segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A forma da água (*****)

O novo filme de Guillermo del Toro é uma fábula sobre amor e inadequação, com um humor, romance, aventura, suspense, e personagens fascinantes e um final belíssimo.
Uma faxineira muda que trabalha  numa instalação americana na época da guerra fria, com sua vida fria e rotineira, por acaso toma contato com uma criatura vinda "da amazônia" e que era tratada como um deus pelos nativos. Um aparte que deve ser lembrado, é que até Carmem Miranda está na trilha sonora, com músicas dos anos 40 aproximadamente, além de um detalhe visual que talvez tenha escapado a alguns, mas que faz sentido já que o diretor é da geração conectada: o visual do filme, colorido, meio retrô, constantemente chuvoso, com as músicas mencionadas lembram um tanto demais o visual do clássico game cyberpunk dos pcs Bioshock. A cidade é quase uma versão de Repture, e o tema do filme é uma rima conceitual a isso.
O elenco tem dois atores bem conhecidos, Richard Jenkins, que faz um artista que como a protagonista, também é um inadequado na vida, excelente, e Michael Shannon, como sempre sensacional, como o detestável e implacavel investigador do governo, vilão de alto nível.
Um filme diferente, enternecedor e por vezes até delirante, porém dotado de uma empatia alta com quem assiste, deixa aquela sensação boa de ter visto uma obra que foi produzida com esmero e dedicação, possivelmente o melhor filme de del Toro e um concorrente de peso ao Oscar.
(*****)

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