e sinta de maneira diversa e oposta da nossa, e alegrar-se com isso? Para superar os contrastes mediante a alegria, o amor não pode suprimi-los ou negá-los. — Até o amor a si mesmo tem por pressuposto a irredutível dualidade (ou pluralidade) numa única pessoa.

38. Vantagem da privação

Quem sempre vive no calor e plenitude do coração e, por assim dizer, na atmosfera de verão da alma, não pode imaginar o tremor de arrebatamento que assalta as naturezas mais invernais, quando excepcionalmente são tocadas pelos raios do amor e pelo ar morno de um ensolarado dia de fevereiro.

47. Amostra de reflexão antes do casamento

Supondo que ela me ame, como se tornaria incômoda para mim, com o passar do tempo! E supondo que não me ame, como aí então se tornaria incômoda para mim, com o passar do tempo! — Trata-se apenas de duas diferentes espécies de incômodo: — casemos, portanto!




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