quinta-feira, 12 de abril de 2018

Um lugar Silencioso (A Quiet Place) - (****1/2)

É sempre alvissareiro quando uma nova mitologia é criada e obtém êxito em surpreender e criar assim novas possibilidades de se tomar sustos e urdir um universo. Foi exatamente o que ocorreu nessa obra de terror e suspense estrelada por Emily Blunt. Uma família em um futuro arruinado sobrevive evitando fazer qualquer ruído para não serem atacados por criaturas monstruosas. Não se sabe de onde vieram, não temos maiores explicações de como a família chegou até o ponto do filme. Apenas podemos inferir que a mãe deve ser médica, e o pai alguém com conhecimentos em eletrônica. Os truques que a família aprendeu a usar são engenhosos como usar areia para não fazer maiores ruidos, andar descalsos, as táticas para avisar quando estão em ataque, etc. Logo no começo o filme vai nos dar uma porrada justamente para gritar: tudo é possível!
Se comunicando apenas por sinais (alguém, não sei porque, vai gostar disso, e esse alguém sabe disso), vários recursos são meios de sobreviver nesse mundo estranhamente silencioso, podendo ser a diferença entre a vida e a morte. A montagem de som do filme é exemplar, construindo a atmosfera e a tensão pela ausência de ruídos e a sua consequente quebra, atordoadora. Há várias e várias cenas de uma tensão sufocante, situações construídas de forma muito competente pelo diretor e pelos roteiristas. As atuações são muito boas, o que ajuda num filme quase que nunca falado, onde as expressividade corporal é que se sobressai.
Enfim, é um grande filme, sufocante, uma sessão de agonia para o espectador, que fica grudado, com as mãos crispadas na cadeira. Excelente! (****1/2)

Nenhum comentário:

Postar um comentário