quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Cometa Halley

A última passagem do cometa Halley por nosso humilde planeta se deu em 1985. Neste ano o Brock 80 explodiu, e nesta época já tínhamos álbuns antológicos de Ultraje a Rigor, Ira!, Paralamas, Legião, Kid Abelha entre outros. O que tem a ver uma coisa com a outra não sei dizer, deve ser pura memória afetiva de uma época  muito mais tranquila de se andar nas ruas, sem nostalgia besta, mas porque realmente não éramos tão animalescos e imbecis como tantos jovens e selvagens o são hoje em dia. Era uma época que as brigas se resolviam com socos e quase somente isso, para depois voltar a ficar tranquilos depois de pouco tempo. Quando andar nas ruas não representava maior perigo além de chegar tarde em casa e tomar uma reprimenda dos pais.
O tal cometa, voltando ao assunto, era tido e havido como uma revolução nos céus, e todo ser vivente iria observar como se fosse duas luas, tal seria o brilho do viajante espacial. Não era mais tempo de se temer maus presságios pela passagem deste facho de luz. Vendiam lunetas como pão quente na padaria, muitos pagaram vôos para poder prestar vassalagem ao seu brilho, todos os olhos se juntavam aos milhões de olhos de que é feita a noite, e... Foi um fiasco. As luzes da cidade ofuscavam seu pálido brilho, que nem se aproximava do imaginado no entusiasmo dos astrônomos, logo eles que nunca quiseram se misturar com os astrologos pois sua ciência era muito mais exata. Muita gente afirmou enxergar sua luminescência sóbria nos céus de 1985, mas eu preferia falar a verdade e não pude desfrutar deste enlevo hipnotizador de massas. Claro, o mistério da noite e suas infinitas estrelas eram um consolo para quem procurava cometas ultra fulgurantes, e os românticos e apaixonados enxergavam outros brilhos em outras galáxias, ou eram olhos de seus amados e amadas desde eras imemoriais. Se olhar o cometa Halley era uma desculpa para olhar a noite, o luar e sua gélida beleza, então valeu a pena.

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