domingo, 26 de fevereiro de 2017

REVIEW: Inside (Xbox One, PS4, PC) - (*****)

A playdead antes já havia nos brindado com uma obra sombria, altamente artística e aberta a múltiplas interpretações em Limbo, já comentado aliás nesse blog. Seis anos depois, eis que a produtora nos apresenta uma obra ainda melhor e mais profícua em obrar teorias sobre o que seria o verdadeiro sentido de todo o enredo.
Começamos, como em limbo, com um garoto em um cenário semelhante, outra floresta, dessa vez com mais cores, mas não muito. Ele então passa a ser perseguido por homens que não tem muitos escrúpulos em matar o personagem principal afogando, baleando, soltando cães ferozes etc. Além disso são vistas pessoas em caminhões sendo transportadas como gado. O que seriam elas?
Não há uma narrativa no game, tudo é visual, e jogado para o jogador que vai ficando cada vez mais confuso com os objetivos e cenários do game. A parte artística é fantásticas, com efeitos de iluminação e um trabalho sonoro impecável, de se merecer ouvir no fone para apreciar em sua glória.
Os quebra cabeças são variados e às vezes até inusitados, muitas vezes nos enganando devido a nossa urgência em escapar. Chove muito no game, dando um aspecto ainda mais melancólico aos diversos lugares que frequentamos, como fábricas, rios, matas, laboratórios... A sensação de abandono e tristeza é notória, mas a vontade de superar obstáculos e puzzles age da mesma forma, como uma droga induzindo o jogador (e o personagem?) a sempre ir em busca do objetivo que na maior parte do tempo não se sabe exatamente o que é.
E claro, como é Playdead, muita coisa não é exatamente o que parece, e a medida que o final se aproxima, e as surpresas vão se sucedendo, o seu final, ao se observar mais atentamente, faz todo o sentido. As teorias sobre esse final são uma diversão à parte, a exemplo de Limbo. Há uma teoria geral que abarca praticamente todas as pontas, e que só demonstra a profunda dedicação, habilidade e maestria com que os produtores do jogo alcançaram.
Um game inesquecível, intrigante e instigante. Top 5 de 2016 com aquela característica que tem toda boa obra de arte: nos faz pensar nela e sobre tudo mesmo depois de estarmos fora dela. Ou Inside.

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